Avaliação de animais silvestres como portadores de patotipos de Escherichia coli patogênicas aos seres humanos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Menetrier, Luiza de Campos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/250000
Resumo: Escherichia coli fazem parte da microbiota entérica de humanos e animais saudáveis, porém algumas cepas são responsáveis por infecções intestinais. Os patotipos E. coli enteropatogênica (EPEC), E. coli shigatoxigênica (STEC) e E. coli enterohemorrágica (EHEC) são importantes agentes zoonóticos, causando infecções assintomáticas, diarreia aguda e até morte em humanos. Bovinos são considerados o principal reservatório destes patógenos, porém já foram identificados em uma variedade de animais domésticos e silvestres. Entretanto, a atuação destes últimos como disseminadores ambientais de E. coli zoonóticas ainda não foi estabelecida na literatura. Com o intuito de identificar animais silvestres como portadores destes patotipos e apontar quais foram mais frequentemente encontrados, foi realizada coleta de suabe retal ou cloacal de 110 animais silvestres, sendo 71 aves, 29 mamíferos e 10 répteis. O material foi cultivado em Ágar MacConkey Sorbitol, e os isolados de interesse foram submetidos à extração de DNA total. Os isolados foram avaliados quanto a presença de quatro genes de virulência de interesse (tir EPEC, stx1, stx2 e tir EHEC) através de PCR convencional para identificação de patotipos. Dos 110 animais coletados, 71 apresentaram crescimento de enterobactérias no cultivo em Ágar MacConkey Sorbitol e a análise de 63 animais foi concluída, configurando o grupo de estudo do presente trabalho. Dos 63 animais analisados, foi detectado pelo menos um dos genes testados em 28. A maior identificação dos genes ocorreu no grupo das aves, sendo identificados em 40,5% dos animais, o gene de virulência mais frequentemente identificado nos animais silvestres foi stx2 estando presente em 19 amostras. O patotipo STEC foi identificado em 23 amostras (36,5%), o patotipo EPEC foi identificado em oito amostras e o patotipo EHEC foi identificado apenas em duas amostras, de Corujinha-do-mato (Megascops choliba) e Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous). Em conclusão, a identificação dos patotipos de interesse em animais silvestres foi alta, e novas pesquisas são necessárias para esclarecer o papel destes animais enquanto disseminadores ambientais e possível risco desta disseminação para a saúde humana.
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Com o intuito de identificar animais silvestres como portadores destes patotipos e apontar quais foram mais frequentemente encontrados, foi realizada coleta de suabe retal ou cloacal de 110 animais silvestres, sendo 71 aves, 29 mamíferos e 10 répteis. O material foi cultivado em Ágar MacConkey Sorbitol, e os isolados de interesse foram submetidos à extração de DNA total. Os isolados foram avaliados quanto a presença de quatro genes de virulência de interesse (tir EPEC, stx1, stx2 e tir EHEC) através de PCR convencional para identificação de patotipos. Dos 110 animais coletados, 71 apresentaram crescimento de enterobactérias no cultivo em Ágar MacConkey Sorbitol e a análise de 63 animais foi concluída, configurando o grupo de estudo do presente trabalho. Dos 63 animais analisados, foi detectado pelo menos um dos genes testados em 28. A maior identificação dos genes ocorreu no grupo das aves, sendo identificados em 40,5% dos animais, o gene de virulência mais frequentemente identificado nos animais silvestres foi stx2 estando presente em 19 amostras. O patotipo STEC foi identificado em 23 amostras (36,5%), o patotipo EPEC foi identificado em oito amostras e o patotipo EHEC foi identificado apenas em duas amostras, de Corujinha-do-mato (Megascops choliba) e Graxaim-do-mato (Cerdocyon thous). Em conclusão, a identificação dos patotipos de interesse em animais silvestres foi alta, e novas pesquisas são necessárias para esclarecer o papel destes animais enquanto disseminadores ambientais e possível risco desta disseminação para a saúde humana.Escherichia coli are part of the gut microbiota of humans and animals, but some strains are responsible for intestinal infections. The enteropathogenic E. coli (EPEC), shigatoxigenic E. coli (STEC) and enterohemorrhagic E. coli (EHEC) pathotypes are important zoonotic agents, causing asymptomatic infections, acute diarrhea and even death in humans. Cattle are considered the main reservoir of these pathogens, which have already been identified in a variety of domestic and wild animals, but the role of wild animals as environmental disseminators has not yet been established. In order to identify wild animals as carriers of these pathotypes and point out which are the most frequently found, rectal or cloacal swabs were collected from 110 wild animals(71 birds, 29 mammals, and 10 reptiles) and cultured on MacConkey Sorbitol Agar. Isolates were then submitted to DNA isolation and PCR analyses for the detection of four virulence genes (tir EPEC, stx1, stx2, and tir EHEC) for pathotypic identification. Of the 110 animals collected, 71 showed growth of enterobacteria in MacConkey Sorbitol Agar culture and the analysis of 63 animals was completed, configuring the study group of the present work. Of the 63 analyzed animals, at least one of the tested genes was detected in 28. Most of the target genes were identified in bird samples, being detected in 40.5% (15/37) of the analyzed birds. Stx2 gene was the most frequently identified, being detected in 19/63 samples. The STEC pathotype was identified in 23 samples (36.5%), the EPEC pathotype was identified in eight samples and the EHEC pathotype was identified only in samples of Tropical Screech-Owl (Megascops choliba) and Crab-eating fox (Cerdocyon thous). In conclusion, the identification of pathotypes of interest in wild animals was high, and further research is needed to clarify the role of these animals as environmental disseminators and possible risk of this dissemination to human health.application/pdfporEscherichia coliFatores de virulênciaAnimais silvestresZoonosesMicrobiologyEnteric bacteriaSentinelZoonosisOne healthAvaliação de animais silvestres como portadores de patotipos de Escherichia coli patogênicas aos seres humanosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2021/2Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001151565.pdf.txt001151565.pdf.txtExtracted Texttext/plain63796http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250000/2/001151565.pdf.txt3e8d7de0faee5f5a9938ea1a349fcbcaMD52ORIGINAL001151565.pdfTexto completoapplication/pdf1145629http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/250000/1/001151565.pdf8b50071a8145c3e3283e5153aa7bedbeMD5110183/2500002022-10-20 04:43:53.718543oai:www.lume.ufrgs.br:10183/250000Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-10-20T07:43:53Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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