Revisão de literatura sobre Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/81215 |
Resumo: | O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus está amplamente distribuído, predominando nas áreas tropicais e subtropicais. Segundo a FAO,1984 80% da população bovina mundial está exposta à infestação de carrapatos. Trata-se de um parasito monóxeno com ciclo biológico dividido em uma fase parasitária e outra fase de vida livre, sendo o bovino seu hospedeiro preferencial. É responsável por inúmeras perdas econômicas na pecuária bovina, devido aos danos diretos ao animal ou por ser vetor de patógenos, como os protozoários do gênero Babesia e a bactéria do gênero Anaplasma, agentes causadores da Tristeza Parasitária Bovina. No Brasil, por exemplo, a perda devido ao seu impacto direto e indireto foi estimado em dois bilhões de dólares (GRISI et al., 2002). O controle do carrapato do bovino baseia-se principalmente no uso de produtos químicos. O uso intensivo e indiscriminado de acaricidas tem levado ao desenvolvimento de resistência à maior parte das classes de químicas existentes no mercado (SPAGNOL; PARANHOS; ALBUQUERQUE; 2010). No Brasil, já foram registradas populações resistentes aos organofosforados (FARIAS, 1999), aos piretróides sintéticos, ao amitraz (FURLONG, 1999), a ivermectina (MARTINS; FURLONG, 2001; KLAFKE et al., 2006) e mais recentemente ao fipronil (CASTRO-JANER et al., 2010). Os indivíduos resistentes sobrevivem a pressão de seleção graças a mecanismos comportamentais e fisiológicos que permitem a sua adaptação evolutiva. As metodologias para diagnóstico da resistência são os bioensaios in vitro (baseados nos estágios de vida livre do carrapato) ou in vivo (testes de estábulo e de campo) e as técnicas moleculares. Entre os testes com adultos, o mais utilizado é o Teste de Imersão de Adultas (TIA) (DRUMOND et al.; 1973). O TIA é de fácil execução e os produtos comerciais podem ser usados, porém é necessário um número mínimo de teleóginas para sua realização. O bioensaio com larvas adotado como padrão pela FAO é o Teste do Pacote com Larvas (STONE; HAYDOCK, 1962), um teste rápido (resultados em 24 horas), simples, eficiente, de baixo custo e que requerer poucos equipamentos. As técnicas moleculares se caracterizam por identificar o genótipo da resistência e apresentarem resultados em menos tempo (24 horas) que os bioensaios (in vivo ou in vitro) os quais detectam o fenótipo (viva/morta). Porém, a detecção de resistência por esse método é limitada em função do pouco conhecimento de genes responsáveis pela resistência, sendo necessário realizar mais ensaios específicos com cada gene. |
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Ferretto, RenataBangel Junior, Jorge JoseMartins, João Ricardo de Souza2013-11-21T01:48:27Z2013http://hdl.handle.net/10183/81215000902183O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus está amplamente distribuído, predominando nas áreas tropicais e subtropicais. Segundo a FAO,1984 80% da população bovina mundial está exposta à infestação de carrapatos. Trata-se de um parasito monóxeno com ciclo biológico dividido em uma fase parasitária e outra fase de vida livre, sendo o bovino seu hospedeiro preferencial. É responsável por inúmeras perdas econômicas na pecuária bovina, devido aos danos diretos ao animal ou por ser vetor de patógenos, como os protozoários do gênero Babesia e a bactéria do gênero Anaplasma, agentes causadores da Tristeza Parasitária Bovina. No Brasil, por exemplo, a perda devido ao seu impacto direto e indireto foi estimado em dois bilhões de dólares (GRISI et al., 2002). O controle do carrapato do bovino baseia-se principalmente no uso de produtos químicos. O uso intensivo e indiscriminado de acaricidas tem levado ao desenvolvimento de resistência à maior parte das classes de químicas existentes no mercado (SPAGNOL; PARANHOS; ALBUQUERQUE; 2010). No Brasil, já foram registradas populações resistentes aos organofosforados (FARIAS, 1999), aos piretróides sintéticos, ao amitraz (FURLONG, 1999), a ivermectina (MARTINS; FURLONG, 2001; KLAFKE et al., 2006) e mais recentemente ao fipronil (CASTRO-JANER et al., 2010). Os indivíduos resistentes sobrevivem a pressão de seleção graças a mecanismos comportamentais e fisiológicos que permitem a sua adaptação evolutiva. As metodologias para diagnóstico da resistência são os bioensaios in vitro (baseados nos estágios de vida livre do carrapato) ou in vivo (testes de estábulo e de campo) e as técnicas moleculares. Entre os testes com adultos, o mais utilizado é o Teste de Imersão de Adultas (TIA) (DRUMOND et al.; 1973). O TIA é de fácil execução e os produtos comerciais podem ser usados, porém é necessário um número mínimo de teleóginas para sua realização. O bioensaio com larvas adotado como padrão pela FAO é o Teste do Pacote com Larvas (STONE; HAYDOCK, 1962), um teste rápido (resultados em 24 horas), simples, eficiente, de baixo custo e que requerer poucos equipamentos. As técnicas moleculares se caracterizam por identificar o genótipo da resistência e apresentarem resultados em menos tempo (24 horas) que os bioensaios (in vivo ou in vitro) os quais detectam o fenótipo (viva/morta). Porém, a detecção de resistência por esse método é limitada em função do pouco conhecimento de genes responsáveis pela resistência, sendo necessário realizar mais ensaios específicos com cada gene.The tick Rhipicephalus (Boophilus) microplus is widely distributed, predominantly in tropical and subtropical areas. According to the FAO, in 1984 80% of the world cattle population is exposed to tick infestation. It’s a parasite monóxeno with biological cycle divided into a parasitic phase and another phase of life free, being the bovine its preferred host.. It is responsible for numerous economic losses in cattle due to direct injury to the animal or as being a vector of pathogens, such as protozoa of the genus Babesia and the bacteria of the genus Anaplasma, causative agents of bovine babesiosis. In Brazil, for example, the loss due to their direct and indirect impact was estimated at two billion dollars (GRISI et al., 2002). The control of cattle tick is mainly based on the use of chemicals. The intensive and indiscriminate use of acaricides has led to the development of resistance to most classes of chemicals on the market (SPAGNOL; PARANHOS; ALBUQUERQUE, 2010). In Brazil, have been recorded populations resistant to organophosphates (FARIAS, 1999), synthetic pyrethroids, to amitraz (FURLONG, 1999), ivermectin (MARTINS; FURLONG; 2001 and KLAFKE et al., 2006) and more recently fipronil (CASTRO-JANER et al., 2010). The resistant individuals survive the selection pressure due to physiological and behavioral mechanisms allowing their evolutionary adaptation. The methodologies for diagnosis of resistance are the in vitro bioassays (based on the free-living stages of ticks) or in vivo (stable testing and field) and molecular techniques. Between tests with adults, the most used is the Test of Adult Immersion (TIA) (DRUMOND et al., 1973). The TIA is easy to perform and the commercial products can be used, but requires a minimum number of ticks for its realization. The bioassay larvae adopted by FAO's Test Package with larvae (STONE; HAYDOCK, 1962), a rapid test (results in 24 hours), simple, efficient, inexpensive and require little equipment. Another bioassay with larvae that is often used is the Test Immersion Larvae (TIL). Molecular techniques are characterized by resistance to identify the genotype and results presented in less time (24 hours) the bioassay (in vivo or in vitro) which detect the phenotype (alive / dead). However, detection of resistance by this method is limited by poor knowledge of the gene responsible for resistance, it is necessary to perform further tests specific to each gene.application/pdfporRhipicephalus microplusBoophilus micropulus : BovinosRevisão de literaturaR. microplusCattleAcaricidesResistanceDiagnosisRevisão de literatura sobre Rhipicephalus (Boophilus) microplusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do sulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2013/1Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000902183.pdf000902183.pdfTexto completoapplication/pdf967541http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/81215/1/000902183.pdf6a0fe28f3423c296e2d140782b2de3fdMD51TEXT000902183.pdf.txt000902183.pdf.txtExtracted Texttext/plain90601http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/81215/2/000902183.pdf.txtcf47f73312fe323205c1b96f3f35b4d8MD52THUMBNAIL000902183.pdf.jpg000902183.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1005http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/81215/3/000902183.pdf.jpg8f937d4ebb4f0d39e26249d0c1e0be4cMD5310183/812152018-10-05 08:43:40.262oai:www.lume.ufrgs.br:10183/81215Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-05T11:43:40Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus está amplamente distribuído, predominando nas áreas tropicais e subtropicais. Segundo a FAO,1984 80% da população bovina mundial está exposta à infestação de carrapatos. Trata-se de um parasito monóxeno com ciclo biológico dividido em uma fase parasitária e outra fase de vida livre, sendo o bovino seu hospedeiro preferencial. É responsável por inúmeras perdas econômicas na pecuária bovina, devido aos danos diretos ao animal ou por ser vetor de patógenos, como os protozoários do gênero Babesia e a bactéria do gênero Anaplasma, agentes causadores da Tristeza Parasitária Bovina. No Brasil, por exemplo, a perda devido ao seu impacto direto e indireto foi estimado em dois bilhões de dólares (GRISI et al., 2002). O controle do carrapato do bovino baseia-se principalmente no uso de produtos químicos. O uso intensivo e indiscriminado de acaricidas tem levado ao desenvolvimento de resistência à maior parte das classes de químicas existentes no mercado (SPAGNOL; PARANHOS; ALBUQUERQUE; 2010). No Brasil, já foram registradas populações resistentes aos organofosforados (FARIAS, 1999), aos piretróides sintéticos, ao amitraz (FURLONG, 1999), a ivermectina (MARTINS; FURLONG, 2001; KLAFKE et al., 2006) e mais recentemente ao fipronil (CASTRO-JANER et al., 2010). Os indivíduos resistentes sobrevivem a pressão de seleção graças a mecanismos comportamentais e fisiológicos que permitem a sua adaptação evolutiva. As metodologias para diagnóstico da resistência são os bioensaios in vitro (baseados nos estágios de vida livre do carrapato) ou in vivo (testes de estábulo e de campo) e as técnicas moleculares. Entre os testes com adultos, o mais utilizado é o Teste de Imersão de Adultas (TIA) (DRUMOND et al.; 1973). O TIA é de fácil execução e os produtos comerciais podem ser usados, porém é necessário um número mínimo de teleóginas para sua realização. O bioensaio com larvas adotado como padrão pela FAO é o Teste do Pacote com Larvas (STONE; HAYDOCK, 1962), um teste rápido (resultados em 24 horas), simples, eficiente, de baixo custo e que requerer poucos equipamentos. As técnicas moleculares se caracterizam por identificar o genótipo da resistência e apresentarem resultados em menos tempo (24 horas) que os bioensaios (in vivo ou in vitro) os quais detectam o fenótipo (viva/morta). Porém, a detecção de resistência por esse método é limitada em função do pouco conhecimento de genes responsáveis pela resistência, sendo necessário realizar mais ensaios específicos com cada gene. |
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