Perfil de síndrome do anticorpo antifosfolipídeo no ambulatório de lúpus eritematoso sistêmico do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/273796 |
Resumo: | A Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) é uma condição autoimune que se manifesta por eventos trombóticos e obstétricos, sendo a trombofilia adquirida mais comum. Ela pode ocorrer como uma doença primária ou secundária. Os anticorpos antifosfolipídicos estão presentes em 30-40% dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), e até 15% desses pacientes apresentam eventos definidores de SAAF. O perfil desses pacientes no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um centro acadêmico no Sul do Brasil, ainda não é conhecido até o momento. Foi realizado um estudo observacional e transversal envolvendo todos os pacientes que tiveram consultas no ambulatório de LES no período entre 1º de julho de 2022 e 30 de junho de 2023. Os dados foram coletados pelos autores por meio de revisão cuidadosa dos prontuários eletrônicos. Os pacientes precisavam preencher os critérios de Lúpus Eritematoso Sistêmico do American College of Rheumatology/The European Alliance of Associations for Rheumatology (ACR/EULAR) para serem incluídos. Pacientes que nunca haviam sido testados para anticorpos antifosfolipídeos foram excluídos. Pacientes com persistente positividade para anticorpos antifosfolipídeos foram submetidos aos critérios de Sapporo 2006 para SAAF e seus prontuários eletrônicos foram examinados para coletar informações sobre manifestações, complicações e comorbidades. Um total de 569 pacientes com LES foram incluídos. Desses, apenas 49 (8,61%) apresentaram positividade persistente para anticorpos antifosfolipídeos, dos quais 25 preencheram os critérios de Sapporo 2006 para SAAF. Todos os pacientes eram do sexo feminino e a maioria era branca (89,8%). A idade média foi de 44,9 anos. Encontramos o anticoagulante lúpico como o anticorpo mais prevalente (69,4%), mesmo naqueles que não preenchiam os critérios para SAF (79,2%). Os anticorpos anticardiolipina IgG foram encontrados em 46,9% dos pacientes e IgM em 16,3%. Eventos arteriais estavam presentes em 52,0% dos pacientes com SAF, e eventos venosos em 32,0%. O uso de tratamento antiplaquetário foi mais comum naqueles com anticorpos antifosfolipídicos sem diagnóstico definitivo de SAF. Por outro lado, o uso de Hidroxicloroquina foi mais comum em pacientes com SAF (100,0% versus 83,3%; p=0,05). A hipertensão foi comum em ambos os grupos. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo que investiga o perfil de pacientes com Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) em conjunto com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) no sul do Brasil e um dos poucos em nosso país. A baixa prevalência geral de pacientes com anticorpos antifosfolipídeos persistentes pode ser atribuída a limitações no acesso a marcadores laboratoriais. A alta prevalência de anticoagulante lúpico e eventos arteriais sinaliza um potencial aumento do risco cardiovascular em nossa população. |
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Lima, Adrio Luís Gonçalves deGasparin, Andrese AlineSartori, Natália Sarzi2024-03-19T05:04:46Z2024http://hdl.handle.net/10183/273796001198317A Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) é uma condição autoimune que se manifesta por eventos trombóticos e obstétricos, sendo a trombofilia adquirida mais comum. Ela pode ocorrer como uma doença primária ou secundária. Os anticorpos antifosfolipídicos estão presentes em 30-40% dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), e até 15% desses pacientes apresentam eventos definidores de SAAF. O perfil desses pacientes no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um centro acadêmico no Sul do Brasil, ainda não é conhecido até o momento. Foi realizado um estudo observacional e transversal envolvendo todos os pacientes que tiveram consultas no ambulatório de LES no período entre 1º de julho de 2022 e 30 de junho de 2023. Os dados foram coletados pelos autores por meio de revisão cuidadosa dos prontuários eletrônicos. Os pacientes precisavam preencher os critérios de Lúpus Eritematoso Sistêmico do American College of Rheumatology/The European Alliance of Associations for Rheumatology (ACR/EULAR) para serem incluídos. Pacientes que nunca haviam sido testados para anticorpos antifosfolipídeos foram excluídos. Pacientes com persistente positividade para anticorpos antifosfolipídeos foram submetidos aos critérios de Sapporo 2006 para SAAF e seus prontuários eletrônicos foram examinados para coletar informações sobre manifestações, complicações e comorbidades. Um total de 569 pacientes com LES foram incluídos. Desses, apenas 49 (8,61%) apresentaram positividade persistente para anticorpos antifosfolipídeos, dos quais 25 preencheram os critérios de Sapporo 2006 para SAAF. Todos os pacientes eram do sexo feminino e a maioria era branca (89,8%). A idade média foi de 44,9 anos. Encontramos o anticoagulante lúpico como o anticorpo mais prevalente (69,4%), mesmo naqueles que não preenchiam os critérios para SAF (79,2%). Os anticorpos anticardiolipina IgG foram encontrados em 46,9% dos pacientes e IgM em 16,3%. Eventos arteriais estavam presentes em 52,0% dos pacientes com SAF, e eventos venosos em 32,0%. O uso de tratamento antiplaquetário foi mais comum naqueles com anticorpos antifosfolipídicos sem diagnóstico definitivo de SAF. Por outro lado, o uso de Hidroxicloroquina foi mais comum em pacientes com SAF (100,0% versus 83,3%; p=0,05). A hipertensão foi comum em ambos os grupos. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo que investiga o perfil de pacientes com Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) em conjunto com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) no sul do Brasil e um dos poucos em nosso país. A baixa prevalência geral de pacientes com anticorpos antifosfolipídeos persistentes pode ser atribuída a limitações no acesso a marcadores laboratoriais. A alta prevalência de anticoagulante lúpico e eventos arteriais sinaliza um potencial aumento do risco cardiovascular em nossa população.Antiphospholipid Syndrome (APS) is an autoimmune condition that presents with thrombotic and obstetric events, being the most common acquired thrombophilia. It may occur as a primary or secondary disorder. APS antibodies are present in 30-40% of Systemic Lupus Erythematosus (SLE) patients and up to 15% have APS-defining events. The profile of these patients in Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), an academic center in Southern Brazil, is not known to date. We conducted an observational, transversal study involving all patients that had appointments at the SLE outpatient clinic from July 1st, 2022 to June 30th, 2023. Data were gathered by the authors through careful digital record review. Patients had to fulfill the 2019 American College of Rheumatology/The European Alliance of Associations for Rheumatology (ACR/EULAR) criteria for SLE to be included. Patients who had never been tested for APS antibodies were excluded. Patients with persistently positive APS antibodies were submitted to the 2006 Sapporo APS criteria and had their digital records further examined to include information about manifestations, complications and comorbidities. A total of 569 SLE patients were included. Of these, only 49 (8.61%) were found to have persistent positivity for APS antibodies, of which 25 fulfilled the 2006 Sapporo criteria for APS. All patients were females and most white (89.8%). The median age was 44,9 years. We found lupus anticoagulant as the most prevalent antibody (69.4%), even in those who did not fulfill the APS criteria (79,2%). Anticardiolipin IgG antibodies were found in 46.9% of patients and IgM in 16.3%. Arterial events were present in 52.0% of APS patients and venous events were present in 32.0%. Use of antiplatelet treatment was more common in those with APS antibodies without definitive APS. On the other hand, use of Hydroxychloroquine was more common in APS patients (100.0% x 83.3%; p=0.05). Hypertension was common in both groups. To our knowledge this is the first study investigating the profile of APS patients with SLE in southern Brazil and one of few in our country. The low overall prevalence of patients with persistent APS antibodies could be attributed to limitations in access to laboratory markers. The high prevalence of lupus anticoagulant and arterial events signals a potential increased cardiovascular risk in our population.application/pdfporAnticorpos antifosfolipídeosLupus eritematoso sistêmicoEpidemiologiaAntiphospholipid syndromeSystemic lupus erythematosusEpidemiologyPerfil de síndrome do anticorpo antifosfolipídeo no ambulatório de lúpus eritematoso sistêmico do Hospital de Clínicas de Porto Alegreinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisHospital de Clínicas de Porto AlegrePorto Alegre, BR-RS2024especializaçãoPrograma de Residência Médica em Reumatologiainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001198317.pdf.txt001198317.pdf.txtExtracted Texttext/plain42558http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273796/2/001198317.pdf.txte5942429beca71f01eb73ba6a2b643ecMD52ORIGINAL001198317.pdfTexto completoapplication/pdf1259902http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273796/1/001198317.pdffabcea156bfdb88140bb0661c7b0dff5MD5110183/2737962024-03-20 04:49:14.70727oai:www.lume.ufrgs.br:10183/273796Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2024-03-20T07:49:14Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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A Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) é uma condição autoimune que se manifesta por eventos trombóticos e obstétricos, sendo a trombofilia adquirida mais comum. Ela pode ocorrer como uma doença primária ou secundária. Os anticorpos antifosfolipídicos estão presentes em 30-40% dos pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), e até 15% desses pacientes apresentam eventos definidores de SAAF. O perfil desses pacientes no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), um centro acadêmico no Sul do Brasil, ainda não é conhecido até o momento. Foi realizado um estudo observacional e transversal envolvendo todos os pacientes que tiveram consultas no ambulatório de LES no período entre 1º de julho de 2022 e 30 de junho de 2023. Os dados foram coletados pelos autores por meio de revisão cuidadosa dos prontuários eletrônicos. Os pacientes precisavam preencher os critérios de Lúpus Eritematoso Sistêmico do American College of Rheumatology/The European Alliance of Associations for Rheumatology (ACR/EULAR) para serem incluídos. Pacientes que nunca haviam sido testados para anticorpos antifosfolipídeos foram excluídos. Pacientes com persistente positividade para anticorpos antifosfolipídeos foram submetidos aos critérios de Sapporo 2006 para SAAF e seus prontuários eletrônicos foram examinados para coletar informações sobre manifestações, complicações e comorbidades. Um total de 569 pacientes com LES foram incluídos. Desses, apenas 49 (8,61%) apresentaram positividade persistente para anticorpos antifosfolipídeos, dos quais 25 preencheram os critérios de Sapporo 2006 para SAAF. Todos os pacientes eram do sexo feminino e a maioria era branca (89,8%). A idade média foi de 44,9 anos. Encontramos o anticoagulante lúpico como o anticorpo mais prevalente (69,4%), mesmo naqueles que não preenchiam os critérios para SAF (79,2%). Os anticorpos anticardiolipina IgG foram encontrados em 46,9% dos pacientes e IgM em 16,3%. Eventos arteriais estavam presentes em 52,0% dos pacientes com SAF, e eventos venosos em 32,0%. O uso de tratamento antiplaquetário foi mais comum naqueles com anticorpos antifosfolipídicos sem diagnóstico definitivo de SAF. Por outro lado, o uso de Hidroxicloroquina foi mais comum em pacientes com SAF (100,0% versus 83,3%; p=0,05). A hipertensão foi comum em ambos os grupos. Até onde sabemos, este é o primeiro estudo que investiga o perfil de pacientes com Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídeo (SAAF) em conjunto com o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) no sul do Brasil e um dos poucos em nosso país. A baixa prevalência geral de pacientes com anticorpos antifosfolipídeos persistentes pode ser atribuída a limitações no acesso a marcadores laboratoriais. A alta prevalência de anticoagulante lúpico e eventos arteriais sinaliza um potencial aumento do risco cardiovascular em nossa população. |
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