Caracterização das quedas de pacientes adultos internados em um hospital universitário

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barbosa, Amanda da Silveira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/178730
Resumo: Introdução: Devido ao rápido progresso científico e tecnológico e ao alto padrão de exigência dos clientes quanto à qualidade dos serviços recebidos, as instituições que prestam serviços se sentem na obrigação de garantir a excelência na assistência oferecida. Em 2004, foi criada a World Alliance for Patient Safety pela Organização Mundial de Saúde, visando definir e identificar as prioridades na área de segurança do paciente. As quedas em ambiente hospitalar são apontadas como eventos adversos relacionados à assistência à saúde, rompendo com a segurança do paciente. As quedas são consideradas um relevante fator de morbidade e acarretam danos de diferentes severidades aos pacientes, elevando o tempo de permanência nos hospitais e aumentando a demanda de cuidados a serem dedicados aos pacientes pelas equipes. Objetivos: Analisar as notificações de quedas dos pacientes adultos internados em unidades clínicas e cirúrgicas de um hospital universitário, descrever a taxa de quedas dos pacientes internados; caracterizar o perfil dos pacientes adultos internados que sofreram queda; classificar o local, tipo de queda, fatores desencadeantes dos incidentes notificados e o dano acarretado aos pacientes. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo, com uma abordagem quantitativa, realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Fizeram parte da amostra, de forma intencional, todos os pacientes internados que foram notificados com ocorrência de quedas, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2014, constituindo-se de 1112 notificações. A coleta de dados deu-se por meio de um formulário padrão até então utilizado na instituição, composto pelas variáveis: identificação do paciente, características do incidente, condições do paciente antes da queda e severidade do dano. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e analítica, onde foi empregado o teste do Qui-Quadrado de Pearson para aderência e realizada a análise fatorial das condições do paciente antes da queda, utilizando a rotação Varimax. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição. Resultados: A taxa de incidência de quedas no período estudado variou de 1,61 quedas/1000 pacientes/dia a 2,03 quedas/1000 pacientes/dia. A faixa etária predominante foi de 60 a 69 anos, com 23,5% das notificações. Pacientes do sexo feminino (54,9% das notificações) apresentaram maior número de notificações. O maior número de quedas notificadas ocorreu no turno noturno (43,9% das notificações). A severidade do dano predominante foi “sem danos”, com 69,4% das notificações. O local de maior número de ocorrência de quedas foi o quarto do paciente, com 68,8% das notificações, sendo a queda da própria altura (47% das notificações) a mais notificada. Os fatores desencadeantes relacionados ao paciente que mais ocorreram foram escorregão (25,3% das notificações), força diminuída (23,8%) e tontura (19,3%). Os fatores desencadeantes relacionados ao ambiente não foram elencados em 43,9% das notificações. Identificou-se como condição mais prevalente antes da queda o fato de estar desacompanhado, com 65,9% das notificações, seguido de ter limitação para deambular (54,3%), fazer uso de anticoagulante (36%) e uso de sedativos (25,9%). Conclusão: A queda é um evento multifatorial e de grande complexidade, que pode acarretar danos temporários ou irreversíveis ao paciente. É importante a avaliação periódica dos fatores de risco do paciente durante a internação hospitalar para que possa ser realizada a prevenção do evento adverso. É compromisso da equipe de enfermagem identificar e sinalizar esses fatores de risco, visto que a enfermagem é a equipe que passa mais tempo junto com o paciente.
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