Associações entre a arquitetura muscular, variáveis fisiológicas, força muscular e desempenho de corrida de longa distância

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Edson Soares da
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/194615
Resumo: Introdução: Músculos como os do tríceps sural são importantes propulsores durante a corrida e as adaptações em sua morfologia podem tornar os corredores mais econômicos e melhorar o seu desempenho. Treinamentos de força rápida e máxima apresentam efeitos positivos no custo metabólico (C) e no desempenho de corredores de longa distância bem treinados, entretanto, com poucos efeitos para o consumo de oxigênio máximo (VO2máx.). Entender o papel da arquitetura muscular e das variáveis fisiológicas no desempenho de corrida pode dar indícios sobre os principais mecanismos envolvidos na melhora do C e do desempenho de corrida, além de auxiliar em treinamentos específicos nessa população. O objetivo do estudo foi associar as variáveis de arquitetura muscular, a força muscular, e variáveis fisiológicas com o desempenho de corrida de 3000m. Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 12 corredores de longa distância com idade 33,29 ± 7,40 anos e massa corporal de 69,52 ± 6,47 kg. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (2437.616) e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi dividido em duas sessões de coletas. Na primeira, foram coletadas as variáveis de arquitetura muscular: espessura muscular (EM), ângulo de penação das fibras (AP) e comprimento do fascículo (CP) do gastrocnêmio medial (GM) e do gastrocnêmio lateral (GL) através da técnica de ultrassonografia. Na sequência, foi avaliada a contração isométrica voluntária máxima (CVM) dos flexores plantares em um dinamômetro isocinético, e após um período de repouso de 10 min., os sujeitos realizaram o teste de desempenho de corrida de 3.000 metros em uma pista de 400m. Na segunda sessão, os sujeitos realizaram o teste de economia de corrida em esteira a uma velocidade fixa de 12 km.h-1 durante 5 min., e realizaram um teste incremental máximo de corrida para avaliar as variáveis: 1° limiar ventilatório (LV1), 2° limiar ventilatório (LV2), velocidade associada ao LV1 (vLV1), velocidade associada ao LV2 (vLV2), VO2máx., e a velocidade associada ao VO2máx. (vVO2máx.). Foi verificada a normalidade dos dados através do teste de Shapiro Wilk. Na sequência foram realizadas correlações de Pearson para verificar as relações entre as variáveis independentes. Nos casos de variáveis independentes que apresentaram fortes e significativas correlações (r≥ 0,70 e p<0,05), ao menos uma delas foram excluídas. Dessa forma, as variáveis independentes que restaram foram utilizadas no modelo de Regressão Linear Múltipla (Stepwise) afim de verificar se alguma delas explicaria o desempenho no teste de 3.000m. Os dados foram processados no software estatístico SPSS 22.0 e α= 0,05. Resultados: A Regressão Linear Múltipla indicou que o VO2máx. (p=0,01) e o AP GL (p=0,03) juntos explicaram 78,9% do desempenho de corrida de 3000m. Conclusão: Os resultados preliminares desse estudo indicam que o VO2máx. e AP GL são responsáveis em conjunto por explicar o desempenho de corrida de 3.000m. Para melhora do desempenho de corrida, treinamentos de força máxima e rápida são indicados para aumento do AP de músculos propulsores como o gastrocnêmio, uma vez que em corredores bem treinados a janela fisiológica de aumento do VO2máx. é limitada.
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Materiais e Métodos: A amostra foi composta por 12 corredores de longa distância com idade 33,29 ± 7,40 anos e massa corporal de 69,52 ± 6,47 kg. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (2437.616) e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi dividido em duas sessões de coletas. Na primeira, foram coletadas as variáveis de arquitetura muscular: espessura muscular (EM), ângulo de penação das fibras (AP) e comprimento do fascículo (CP) do gastrocnêmio medial (GM) e do gastrocnêmio lateral (GL) através da técnica de ultrassonografia. Na sequência, foi avaliada a contração isométrica voluntária máxima (CVM) dos flexores plantares em um dinamômetro isocinético, e após um período de repouso de 10 min., os sujeitos realizaram o teste de desempenho de corrida de 3.000 metros em uma pista de 400m. Na segunda sessão, os sujeitos realizaram o teste de economia de corrida em esteira a uma velocidade fixa de 12 km.h-1 durante 5 min., e realizaram um teste incremental máximo de corrida para avaliar as variáveis: 1° limiar ventilatório (LV1), 2° limiar ventilatório (LV2), velocidade associada ao LV1 (vLV1), velocidade associada ao LV2 (vLV2), VO2máx., e a velocidade associada ao VO2máx. (vVO2máx.). Foi verificada a normalidade dos dados através do teste de Shapiro Wilk. Na sequência foram realizadas correlações de Pearson para verificar as relações entre as variáveis independentes. Nos casos de variáveis independentes que apresentaram fortes e significativas correlações (r≥ 0,70 e p<0,05), ao menos uma delas foram excluídas. Dessa forma, as variáveis independentes que restaram foram utilizadas no modelo de Regressão Linear Múltipla (Stepwise) afim de verificar se alguma delas explicaria o desempenho no teste de 3.000m. Os dados foram processados no software estatístico SPSS 22.0 e α= 0,05. Resultados: A Regressão Linear Múltipla indicou que o VO2máx. (p=0,01) e o AP GL (p=0,03) juntos explicaram 78,9% do desempenho de corrida de 3000m. Conclusão: Os resultados preliminares desse estudo indicam que o VO2máx. e AP GL são responsáveis em conjunto por explicar o desempenho de corrida de 3.000m. Para melhora do desempenho de corrida, treinamentos de força máxima e rápida são indicados para aumento do AP de músculos propulsores como o gastrocnêmio, uma vez que em corredores bem treinados a janela fisiológica de aumento do VO2máx. é limitada.Introduction: Triceps sural muscles are important force generators during running and adaptations in their morphology can provide less energy expenditure and improve running performance. Power training and maximal strength training showed positive effects in decreasing the metabolic cost (C) in long distance runners; however, these training were not as effective for improving maximum oxygen consumption (VO2máx.). Understanding the role of muscle architecture and physiological functions could indicate the main mechanisms responsible for improving C and running performance, in addition to helping define specific training methods for this population. The objective of the study was to associate muscle architecture variables, strength and physiological variables with 3000m running performance. Materials and Methods: The sample consisted of 12 long distance runners, aged 33.29 ± 7.40 years and body mass of 69.52 ± 6.47 kg. The study was approved by the Research Ethics Committee (2437.616) and all subjects signed the Informed Consent Term. The study was divided into two sessions. In the first session, the muscular architecture variables were collected: muscle thickness (MT), pennation angle (PA) and fascicle length (FL) of medial gastrocnemius (MG) and lateral gastrocnemius (LG) through the ultrasonography technique. Subsequently, maximum voluntary isometric contraction (MVC) of the plantar flexors through an isokinetic dynamometer was evaluated, and after a 10 min. rest, the subjects performed the 3,000m running performance test on a 400m athletics track. In the second session, the subjects performed the running economy test on a treadmill at a fixed speed of 12 km.h-1 for 5 min, and then performed a maximum incremental running test to evaluate: 1° ventilatory threshold (LV1), 2° ventilatory threshold (LV2), velocity at LV1 (vLV1), velocity at LV2 (vLV2), VO2máx., and velocity at VO2máx. (vVO2máx.). Data normality was verified through the Shapiro Wilk test. Pearson correlations were performed to verify the relationships between the independent variables. For those that presented strong and significant correlations (r 0.70 and p <0.05), at least one of them was excluded. Thus, the remaining independent variables were used in the Multiple Linear Regression (Stepwise) model in order to verify if any of them could explain the 3.000m running performance. Data were processed in the statistical software (SPSS 22.0) and α = 0.05. Results: Multiple Linear Regression indicated that VO2máx. (p = 0.01) and the PA LG (p = 0.03) together accounted for 78.9% of 3000m running performance. Conclusion: Our preliminary results indicate that VO2máx. and PA LG together are responsible for explaining 3.000m running performance. For improving running performance, strength training is indicated to increase PA of propulsion muscles such as the gastrocnemius, since in well-trained runners the physiological improvement of VO2máx. is limited.application/pdfporCorrida de longa distânciaMúsculosFisiologia do exercícioRunning economyPennation angleFascicle LengthAssociações entre a arquitetura muscular, variáveis fisiológicas, força muscular e desempenho de corrida de longa distânciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação Física, Fisioterapia e DançaPorto Alegre, BR-RS2018Educação Física: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001082652.pdf.txt001082652.pdf.txtExtracted Texttext/plain79524http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194615/2/001082652.pdf.txt02b9104cd6d4506781f142b804b66f7eMD52ORIGINAL001082652.pdfTexto completoapplication/pdf1191911http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/194615/1/001082652.pdf45e666105f41df7bde87adcc5197a87fMD5110183/1946152019-10-19 03:56:27.614833oai:www.lume.ufrgs.br:10183/194615Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2019-10-19T06:56:27Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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