Dor de origem odontológica em usuários em tratamento nos centros de atenção psicossocial de Porto Alegre, Rio Grande Do Sul

• Autor(a) principal: Smaniotto, Juliana Flores
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/225323
• topic: Saúde bucal; Saúde mental; Sistema Único de Saúde; Oral health; Mental health; Unified health system

A situação de saúde mental é um importante indicador de saúde geral, pois produz incapacidades e gera impactos na qualidade de vida. Além disso, pessoas com transtornos mentais enfrentam barreiras de acesso nos cuidados à saúde, inclusive no âmbito da saúde bucal. Este estudo objetivou investigar a associação entre fatores socioeconômicos, demográficos, saúde geral, saúde bucal e o desfecho de dor de origem odontológica em usuários atendidos nos Centros de atenção psicossocial (CAPS) no Sul do Brasil. Trata-se de um estudo transversal com 489 participantes divididos em quatro grupos de diagnóstico: esquizofrenia, depressão, bipolaridade e usuários de álcool e/ou drogas, entre 2018 e 2019. As variáveis foram coletadas a partir de questionários e análise de prontuários, para avaliar suas diferenças foram realizados os testes Qui-quadrado e exato de Fisher. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para o cálculo de Razões de Prevalência (RP) brutas e ajustadas. A maioria da amostra foi composta por mulheres, brancas, entre 45- 59 anos, com ensino médio incompleto e que recebiam algum benefício do governo como fonte de renda. As Razões de Prevalências no grupo esquizofrenia foram positivas com o desfecho dor entre as faixas etárias 35 a 44 anos (RP= 1,89; IC95%: 1,32-2,72), 45 a 59 anos (RP= 1,68; IC95%: 1,22 -2,32) e acima de 60 anos (RP= 1,50; IC95%: 1,03 - 2,20). No grupo depressão somente em pessoas acima de 60 anos houve associação significativa com o desfecho (RP= 0,29; IC95%: 0,13 - 0,65), nos usuários de álcool e/ou drogas a associação foi com as idades 35 a 44 anos (RP= 0,29; IC95%: 0,14 -0,58), 45 a 59 anos (RP= 0,41; IC95%: 0,22 -0,74) e o uso de antipsicóticos (RP= 2,53; IC95%: 1,52 - 4,21). Os achados desse estudo reforçam a importância da integração da odontologia na rede de saúde mental, por contribuir na melhora e prevenção da dor e na reabilitação psicossocial de indivíduos com transtornos mentais.