O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correa, Pedro Henrique da Rosa
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/232280
Resumo: Introdução:O transtorno depressivo maior é a principal causa individual de invalidez e o principal precursor do suicídio atualmente. 350 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com esta doença sendo duas vezes mais predominante em mulheres. Em 2019 a pesquisa nacional de saúde relata que 15,3% da população brasileira acima de 18 anos referiu estar em depressão até a data da entrevista. De acordo com o DSM-5 o TDM é caracterizado por alterações nítidas no afeto, cognição e funções neurovegetativas podendo apresentar especificidades que afetam a maneira de conduzir o tratamento com antidepressivos que visam evitar a disfunção monoaminérgica no cérebro; no entanto novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para casos em que não há resposta ao tratamento convencional.A depressão é uma patologia com etiologia multifatorial, entretanto já se sabe que o fatores genéticos e o estresse têm papéis fundamentais no desenvolvimento do transtorno.Os modelos animais têm papeis importantes na descoberta de novos tratamentos para a depressão, neste sentido, o objetivo deste trabalho é, através de uma revisão da literatura, apresentar os principais tipos de modelos animais de depressão existentes e abordar suas especificidades. Isso é fundamental para entender os mecanismos associados a doença e buscar novos alvos terapêuticos.Métodos: Foi realizada uma revisão não sistemática sobre a variedade de modelos animais e suas especificidades.A procura foi realizada nas bases de dados Pubmed, Scielo e Google acadêmico utilizando-se, principalmente, o descritor “animal model of depression”, foi utilizado como critério de escolha artigos que foram produzidos nos últimos dez anos e que obrigatoriamente contivessem em seus títulos ou resumos os termos: Animal model e depression. Pela vasta quantidade de modelos encontrada optou-se por focar nos bem estabelecidos e mais utilizados. Resultados e discussão: Foram apresentados e analisados os modelos animais de: estresse crônico moderado e imprevisível; desamparo aprendido; derrota social; modelos de linhagem e o modelo induzido por bulbectomia olfatória bilateral; sendo os três primeiros pertencentes a categoria de modelos baseados em estresse. Conclusão: Ao longo dos anos muito se avançou no entendimento da doença e os modelos comportamentais fizeram parte do centro deste avanço, especialmente na descoberta de fármacos e alvos terapêuticos importantes atualmente; não obstante, ainda carecemos de informação sobre esta patologia tão complexa, principalmente no que diz respeito à etiologia e alternativas terapêuticas que fujam da “teoria das monoaminas”. Outro fator pertinente a ser trabalhado é a área de modelos voltados para as fêmeas da espécie; mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver transtorno depressivo maior, porém o que vemos na pesquisa é a utilização de uma série de paradigmas feitos e padronizados em roedores machos, o que pode gerar uma generalização e vieses. Através da revisão dos atuais modelos e da maneira que a pesquisa científica é conduzida poderemos diminuir os vieses translacionais e mimetizar de maneira mais eficaz os sintomas vivenciados por seres humanos, desta maneira tornando o tratamento desta patologia algo produtivo e eficiente para grande parte da população que vive com esta condição.
id UFRGS-2_e4d2b11840b2c2802e5b6c1ab51ad06c
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/232280
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Correa, Pedro Henrique da RosaPortela, Luis Valmor CruzRodolphi, Marcelo Salimen2021-11-27T04:52:00Z2020http://hdl.handle.net/10183/232280001133996Introdução:O transtorno depressivo maior é a principal causa individual de invalidez e o principal precursor do suicídio atualmente. 350 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com esta doença sendo duas vezes mais predominante em mulheres. Em 2019 a pesquisa nacional de saúde relata que 15,3% da população brasileira acima de 18 anos referiu estar em depressão até a data da entrevista. De acordo com o DSM-5 o TDM é caracterizado por alterações nítidas no afeto, cognição e funções neurovegetativas podendo apresentar especificidades que afetam a maneira de conduzir o tratamento com antidepressivos que visam evitar a disfunção monoaminérgica no cérebro; no entanto novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para casos em que não há resposta ao tratamento convencional.A depressão é uma patologia com etiologia multifatorial, entretanto já se sabe que o fatores genéticos e o estresse têm papéis fundamentais no desenvolvimento do transtorno.Os modelos animais têm papeis importantes na descoberta de novos tratamentos para a depressão, neste sentido, o objetivo deste trabalho é, através de uma revisão da literatura, apresentar os principais tipos de modelos animais de depressão existentes e abordar suas especificidades. Isso é fundamental para entender os mecanismos associados a doença e buscar novos alvos terapêuticos.Métodos: Foi realizada uma revisão não sistemática sobre a variedade de modelos animais e suas especificidades.A procura foi realizada nas bases de dados Pubmed, Scielo e Google acadêmico utilizando-se, principalmente, o descritor “animal model of depression”, foi utilizado como critério de escolha artigos que foram produzidos nos últimos dez anos e que obrigatoriamente contivessem em seus títulos ou resumos os termos: Animal model e depression. Pela vasta quantidade de modelos encontrada optou-se por focar nos bem estabelecidos e mais utilizados. Resultados e discussão: Foram apresentados e analisados os modelos animais de: estresse crônico moderado e imprevisível; desamparo aprendido; derrota social; modelos de linhagem e o modelo induzido por bulbectomia olfatória bilateral; sendo os três primeiros pertencentes a categoria de modelos baseados em estresse. Conclusão: Ao longo dos anos muito se avançou no entendimento da doença e os modelos comportamentais fizeram parte do centro deste avanço, especialmente na descoberta de fármacos e alvos terapêuticos importantes atualmente; não obstante, ainda carecemos de informação sobre esta patologia tão complexa, principalmente no que diz respeito à etiologia e alternativas terapêuticas que fujam da “teoria das monoaminas”. Outro fator pertinente a ser trabalhado é a área de modelos voltados para as fêmeas da espécie; mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver transtorno depressivo maior, porém o que vemos na pesquisa é a utilização de uma série de paradigmas feitos e padronizados em roedores machos, o que pode gerar uma generalização e vieses. Através da revisão dos atuais modelos e da maneira que a pesquisa científica é conduzida poderemos diminuir os vieses translacionais e mimetizar de maneira mais eficaz os sintomas vivenciados por seres humanos, desta maneira tornando o tratamento desta patologia algo produtivo e eficiente para grande parte da população que vive com esta condição.Introduction: Major depressive disorder (MDD) is the single biggest cause of disability and the main precursor to suicide behavior. Approximately, 350 million people around the world live with this disease: being twice as prevalent in women. In 2019, the national health survey reports that 15.3% of the Brazilian population over 18 years old reported being depressed until the date of the interview. According to DSM-5, MDD is characterized by clear changes in affection, cognition and neurovegetative functions and may present specificities that affect the way of conducting treatment with antidepressants based on restoration of monoamine levels in the brain; however, new therapeutic alternatives are emerging for cases in which there are no response to conventional treatment. Depression is a pathology with a multifactorial etiology; however, it is already known that the hereditary factor and stress have fundamental roles in the development of the disorder. Animal models have important roles in the discovery of new treatments for depression. Given this, the objective of this work is, through a literature review, to present the main types of existing animal models of depression and address their specificities. Methods: A non-systematic review was carried out on the variety of animal models and their specificities. The search was carried out in the PubMed, Scielo and Google academic databases using, mainly, the descriptor “animal model of depression”, the selection criteria used were articles that were produced in the last ten years and that must contain in their titles or summarize the terms: Animal model and depression. Due to the vast number of models found, it was decided to focus on the well-established and most used ones. Results and discussion: Here it was presented and analyzed animal models of: chronic unpredictable mild stress; learned helplessness; social defeat; lineage models and the model induced by bilateral olfactory bulbectomy; the first three models belonging to the category of stress-based models. Conclusion: Animal modeling for major depressive disorder has been attesting to its magnitude since the second half of the 20th century, over the years much progress has been made in understanding the disease and behavioral models have been at the center of this advance, especially in the discovery of drugs and important therapeutic targets today; nevertheless, we still lack information on this pathology so complex, mainly with regard to the etiology and therapeutic alternatives that escape the theory of monoamines. Another relevant factor to be worked on is the area of models aimed at females of the species; women are twice as likely to develop major depressive disorder, but what we see in the research is the use of a series of paradigms made and standardized in male rodents, and in many of them it is not possible to obtain similar results in female specimens. By reviewing current models and the way scientific research is conducted, we can reduce translational biases and more effectively mimic the symptoms experienced by human beings, thus making the treatment of this pathology something productive and efficient for a large part of the population that lives with this condition.application/pdfporTranstorno depressivo maiorModelos animaisEstresse psicológicoBulbo olfatórioMajor depressionAnimal modelsBulbectomyStressStrain modelsO estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literaturainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePorto Alegre, BR-RS2020Biomedicinagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001133996.pdf.txt001133996.pdf.txtExtracted Texttext/plain132620http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232280/2/001133996.pdf.txt70c3b9431ceac0520889ccdc69106ef7MD52ORIGINAL001133996.pdfTexto completoapplication/pdf696656http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232280/1/001133996.pdfafb0a34a6f0ebe813c1f7a8c55ba7912MD5110183/2322802021-12-06 05:38:43.775666oai:www.lume.ufrgs.br:10183/232280Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-12-06T07:38:43Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
title O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
spellingShingle O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
Correa, Pedro Henrique da Rosa
Transtorno depressivo maior
Modelos animais
Estresse psicológico
Bulbo olfatório
Major depression
Animal models
Bulbectomy
Stress
Strain models
title_short O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
title_full O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
title_fullStr O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
title_full_unstemmed O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
title_sort O estudo da depressão maior em modelos animais : uma revisão da literatura
author Correa, Pedro Henrique da Rosa
author_facet Correa, Pedro Henrique da Rosa
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Correa, Pedro Henrique da Rosa
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Portela, Luis Valmor Cruz
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Rodolphi, Marcelo Salimen
contributor_str_mv Portela, Luis Valmor Cruz
Rodolphi, Marcelo Salimen
dc.subject.por.fl_str_mv Transtorno depressivo maior
Modelos animais
Estresse psicológico
Bulbo olfatório
topic Transtorno depressivo maior
Modelos animais
Estresse psicológico
Bulbo olfatório
Major depression
Animal models
Bulbectomy
Stress
Strain models
dc.subject.eng.fl_str_mv Major depression
Animal models
Bulbectomy
Stress
Strain models
description Introdução:O transtorno depressivo maior é a principal causa individual de invalidez e o principal precursor do suicídio atualmente. 350 milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com esta doença sendo duas vezes mais predominante em mulheres. Em 2019 a pesquisa nacional de saúde relata que 15,3% da população brasileira acima de 18 anos referiu estar em depressão até a data da entrevista. De acordo com o DSM-5 o TDM é caracterizado por alterações nítidas no afeto, cognição e funções neurovegetativas podendo apresentar especificidades que afetam a maneira de conduzir o tratamento com antidepressivos que visam evitar a disfunção monoaminérgica no cérebro; no entanto novas alternativas terapêuticas vêm surgindo para casos em que não há resposta ao tratamento convencional.A depressão é uma patologia com etiologia multifatorial, entretanto já se sabe que o fatores genéticos e o estresse têm papéis fundamentais no desenvolvimento do transtorno.Os modelos animais têm papeis importantes na descoberta de novos tratamentos para a depressão, neste sentido, o objetivo deste trabalho é, através de uma revisão da literatura, apresentar os principais tipos de modelos animais de depressão existentes e abordar suas especificidades. Isso é fundamental para entender os mecanismos associados a doença e buscar novos alvos terapêuticos.Métodos: Foi realizada uma revisão não sistemática sobre a variedade de modelos animais e suas especificidades.A procura foi realizada nas bases de dados Pubmed, Scielo e Google acadêmico utilizando-se, principalmente, o descritor “animal model of depression”, foi utilizado como critério de escolha artigos que foram produzidos nos últimos dez anos e que obrigatoriamente contivessem em seus títulos ou resumos os termos: Animal model e depression. Pela vasta quantidade de modelos encontrada optou-se por focar nos bem estabelecidos e mais utilizados. Resultados e discussão: Foram apresentados e analisados os modelos animais de: estresse crônico moderado e imprevisível; desamparo aprendido; derrota social; modelos de linhagem e o modelo induzido por bulbectomia olfatória bilateral; sendo os três primeiros pertencentes a categoria de modelos baseados em estresse. Conclusão: Ao longo dos anos muito se avançou no entendimento da doença e os modelos comportamentais fizeram parte do centro deste avanço, especialmente na descoberta de fármacos e alvos terapêuticos importantes atualmente; não obstante, ainda carecemos de informação sobre esta patologia tão complexa, principalmente no que diz respeito à etiologia e alternativas terapêuticas que fujam da “teoria das monoaminas”. Outro fator pertinente a ser trabalhado é a área de modelos voltados para as fêmeas da espécie; mulheres têm duas vezes mais chances de desenvolver transtorno depressivo maior, porém o que vemos na pesquisa é a utilização de uma série de paradigmas feitos e padronizados em roedores machos, o que pode gerar uma generalização e vieses. Através da revisão dos atuais modelos e da maneira que a pesquisa científica é conduzida poderemos diminuir os vieses translacionais e mimetizar de maneira mais eficaz os sintomas vivenciados por seres humanos, desta maneira tornando o tratamento desta patologia algo produtivo e eficiente para grande parte da população que vive com esta condição.
publishDate 2020
dc.date.issued.fl_str_mv 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-11-27T04:52:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/232280
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001133996
url http://hdl.handle.net/10183/232280
identifier_str_mv 001133996
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232280/2/001133996.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232280/1/001133996.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 70c3b9431ceac0520889ccdc69106ef7
afb0a34a6f0ebe813c1f7a8c55ba7912
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224615484194816