Iniquidades raciais na atenção pré-natal : estudo de coorte Maternar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/216959 |
Resumo: | Introdução: Os tempos de escravidão deixaram inúmeras sequelas na história da população negra, que se perpetuam até os dias atuais. Além de serem mais pobres, menos escolarizados e mais marginalizados, sofrem com as opressões estruturais no âmbito da saúde, incluindo a assistência ao pré-natal. Cabe destacar que a realização de um pré-natal adequado e de qualidade é determinante para a saúde materna e do bebê, pois permite a detecção precoce de complicações e fatores de risco. Objetivo: Avaliar a adequação dos procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde na atenção pré-natal de mulheres negras e brancas, além de identificar possíveis iniquidades raciais. Métodos: Estudo transversal utilizando dados do Estudo de Coorte Maternar, conduzido entre 2018 e 2019 em uma maternidade referência no Sul do Brasil. Foi realizada entrevista com puérperas no pós-parto imediato e coleta de dados da caderneta da gestante. A adequação do pré-natal foi avaliada a partir dos procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde. As análises estatísticas foram, ainda, estratificadas por renda familiar per capita. Resultados: Foram incluídas 1.216 puérperas, das quais 43,9% autodeclaradas negras. As puérperas negras com renda familiar mensal entre 351,3 e 655,89 reais apresentaram maior risco de início tardio do pré-natal (RP 1,30; IC95% 1,04-1,63), de não atingirem o número mínimo preconizado de consultas (RP 1,36; IC95% 1,05-1,77) e de não alcançarem a cobertura mínima (RP 1,25; IC95% 1,00 – 1,57). Por outro lado, realizavam menos parto cesariana (RP 0,72; IC95% 0,56-0,93). Já puérperas negras com renda familiar mensal entre 655,9 e 3513,75 reais, possuíam menos registro da altura na caderneta da gestante (RP 1,36; IC95% 1,02-1,82). Conclusão: As mulheres negras são as que mais sofrem com as inadequações dos procedimentos do pré-natal, pois iniciam mais tardiamente, não realizam o número mínimo de consultas e, por consequência, não atingem a cobertura mínima do pré-natal, apresentam menor registro de altura na caderneta de gestante. Apesar das inadequações, são as que mais realizam o parto vaginal, relacionado ao estigma de a mulher negra ser mais forte e resistente à dor. |
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Santos, Bruna Castanheira dosBosa, Vera LúciaHoland, Bruna Luiza2020-12-30T04:22:42Z2020http://hdl.handle.net/10183/216959001120630Introdução: Os tempos de escravidão deixaram inúmeras sequelas na história da população negra, que se perpetuam até os dias atuais. Além de serem mais pobres, menos escolarizados e mais marginalizados, sofrem com as opressões estruturais no âmbito da saúde, incluindo a assistência ao pré-natal. Cabe destacar que a realização de um pré-natal adequado e de qualidade é determinante para a saúde materna e do bebê, pois permite a detecção precoce de complicações e fatores de risco. Objetivo: Avaliar a adequação dos procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde na atenção pré-natal de mulheres negras e brancas, além de identificar possíveis iniquidades raciais. Métodos: Estudo transversal utilizando dados do Estudo de Coorte Maternar, conduzido entre 2018 e 2019 em uma maternidade referência no Sul do Brasil. Foi realizada entrevista com puérperas no pós-parto imediato e coleta de dados da caderneta da gestante. A adequação do pré-natal foi avaliada a partir dos procedimentos preconizados pelo Ministério da Saúde. As análises estatísticas foram, ainda, estratificadas por renda familiar per capita. Resultados: Foram incluídas 1.216 puérperas, das quais 43,9% autodeclaradas negras. As puérperas negras com renda familiar mensal entre 351,3 e 655,89 reais apresentaram maior risco de início tardio do pré-natal (RP 1,30; IC95% 1,04-1,63), de não atingirem o número mínimo preconizado de consultas (RP 1,36; IC95% 1,05-1,77) e de não alcançarem a cobertura mínima (RP 1,25; IC95% 1,00 – 1,57). Por outro lado, realizavam menos parto cesariana (RP 0,72; IC95% 0,56-0,93). Já puérperas negras com renda familiar mensal entre 655,9 e 3513,75 reais, possuíam menos registro da altura na caderneta da gestante (RP 1,36; IC95% 1,02-1,82). Conclusão: As mulheres negras são as que mais sofrem com as inadequações dos procedimentos do pré-natal, pois iniciam mais tardiamente, não realizam o número mínimo de consultas e, por consequência, não atingem a cobertura mínima do pré-natal, apresentam menor registro de altura na caderneta de gestante. Apesar das inadequações, são as que mais realizam o parto vaginal, relacionado ao estigma de a mulher negra ser mais forte e resistente à dor.Introduction: The times of slavery left countless consequences in the history of the black population, which are perpetuated until the present day. In addition to being poorer, less educated and more marginalized, they suffer from structural oppression in the area of health, including prenatal care. It should be noted that the performance of adequate and quality prenatal care is crucial for maternal and baby health, as it allows for early detection of complications and risk factors. Objective: Assess the adequacy of the procedures recommended by the Ministry of Health in the prenatal care of black and white women, in addition to identifying possible racial inequities.. Methods: Cross-sectional study using data from the Maternal Cohort Study, conducted between 2018 and 2019 at a reference maternity hospital in southern Brazil. An interview was carried out with puerperal women in the immediate postpartum period and data were collected from the pregnant woman's handbook. The adequacy of prenatal care was assessed based on the procedures recommended by the Ministry of Health. The statistical analyzes were also stratified by family income per capita. Results: 1,216 puerperal women were included, of which 43.9% declared themselves black. Black mothers with a monthly family income between R $ 351.3 and R $ 655.89 had a higher risk of late prenatal initiation (PR 1.30; 95% CI 1.04-1.63), of not reaching the recommended minimum number of consultations (PR 1.36; 95% CI 1.05-1.77) and of not reaching the minimum coverage (PR 1.25; 95% CI 1.00 - 1.57). On the other hand, they performed less cesarean delivery (PR 0.72; 95% CI 0.56-0.93). Black mothers with a monthly family income between R $ 655.9 and R $ 3513.75, had less height record in the pregnant woman's book (PR 1.36; 95% CI 1.02-1.82). Conclusion: Black women are the ones who suffer most from the inadequacies of prenatal procedures, as they start later, do not carry out the minimum number of consultations and, consequently, do not reach the minimum prenatal coverage, have a lower height record. in the pregnant woman's handbook. Despite the inadequacies, they are the ones who most perform vaginal delivery, related to the stigma of the black woman being stronger and resistant to pain.application/pdfporCuidado pré-natalSaúde da mulherFatores socioeconômicosPrenatal careSocial inequityWomen's healthIniquidades raciais na atenção pré-natal : estudo de coorte Maternarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPorto Alegre, BR-RS2020Nutriçãograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001120630.pdf.txt001120630.pdf.txtExtracted Texttext/plain66079http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216959/2/001120630.pdf.txt4447918592fe18f615bef4426faf3840MD52ORIGINAL001120630.pdfTexto completoapplication/pdf3522897http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/216959/1/001120630.pdf8ae5c0471cf17a9e2616c2152e364e41MD5110183/2169592022-12-07 05:52:22.640665oai:www.lume.ufrgs.br:10183/216959Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-12-07T07:52:22Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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