Perda ponderal e proporção de carências nutricionais após dois anos de procedimento cirúrgico em pacientes obesos submetidos à cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Nara Maggioni dos
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/16551
Resumo: Introdução: Uma das técnicas disabsortivas utilizadas para o tratamento da obesidade mórbida é a cirurgia de derivação biliopancreática "Duodenal Switch". O pós-operatório desta técnica cirúrgica pode estar associado a carências nutricionais. Objetivo: Avaliar a perda ponderal e proporção de carências nutricionais dos pacientes após dois anos de cirurgia bariátrica de derivação biliopancreática com gastrectomia longitudinal e preservação pilórica ("Duodenal Switch") através de um estudo de casos prospectivo. Pacientes e Métodos: Foram investigados os dados de prontuário (antes e dados de um e dois anos após a cirurgia) de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica de derivação biliopancreática ("Duodenal Switch") em centro especializado: peso (com roupas leves, em atendimento com nutricionista) e valores séricos solicitados em atendimento médico [albumina (método colorimétrico com bromocresol), cálcio (método colorimétrico), ferro (método colorimétrico Guanina-Ferrozina) e ferritina (eletroquimioluminescência)]. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o IMC pré-cirúrgico em super-obesos (IMC >=50 kg/m2) e obesos. Foram criadas categorias de perda de excesso de peso de acordo com a distribuição em quartis observada: <55%; 55,1-75,9%; 76-88,9% e >89%. Resultados: Dados de 82 pacientes (76,8% mulheres; 38,5±10,3 anos; IMC pré-operatório: 49,6±7,7 kg/m²) que realizaram procedimento cirúrgico no período de 2002 a 2006 foram avaliados. Trinta e um (37,8%) pacientes foram considerados super-obesos (IMC >=50 kg/m²) antes da cirurgia, 45 (54,9%) apresentavam pelo menos uma co-morbidade associada à obesidade e 56 (68,3%) seguiram acompanhamento com nutricionista até os dias de hoje (2008). A perda ponderal observada no primeiro ano [-42,8 (38,4-46,8) kg] foi mantida ao final do segundo ano [-43,4 (39,0-47,9) kg; P=0,522]. Entretanto, 19 (37,3%) pacientes apresentaram ganho de peso [5,2 (2,2-8,1) kg] no segundo ano quando comparados com o peso corporal ao final do primeiro ano após a cirurgia (n=51). Não foram observadas diferenças entre os valores séricos de albumina, cálcio, ferro e ferritina ao final do primeiro e segundo anos (P>0,05). Ao comparar os pacientes de acordo com o IMC pré-cirúrgico, não foram observadas diferenças na perda ponderal. Entretanto, os pacientes super-obesos apresentaram valores séricos de albumina menores quando comparados com os pacientes obesos ao final do primeiro [3,6 (3,4-3,9) vs. 4,0 (3,8-4,1) g/dL; P=0,005] e segundo anos [3,8 (3,8-4,2) vs. 4,1 (4,0-4,3) g/dL; P=0,007], respectivamente. Em relação ao percentual de perda de excesso de peso, uma menor proporção de pacientes super-obesos apresentaram uma perda de excesso de peso >89% (maior quartil) ao final do primeiro e segundo anos quando comparados com os pacientes obesos: Primeiro ano = 4,2% vs. 35,6%; P=0,013; Segundo ano = 9,5% vs. 35,5%; P=0,044. Conclusão: Pacientes com maior IMC pré-cirúrgico apresentaram menor perda de excesso de peso após o procedimento de derivação biliopancreática "Duodenal Switch" em relação aos pacientes com IMC menor. Além disto, os pacientes super-obesos apresentaram menores valores de albumina sérica ao longo de dois anos após a cirurgia, quando comparados com os pacientes obesos. Estes resultados sugerem o estabelecimento de um protocolo de investigação do estado nutricional iniciado antes da cirurgia, considerando o IMC do paciente.
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