Resistência e conflito nos territórios quilombolas : inserindo intitulamentos ambientais coletivos no debate

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Ana Monteiro
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Bezerra, Alexandre Chaves, Kühn, Daniela Dias
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/200866
Resumo: Este trabalho apresenta a importância da inserção de uma dimensão de análise que abarque a compreensão de aspectos ambientais na dinâmica de desenvolvimento das comunidades tradicionais. Aqui, é apresentada a análise de duas comunidades quilombolas que tem seus territórios ameaçados por grandes obras no Rio São Francisco, Cupira (PE) e de Resina (SE). A análise apresenta a pertinência da construção teórica da noção de intitulamentos ambientais para a interpretação seniana para o processo de desenvolvimento. Nesse sentido, é realizada uma análise crítica do papel do Estado, comparando a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para Povos e Comunidades Tradicionais e aquilo que ocorre nas comunidades quilombolas, como uma permanência da exclusão de direitos sociais e de acesso a terra. Diante de propostas voltadas para o desenvolvimentismo, percebe-se a existência de conflitos e a supressão de direitos, em uma clara sobreposição da visão da natureza como recurso a serviço do capital e não da natureza como constitutiva dos territórios e, portanto, do modo de vida dessas populações. Assim, há uma dicotomia nas medidas adotadas por um Estado que promove ações muito mais caracterizadas e aderentes a um discurso político que privilegia o processo de crescimento econômico, relegando a um segundo momento o debate em relação aos processos multidimensionais de desenvolvimento.
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