Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/204407 |
Resumo: | A caracterização clínica-epidemiológica de doenças auxilia no direcionamento do diagnóstico. O objetivo deste trabalho foi descrever aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma série de casos de hiperadrenocorticismo (HAC) canino. Foram avaliados 115 prontuários de cães diagnosticados pelo teste de supressão por baixa dose de dexametasona e/ou teste de estimulação com ACTH. Os casos de HAC ACTH-dependentes representaram 81,3% da população, e 18,7% foram ACTH-independentes. As fêmeas foram mais acometidas, representando 69,3% dos casos. A média de idade foi 10,3 ± 2,5 anos e 64,9% eram gonadectomizados. A maioria dos cães foi de porte pequeno, de até 10 kg (73,9%). As raças mais frequentes foram Poodle (27%), Dachshund (17,4%) e Yorkshire (10,4%). As manifestações clínicas mais relatadas foram polifagia (86%), polidipsia (82,6%), poliúria (80%), abdome pendular (82,6%), atrofia cutânea (79,1%), fraqueza muscular (78,3%) e dispneia (74,8%). Entretanto, eventualmente sinais clínicos pouco associados ao HAC se manifestaram de forma mais importante que os sinais clássicos da doença. O hemograma revelou neutrofilia (66%), eosinopenia (58,3%) e linfopenia (42,6%) como principais alterações hematológicas. Na bioquímica sérica foi observado aumento de fosfatase alcalina (81,74% dos casos), aumento da atividade da ALT (62,6%), hipercolesterolemia (66%) e hipertrigliceridemia (54,7%). A urinálise revelou hipostenúria em 14,9% e isostenúria em 13,5%; além de proteinúria em 50% dos casos. A ecografia abdominal evidenciou hiperplasia bilateral de adrenal (92,2%) com assimetria de adrenais em 20,8% dos casos, além de hepatomegalia (80,9%), lama biliar (67,8%) e hiperecogenicidade hepática (47,8%). Concluiu-se que fêmeas castradas de pequeno porte, principalmente das raças Poodles e Dachshunds, apresentaram maior frequência na população estudada e que as principais alterações observadas clínicas e nos exames complementares foram polifagia, poliúria, polidipsia, aumento abdominal, hiperplasia da adrenal, aumento de fosfatase alcalina e hiperlipidemia. Estes resultados corroboram para melhor caracterização da doença no Brasil. Este estudo concluiu que a população estudada se assemelha ao perfil populacional de cães com HAC descrito em estudos Europeus e Norte Americanos de forma que o perfil dos casos ao redor do globo parece similar. |
id |
UFRGS-2_ee992a7b2f21b5a6437e8c678a836eb6 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204407 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Martins, Francisco Sávio de MouraCarvalho, Guilherme Luiz Carvalho deJesus, Luciana dePöppl, Alan GomesDiaz Gonzalez, Felix Hilario2020-01-17T04:09:28Z20190100-736Xhttp://hdl.handle.net/10183/204407001107983A caracterização clínica-epidemiológica de doenças auxilia no direcionamento do diagnóstico. O objetivo deste trabalho foi descrever aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma série de casos de hiperadrenocorticismo (HAC) canino. Foram avaliados 115 prontuários de cães diagnosticados pelo teste de supressão por baixa dose de dexametasona e/ou teste de estimulação com ACTH. Os casos de HAC ACTH-dependentes representaram 81,3% da população, e 18,7% foram ACTH-independentes. As fêmeas foram mais acometidas, representando 69,3% dos casos. A média de idade foi 10,3 ± 2,5 anos e 64,9% eram gonadectomizados. A maioria dos cães foi de porte pequeno, de até 10 kg (73,9%). As raças mais frequentes foram Poodle (27%), Dachshund (17,4%) e Yorkshire (10,4%). As manifestações clínicas mais relatadas foram polifagia (86%), polidipsia (82,6%), poliúria (80%), abdome pendular (82,6%), atrofia cutânea (79,1%), fraqueza muscular (78,3%) e dispneia (74,8%). Entretanto, eventualmente sinais clínicos pouco associados ao HAC se manifestaram de forma mais importante que os sinais clássicos da doença. O hemograma revelou neutrofilia (66%), eosinopenia (58,3%) e linfopenia (42,6%) como principais alterações hematológicas. Na bioquímica sérica foi observado aumento de fosfatase alcalina (81,74% dos casos), aumento da atividade da ALT (62,6%), hipercolesterolemia (66%) e hipertrigliceridemia (54,7%). A urinálise revelou hipostenúria em 14,9% e isostenúria em 13,5%; além de proteinúria em 50% dos casos. A ecografia abdominal evidenciou hiperplasia bilateral de adrenal (92,2%) com assimetria de adrenais em 20,8% dos casos, além de hepatomegalia (80,9%), lama biliar (67,8%) e hiperecogenicidade hepática (47,8%). Concluiu-se que fêmeas castradas de pequeno porte, principalmente das raças Poodles e Dachshunds, apresentaram maior frequência na população estudada e que as principais alterações observadas clínicas e nos exames complementares foram polifagia, poliúria, polidipsia, aumento abdominal, hiperplasia da adrenal, aumento de fosfatase alcalina e hiperlipidemia. Estes resultados corroboram para melhor caracterização da doença no Brasil. Este estudo concluiu que a população estudada se assemelha ao perfil populacional de cães com HAC descrito em estudos Europeus e Norte Americanos de forma que o perfil dos casos ao redor do globo parece similar.Diseases’ clinical-epidemiological characterization assists in directing the diagnosis. The objective of this study was to describe epidemiological, clinical and laboratorial aspects of a case series of canine hyperadrenocorticism (HAC). One-hundred fifteen records of dogs diagnosed by the low dose dexamethasone suppression test and/or ACTH stimulation test were evaluated. Of the cases, 81.3% were HAC ACTH-dependent and 18.7% HAC ACTH-independent. Females were more affected, representing 69.3% of the cases. The mean age was 10.3±2.5 years and 64.9% were gonadectomized. Most of the patients were small size dogs, weighting less than 10kg (73.9%). The most frequent breeds were: Poodle (27%), Dachshund (17.4%), and Yorkshire Terrier (10.4%). The most frequent clinical manifestations were polyphagia (86%), polydipsia (82.6%), polyuria (80%), abdominal enlargement (82.6%), thin skin (79.1%), muscular weakness (78.3%) and panting (74.8%). However, eventually unusual HAC-associated signs would be present in some dogs in a more important way compared with the classic disease´s clinical signs. The CBC showed neutrophilia (66%), eosinopenia (58.3%) and lymphopenia (42.6%) as main hematological abnormalities. The most common findings in serum biochemistry were increased alkaline phosphatase activity (81.74%), increased ALT activity (62.6%), hypercholesterolemia (66%) and hypertriglyceridemia (54.7%). Urinalysis revealed hyposthenuria in 14.9% and isostenuria in 13.5%; besides proteinuria in 50% of the cases. Abdominal ultrasound showed bilateral adrenal hyperplasia (92.2%) with adrenal asymmetry in 20.8% of the cases, in addition to hepatomegaly (80.9%), biliary sludge (67.8%) and hepatic hyperechogenicity (47.8%). It was concluded that small size gonadectomized female dogs, mainly Poodles and Dachshunds, presented higher frequency in the population studied, and that the main changes observed in clinical and complementary tests were polyphagia, polyuria, polydipsia, abdominal enlargement, adrenal hyperplasia, increased phosphatase alkaline and hyperlipidemia. These results corroborated to a better disease characterization at Brazil. This work concluded that the population studied resembles the profile describe in European and North American epidemiologic studies, and that the HAC dog´s clinical picture looks similar worldwide.application/pdfengPesquisa veterinária brasileira. Vol. 39, no. 11 (Nov. 2019), p. 900-908EpidemiologiaDiagnóstico laboratorialHiperadrenocorticismoCãesBrasil, Região SulEpidemiologyClinicsLaboratoryCase seriesCanine hyperadrenocorticismDogsCushing syndromeHypercortisolismGlucocorticoidsEpidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014)Aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais em uma série de cães com hiperadrenocorticismo : 115 casos (2010-2014)info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001107983.pdf.txt001107983.pdf.txtExtracted Texttext/plain50349http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204407/2/001107983.pdf.txt70a79a3efaa7236f8463b1b0bb963951MD52ORIGINAL001107983.pdfTexto completo (inglês)application/pdf1187255http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204407/1/001107983.pdf4531d88f6ba624f40d7ad1cce640b2a1MD5110183/2044072020-01-18 05:14:32.626251oai:www.lume.ufrgs.br:10183/204407Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2020-01-18T07:14:32Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
dc.title.alternative.pt.fl_str_mv |
Aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais em uma série de cães com hiperadrenocorticismo : 115 casos (2010-2014) |
title |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
spellingShingle |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) Martins, Francisco Sávio de Moura Epidemiologia Diagnóstico laboratorial Hiperadrenocorticismo Cães Brasil, Região Sul Epidemiology Clinics Laboratory Case series Canine hyperadrenocorticism Dogs Cushing syndrome Hypercortisolism Glucocorticoids |
title_short |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
title_full |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
title_fullStr |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
title_full_unstemmed |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
title_sort |
Epidemiological, clinical, and laboratory aspects in a case series of canine hyperadrenocorticism : 115 cases (2010-2014) |
author |
Martins, Francisco Sávio de Moura |
author_facet |
Martins, Francisco Sávio de Moura Carvalho, Guilherme Luiz Carvalho de Jesus, Luciana de Pöppl, Alan Gomes Diaz Gonzalez, Felix Hilario |
author_role |
author |
author2 |
Carvalho, Guilherme Luiz Carvalho de Jesus, Luciana de Pöppl, Alan Gomes Diaz Gonzalez, Felix Hilario |
author2_role |
author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Martins, Francisco Sávio de Moura Carvalho, Guilherme Luiz Carvalho de Jesus, Luciana de Pöppl, Alan Gomes Diaz Gonzalez, Felix Hilario |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Epidemiologia Diagnóstico laboratorial Hiperadrenocorticismo Cães Brasil, Região Sul |
topic |
Epidemiologia Diagnóstico laboratorial Hiperadrenocorticismo Cães Brasil, Região Sul Epidemiology Clinics Laboratory Case series Canine hyperadrenocorticism Dogs Cushing syndrome Hypercortisolism Glucocorticoids |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Epidemiology Clinics Laboratory Case series Canine hyperadrenocorticism Dogs Cushing syndrome Hypercortisolism Glucocorticoids |
description |
A caracterização clínica-epidemiológica de doenças auxilia no direcionamento do diagnóstico. O objetivo deste trabalho foi descrever aspectos epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de uma série de casos de hiperadrenocorticismo (HAC) canino. Foram avaliados 115 prontuários de cães diagnosticados pelo teste de supressão por baixa dose de dexametasona e/ou teste de estimulação com ACTH. Os casos de HAC ACTH-dependentes representaram 81,3% da população, e 18,7% foram ACTH-independentes. As fêmeas foram mais acometidas, representando 69,3% dos casos. A média de idade foi 10,3 ± 2,5 anos e 64,9% eram gonadectomizados. A maioria dos cães foi de porte pequeno, de até 10 kg (73,9%). As raças mais frequentes foram Poodle (27%), Dachshund (17,4%) e Yorkshire (10,4%). As manifestações clínicas mais relatadas foram polifagia (86%), polidipsia (82,6%), poliúria (80%), abdome pendular (82,6%), atrofia cutânea (79,1%), fraqueza muscular (78,3%) e dispneia (74,8%). Entretanto, eventualmente sinais clínicos pouco associados ao HAC se manifestaram de forma mais importante que os sinais clássicos da doença. O hemograma revelou neutrofilia (66%), eosinopenia (58,3%) e linfopenia (42,6%) como principais alterações hematológicas. Na bioquímica sérica foi observado aumento de fosfatase alcalina (81,74% dos casos), aumento da atividade da ALT (62,6%), hipercolesterolemia (66%) e hipertrigliceridemia (54,7%). A urinálise revelou hipostenúria em 14,9% e isostenúria em 13,5%; além de proteinúria em 50% dos casos. A ecografia abdominal evidenciou hiperplasia bilateral de adrenal (92,2%) com assimetria de adrenais em 20,8% dos casos, além de hepatomegalia (80,9%), lama biliar (67,8%) e hiperecogenicidade hepática (47,8%). Concluiu-se que fêmeas castradas de pequeno porte, principalmente das raças Poodles e Dachshunds, apresentaram maior frequência na população estudada e que as principais alterações observadas clínicas e nos exames complementares foram polifagia, poliúria, polidipsia, aumento abdominal, hiperplasia da adrenal, aumento de fosfatase alcalina e hiperlipidemia. Estes resultados corroboram para melhor caracterização da doença no Brasil. Este estudo concluiu que a população estudada se assemelha ao perfil populacional de cães com HAC descrito em estudos Europeus e Norte Americanos de forma que o perfil dos casos ao redor do globo parece similar. |
publishDate |
2019 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2020-01-17T04:09:28Z |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/204407 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0100-736X |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001107983 |
identifier_str_mv |
0100-736X 001107983 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/204407 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
eng |
language |
eng |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Pesquisa veterinária brasileira. Vol. 39, no. 11 (Nov. 2019), p. 900-908 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204407/2/001107983.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/204407/1/001107983.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
70a79a3efaa7236f8463b1b0bb963951 4531d88f6ba624f40d7ad1cce640b2a1 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
lume@ufrgs.br |
_version_ |
1817725061348458496 |