Some animals are more equal than others : uma análise da tradução de nomes próprios em animal farm
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/255311 |
Resumo: | Neste estudo, buscamos analisar as escolhas de tratamento dos nomes próprios de quatro traduções para o português brasileiro de Animal Farm: a fairy story, de George Orwell. Este livro que retrata a rebelião dos animais de uma fazenda contra os humanos em uma sátira dos eventos da Revolução Russa, e os nomes próprios do livro têm significados simbólicos aludindo a personagens da vida real. Nossa hipótese inicial era de que haveria um maior nível de interferência do tradutor da edição de 1964, Heitor de Aquino Ferreira, devido ao contexto político-social do golpe militar do mesmo ano e a finalidade da publicação de servir como propaganda anticomunista no Brasil à época. Para examinar se haveria interferências e, caso houvesse, quais seriam seus impactos na compreensão de diferentes públicos-alvo, apoiamo-nos nas propostas de Nord (2003), em seu estudo sobre os nomes próprios das traduções de Alice in Wonderland, e em Franco-Aixelá (2013) e seu conceito de Item Cultural Específico (ICE) em tradução. A partir disso, cotejamos os nomes das traduções de Heitor de Aquino Ferreira (2007), Paulo Henriques Britto (2020), Karla Lima (2021) e Denise Bottmann (2021) e analisamos as estratégias adotadas por cada tradutor, categorizando as escolhas em reprodução, substituição, decalque, adaptação ortográfica ou exônimo do original, conforme Nord (2003). Após examinar as estratégias, obtivemos como resultado uma uniformidade entre as traduções de Heitor de Aquino Ferreira, Paulo Henriques Britto e Denise Bottmann, com as três tendendo à substituição dos nomes originais do inglês por nomes pertencentes à cultura-alvo brasileira, em um movimento de aproximação da história ao universo dos leitores. Karla Lima, por outro lado, reproduziu a forma original de 90% dos nomes próprios de sua tradução. Os resultados condizem com as assunções iniciais sobre o público-alvo de cada editora. Por fim, concluímos que as interferências políticas da tradução de Heitor de Aquino Ferreira não são visíveis em nível do tratamento dos nomes próprios, e que o mesmo ocorre com os demais tradutores. Esperamos que esta monografia sirva para reforçar a importância do debate sobre o papel político do tradutor, sobretudo em situações/momentos de crise [política] e de manipulação dos fatos. |
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Balt, Tainara Cecília SilveiraReuillard, Patrícia Chittoni Ramos2023-03-04T03:27:17Z2022http://hdl.handle.net/10183/255311001163510Neste estudo, buscamos analisar as escolhas de tratamento dos nomes próprios de quatro traduções para o português brasileiro de Animal Farm: a fairy story, de George Orwell. Este livro que retrata a rebelião dos animais de uma fazenda contra os humanos em uma sátira dos eventos da Revolução Russa, e os nomes próprios do livro têm significados simbólicos aludindo a personagens da vida real. Nossa hipótese inicial era de que haveria um maior nível de interferência do tradutor da edição de 1964, Heitor de Aquino Ferreira, devido ao contexto político-social do golpe militar do mesmo ano e a finalidade da publicação de servir como propaganda anticomunista no Brasil à época. Para examinar se haveria interferências e, caso houvesse, quais seriam seus impactos na compreensão de diferentes públicos-alvo, apoiamo-nos nas propostas de Nord (2003), em seu estudo sobre os nomes próprios das traduções de Alice in Wonderland, e em Franco-Aixelá (2013) e seu conceito de Item Cultural Específico (ICE) em tradução. A partir disso, cotejamos os nomes das traduções de Heitor de Aquino Ferreira (2007), Paulo Henriques Britto (2020), Karla Lima (2021) e Denise Bottmann (2021) e analisamos as estratégias adotadas por cada tradutor, categorizando as escolhas em reprodução, substituição, decalque, adaptação ortográfica ou exônimo do original, conforme Nord (2003). Após examinar as estratégias, obtivemos como resultado uma uniformidade entre as traduções de Heitor de Aquino Ferreira, Paulo Henriques Britto e Denise Bottmann, com as três tendendo à substituição dos nomes originais do inglês por nomes pertencentes à cultura-alvo brasileira, em um movimento de aproximação da história ao universo dos leitores. Karla Lima, por outro lado, reproduziu a forma original de 90% dos nomes próprios de sua tradução. Os resultados condizem com as assunções iniciais sobre o público-alvo de cada editora. Por fim, concluímos que as interferências políticas da tradução de Heitor de Aquino Ferreira não são visíveis em nível do tratamento dos nomes próprios, e que o mesmo ocorre com os demais tradutores. Esperamos que esta monografia sirva para reforçar a importância do debate sobre o papel político do tradutor, sobretudo em situações/momentos de crise [política] e de manipulação dos fatos.The main objective of this work is to investigate the different approaches for the proper names of four translations into Brazilian Portuguese of Animal Farm: a fairy story. This book portrays the rebellion of animals against humans in a satire of the events of the Russian Revolution, and the book's proper names have symbolic meanings alluding to real-life characters. Our initial hypothesis was that there would be a higher level of interference from the translator of the 1964 edition, Heitor de Aquino Ferreira, due to the political context and the purpose of the publication to serve as anti-communist propaganda in Brazil at the time. To examine whether there would be an interference and, if so, what would be their impact on the comprehension of different target audiences, we rely on the proposals of Nord (2003), in her study on the proper names of the translations of Alice in Wonderland, and Franco-Aixelá (2013) and his concept of Cultural-Specific Items (CSI) in translation. We collected the names of the translations by Heitor de Aquino Ferreira (2007), Paulo Henriques Britto (2020), Karla Lima (2021), and Denise Bottmann (2021) and compared the strategies used by each translator. Following the strategies presented by Nord (2003), we then categorized the translators’ choices into reproduction, substitution, calque, orthographic adaptation or exonym. We noticed some similarities between the translations of Heitor de Aquino Ferreira, Paulo Henriques Britto, and Denise Bottmann since all three tend to substitute the original names with names belonging to Brazilian culture, bringing the story closer to the readers’ universe. Karla Lima, on the other hand, reproduced the original form of 90% of the proper names these items in her translation. The results are consistent with the initial assumptions about each publisher's target audience. Finally, we concluded that political interference in Heitor de Aquino Ferreira's translation is not visible regarding proper names. The same occurs with the other translations. We hope this work will reinforce the importance of the debate on the role of the translator in situations of political crisis and manipulation of facts.application/pdfporOrwell, George, 1903-1950. A revolução dos bichosEstudos de traduçãoNomes própriosTradução e interpretaçãoAnimal FarmTranslation StudiesChristiane NordFranco-AixeláProper Names in TranslationSome animals are more equal than others : uma análise da tradução de nomes próprios em animal farminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2022Letras: Habilitação em Tradutor Português e Francês: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001163510.pdf.txt001163510.pdf.txtExtracted Texttext/plain88588http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255311/2/001163510.pdf.txt797aea3b5ca823704bdb7eb452bd5de8MD52ORIGINAL001163510.pdfTexto completoapplication/pdf619973http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/255311/1/001163510.pdf3f5b98b5d30289ef4cabafa7cde6f953MD5110183/2553112023-03-05 03:23:15.879586oai:www.lume.ufrgs.br:10183/255311Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-03-05T06:23:15Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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