Interferentes endócrinos em corpos d’água continentais brasileiros : uma revisão sobre abordagens ecotoxicológicas

• Autor(a) principal: Rozino, Lívia de Oliveira
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/240104
• topic: Ecotoxicologia; Poluição aquática; Contaminantes emergentes

O avanço tecnológico e a produção do consumo trouxeram consigo o desenvolvimento de diversos compostos com aplicações em variadas áreas da sociedade: medicamentos, agrotóxicos, produtos de uso pessoal, hormônios, entre vários outros que, após seu uso, são descartados nos corpos d’água. Além das suas aplicações, essas substâncias têm efeito na saúde dos animais, pois são capazes de interferir no sistema endócrino, sendo classificados como interferentes endócrinos (IE). Esse trabalho teve como objetivo revisar na literatura científica os trabalhos acerca dos IEs presentes em corpos d’água continentais brasileiros visando identificar informações acerca das principais regiões de estudo, os sistemas aquáticos e compartimentos mais estudados, as classes de interferentes, a presença da quantificação do interferente, ensaio biológico e resultado do ensaio. A revisão englobou artigos dos últimos 5 anos, 2017 a 2022, nos indexadores Google Acadêmico, Scielo e Web of Science, selecionando apenas trabalhos de instituições brasileiras com as seguintes palavras chaves: “endocrine-disrupting compounds OR endocrine-disrupting chemicals AND freshwater OR water OR river OR stream OR lake OR reservoir OR aquatic ecosystem OR aquatic system AND ecotoxicity OR toxicity NOT marine” e suas variações em português. A busca resultou em 38.755 artigos somando os três indexadores e foram selecionados 44 artigos (0,11% do total). A região brasileira com maior número de trabalhos selecionados foi a região Sudeste, com 24 artigos. Rios foram os sistemas aquáticos mais estudados, com 30 trabalhos. O compartimento ambiental mais explorado foi a água superficial, correspondendo a 38 trabalhos. A classe de interferente endócrino mais trabalhada foi a dos pesticidas, que apareceu em 12 trabalhos, seguida dos hormônios e estimulantes, que apareceram em 11 trabalhos. 13 artigos apresentaram resultados de algum ensaio biológico, sendo 7 deles ensaios ecotoxicológicos ou de genotoxicidade. Dessa forma, é evidente a necessidade de expansão dos estudos para regiões brasileiras menos contempladas, como a região Norte e Centro-Oeste, bem como maior análise de sedimentos e águas de reservatórios. A grande evidência dos pesticidas nos trabalhos selecionados pode estar relacionada ao fato de o Brasil ser o maior consumidor desses contaminantes, impactando diretamente os corpos hídricos. Sendo assim, é necessário que as águas continentais continuem a ser monitoradas a partir de bioensaios e que haja incentivo às metodologias voltadas à ecotoxicologia e genotoxicidade.