Análise do manejo agudo do acidente vascular cerebral no Hospital de Clínicas de Porto Alegre
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Data de Publicação: | 2006 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/164803 |
Resumo: | Introdução: Acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda causa de óbito no mundo e a terceira nos países industrializados. O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes vítimas de AVC no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Poucos trabalhos descrevem o modo de atendimento ideal do AVC agudo, e a ausência de padronização de condutas muitas vezes implica em retardo diagnóstico e terapêutico. Materiais e métodos: trabalho retrospectivo onde foram analisados 55 pacientes (n: 55) admitidos na emergência do HCPA com diagnóstico de AVC agudo, através de suas características demográficas (sexo e idade), tempo de internação e mortalidade geral, indicadores de atendimento inicial (glicemia capilar [GC], pressão arterial [PA], perfil lipídico, eletrocardiograma [ECG], tomografia computadorizada [TC] de crânio), avaliação complementar (ecocardiograma, ecografia com doppler de carótidas, tomografia após 48 horas) e tratamento instituído (AAS, estatina, anticoagulação, trombolítico). Resultados: dos 55 pacientes, 45 (81,8%) apresentaram diagnóstico de AVC isquêmico e 10 (18,2%) de AVC hemorrágico, sendo que a mortalidade do AVC hemorrágico foi significativamente maior (40% vs 4%). Mais de 90% obtiveram medidas de PA e ECG na chegada, e 100% dos pacientes realizaram TC de crânio nas primeiras 24 horas; medidas de GC foram feitas em 60% dos pacientes, e perfil lipídico em apenas 11%. Dos exames complementares destaca-se o ecocardiograma realizado em quase 90% dos casos (69% transtorácico e 18% transesofágico [TE]) e a ecodoppler de carótidas feita em 90%; menos de 30% dos pacientes obtiveram TC após 48 horas. Quanto ao tratamento, aproximadamente 80% receberam AAS e estatina; 20% receberam anticoagulação e nenhum recebeu trombolítico. As análises dos exames complementares e do tratamento foram realizadas apenas nos pacientes com AVC isquêmico. Discussão: a análise dos dados demográficos e a caracterização do AVC (hemorrágico X isquêmico) foram similares aos encontrados na literatura. A falha do estudo foi não ter excluído os pacientes que foram a óbito na análise do tempo de internação, desta forma subestimando o resultado principalmente do AVC hemorrágico, que obteve maior mortalidade. A avaliação complementar foi satisfatória e condizente com a descrição da literatura. Quanto ao tratamento, apesar de fortes evidências validando o uso de trombolíticos, este não foi praticado neste hospital por norma interna do serviço; a prescrição de AAS e estatina foi adequada ao recomendado na literatura. |
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Biolo, AndreiaGarcia, Sabrina BollmannSilva, Samantha C. S. da2017-08-03T02:42:39Z20060101-5575http://hdl.handle.net/10183/164803001021171Introdução: Acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda causa de óbito no mundo e a terceira nos países industrializados. O objetivo deste estudo é avaliar a qualidade do atendimento prestado aos pacientes vítimas de AVC no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Poucos trabalhos descrevem o modo de atendimento ideal do AVC agudo, e a ausência de padronização de condutas muitas vezes implica em retardo diagnóstico e terapêutico. Materiais e métodos: trabalho retrospectivo onde foram analisados 55 pacientes (n: 55) admitidos na emergência do HCPA com diagnóstico de AVC agudo, através de suas características demográficas (sexo e idade), tempo de internação e mortalidade geral, indicadores de atendimento inicial (glicemia capilar [GC], pressão arterial [PA], perfil lipídico, eletrocardiograma [ECG], tomografia computadorizada [TC] de crânio), avaliação complementar (ecocardiograma, ecografia com doppler de carótidas, tomografia após 48 horas) e tratamento instituído (AAS, estatina, anticoagulação, trombolítico). Resultados: dos 55 pacientes, 45 (81,8%) apresentaram diagnóstico de AVC isquêmico e 10 (18,2%) de AVC hemorrágico, sendo que a mortalidade do AVC hemorrágico foi significativamente maior (40% vs 4%). Mais de 90% obtiveram medidas de PA e ECG na chegada, e 100% dos pacientes realizaram TC de crânio nas primeiras 24 horas; medidas de GC foram feitas em 60% dos pacientes, e perfil lipídico em apenas 11%. Dos exames complementares destaca-se o ecocardiograma realizado em quase 90% dos casos (69% transtorácico e 18% transesofágico [TE]) e a ecodoppler de carótidas feita em 90%; menos de 30% dos pacientes obtiveram TC após 48 horas. Quanto ao tratamento, aproximadamente 80% receberam AAS e estatina; 20% receberam anticoagulação e nenhum recebeu trombolítico. As análises dos exames complementares e do tratamento foram realizadas apenas nos pacientes com AVC isquêmico. Discussão: a análise dos dados demográficos e a caracterização do AVC (hemorrágico X isquêmico) foram similares aos encontrados na literatura. A falha do estudo foi não ter excluído os pacientes que foram a óbito na análise do tempo de internação, desta forma subestimando o resultado principalmente do AVC hemorrágico, que obteve maior mortalidade. A avaliação complementar foi satisfatória e condizente com a descrição da literatura. Quanto ao tratamento, apesar de fortes evidências validando o uso de trombolíticos, este não foi praticado neste hospital por norma interna do serviço; a prescrição de AAS e estatina foi adequada ao recomendado na literatura.Background: Stroke is the second cause of death in the world and the third in industrialized countries. The main target of this study is to evaluate the quality of the management of stroke at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). There are very few studies in the literature describing the ideal management of the acute stroke, and the lack of management pattern implies in a late diagnosis and treatment. Materials and methods: analysed 55 patients (n: 55) received at emergency room at HCPA with stroke diagnosed, patient´s demographic details (age and sex), internment time and general mortality, fist management impressions (fingerstick glucose [FSG], blood pressure [BP], lipidic profile, eletrocardiogram [ECG], head CT scan), complementary evaluation (echocardiography, carotid US Doppler, head CT scan after 48 hours) and treatment applied (aspirin, statin, anticoagulation, thrombolytic). Results: from the 55 patients, 45 (81,8%) showed ischemic stroke and 10 (18,2%) the hemorrhagic stroke, and the number of deaths from hemorrhagic was significantly higher (40% vs 4%). More than 90% of the patients got BP and ECG measurements upon arrival, and 100% of them had head CT scan on the first 24 hours; FSG measurements were made in 60% of the patients, lipidic profile in only 11%. From the complementary exhaminations the echocardiography is highlighted as the one made in almost 90% of the cases (69% transthoracic and 18% transesophagic [TE]) and the carotide US doppler in 89%; less than 30% had CT scan after 48 hours. Regarding the treatment, approximately 80% received aspirin and statin; 20% received anticoagulation and none received thrombolytic. The analysis of the complementary exhaminations and of the treatment were made only in the patients with ischemic stroke. Discussion: the analysis of the demographic data and stroke type (hemorrhagic X ischemic) was similar to the ones found in the literature. The study failure was to use the patients that died at the internation time - this fact underestimated the results (number of days at the hospital) specially in hemorragic stroke, which got more number of deaths. The complementary evaluation was satisfactory and according to the literature. Regarding to the treatment, in spite of the strong evidences of the use of trombolitics, this was not used in this hospital following internal rules; the prescription of aspirin and statins was as per as recommended in the literature.application/pdfporRevista HCPA. Porto Alegre. Vol. 26, n. 1, (2006), p. 17-21Acidente vascular cerebralPadrões de prática médicaGravidezStrokeEarly managementAssistential indicatorsAnálise do manejo agudo do acidente vascular cerebral no Hospital de Clínicas de Porto AlegreManagement of acute stroke in Hospital de Clínicas de Porto Alegre info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001021171.pdf001021171.pdfTexto completoapplication/pdf259861http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/164803/1/001021171.pdf07610af0e6062eac1000b33371cc5938MD51TEXT001021171.pdf.txt001021171.pdf.txtExtracted Texttext/plain15727http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/164803/2/001021171.pdf.txtd004ebfae5c68cc2123ce632aea5d0d6MD52THUMBNAIL001021171.pdf.jpg001021171.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1590http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/164803/3/001021171.pdf.jpge2e2cfdc97e9c56355c574919866be98MD5310183/1648032024-01-10 04:36:55.476214oai:www.lume.ufrgs.br:10183/164803Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-01-10T06:36:55Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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