A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Othero, Gabriel de Ávila
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Cardozo, Rubia Wildner
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/163555
Resumo: Investigamos as motivações gramaticais (i) para a mudança de ênclise para próclise em português brasileiro (PB), ocorrida em meados do século XIX, e (ii) para o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado atualmente em PB. A hipótese central que perseguiremos aqui é que o uso do pronome tônico e a consequente perda do clítico são uma tentativa de recuperar a ordem SVO, abandonada quando, em meados do século XIX, a próclise se fez categórica. Explicaremos o fenômeno na perspectiva da Teoria da Otimidade (TO), cf. Prince e Smolensky (1993), McCarthy e Prince (1993). A TO nos permitiu investigar as restrições envolvidas no fenômeno e a hierarquia dessas restrições (bem como sua mudança ao longo do tempo), algo essencial na explicação das alterações da colocação pronominal em PB. Concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto se consolidou, primeiramente, com os pronomes de terceira pessoa (e com demais pronomes com características nominais, como você e a gente) e que a tendência na língua parece ser a estratégia de uso do tônico em função de objeto se generalize por todo o sistema pronominal.
id UFRGS-2_f93f609cba6d26afce9a150cf7734b7a
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163555
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Othero, Gabriel de ÁvilaCardozo, Rubia Wildner2017-06-28T02:29:16Z20161415-8698http://hdl.handle.net/10183/163555001017372Investigamos as motivações gramaticais (i) para a mudança de ênclise para próclise em português brasileiro (PB), ocorrida em meados do século XIX, e (ii) para o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado atualmente em PB. A hipótese central que perseguiremos aqui é que o uso do pronome tônico e a consequente perda do clítico são uma tentativa de recuperar a ordem SVO, abandonada quando, em meados do século XIX, a próclise se fez categórica. Explicaremos o fenômeno na perspectiva da Teoria da Otimidade (TO), cf. Prince e Smolensky (1993), McCarthy e Prince (1993). A TO nos permitiu investigar as restrições envolvidas no fenômeno e a hierarquia dessas restrições (bem como sua mudança ao longo do tempo), algo essencial na explicação das alterações da colocação pronominal em PB. Concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto se consolidou, primeiramente, com os pronomes de terceira pessoa (e com demais pronomes com características nominais, como você e a gente) e que a tendência na língua parece ser a estratégia de uso do tônico em função de objeto se generalize por todo o sistema pronominal.We investigate the grammatical motivations (i) behind the change from enclisis to proclisis that took place during the nineteenth century in Brazilian Portuguese, and (ii) behind the increase of the tonic pronoun as a verbal complement. The central hypothesis here is that the tonic pronoun (and the consequent lost of the clitic) is an attempt to recover the SVO order in Brazilian Portuguese that was abandoned when, by the nineteenth century, proclisis became categorical: SOcliticV. We explain the phenomenon within the Optimality Theory (OT) framework (PRINCE; SMOLENSKY 1993; MCCARTHY; PRINCE, 1993). OT allowed us to investigate the constraints involved in this phenomenon, and the hierarchy for these constraints (as well as the change of this hierarchy over time), and that was a crucial point to explain the changes of pronominal collocation in BP. We conclude that the implementation of the tonic pronoun as direct object has been consolidated first with third person pronouns (and with ‘nominal pronouns’, such as “você” and “a gente”), and that the tendency, we believe, is for this strategy to generalize for all other pronouns in BP.Investigamos las motivaciones gramaticales (i) para el cambio de enclisis a proclisis en portugués brasileño (PB), ocurrido a mitad del siglo XIX, y (ii) para el uso del pronombre tónico en función de objeto directo, observado actualmente en PB. La hipótesis central que perseguiremos aquí es la de que el uso del pronombre tónico (y la pérdida del clítico) es un intento de recuperar el orden SVO, abandonado cuando, a mitad del siglo XIX, la proclisis se hizo categórica. Explicaremos el fenómeno en la perspectiva de la Teoría de la Optimidad (TO), cf. Prince e Smolensky (1993), McCarthy e Prince (1993). La TO nos ha permitido investigar las restricciones involucradas en el fenómeno y la jerarquía de esas restricciones (bien como su cambio a lo largo del tiempo), algo esencial en la explicación de las alteraciones de la colocación pronominal en PB. Concluimos que la implementación del pronombre pleno como objeto se haya consolidado, primeramente, con los pronombres de tercera persona (y con los pronombres con características nominales, como “você” y “a gente”) y que la tendencia parece ser que la estrategia de uso del tónico en función de objeto se generalice por todo el sistema pronominal.application/pdfporFórum lingüístico. Florianópolis, SC. Vol. 14, n. 1 (jan./mar. 2017), p. [1717]-1734Língua portuguesaColocação pronominalLinguísticaBrazilian PortuguesePronominal collocationPronounsDirect objectPortugués brasileñoColocación pronominalPronombresObjeto directoA ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)El orden pronominal en portugués brasileño : de la enclisis a la proclisis, del clítico al tónico (or there and back again, a word order's holiday)Pronominal order in Brazilian Portuguese : from enclisis to proclisis, from clitic to tonic (or there and back again, a word order's holiday)info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001017372.pdf001017372.pdfTexto completoapplication/pdf232314http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/1/001017372.pdf29ab6d1df76b0670fb49d1609645f55dMD51TEXT001017372.pdf.txt001017372.pdf.txtExtracted Texttext/plain55098http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/2/001017372.pdf.txt062178849a224590bacd34137224481fMD52THUMBNAIL001017372.pdf.jpg001017372.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1923http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/3/001017372.pdf.jpgfc7138e680289ec230dad92ffa651023MD5310183/1635552023-10-12 03:33:38.827483oai:www.lume.ufrgs.br:10183/163555Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-10-12T06:33:38Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
dc.title.alternative.en.fl_str_mv El orden pronominal en portugués brasileño : de la enclisis a la proclisis, del clítico al tónico (or there and back again, a word order's holiday)
dc.title.alternative.es.fl_str_mv Pronominal order in Brazilian Portuguese : from enclisis to proclisis, from clitic to tonic (or there and back again, a word order's holiday)
title A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
spellingShingle A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
Othero, Gabriel de Ávila
Língua portuguesa
Colocação pronominal
Linguística
Brazilian Portuguese
Pronominal collocation
Pronouns
Direct object
Portugués brasileño
Colocación pronominal
Pronombres
Objeto directo
title_short A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
title_full A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
title_fullStr A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
title_full_unstemmed A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
title_sort A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do cítico ao tônico (or there and back again, a word order's holiday)
author Othero, Gabriel de Ávila
author_facet Othero, Gabriel de Ávila
Cardozo, Rubia Wildner
author_role author
author2 Cardozo, Rubia Wildner
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Othero, Gabriel de Ávila
Cardozo, Rubia Wildner
dc.subject.por.fl_str_mv Língua portuguesa
Colocação pronominal
Linguística
topic Língua portuguesa
Colocação pronominal
Linguística
Brazilian Portuguese
Pronominal collocation
Pronouns
Direct object
Portugués brasileño
Colocación pronominal
Pronombres
Objeto directo
dc.subject.eng.fl_str_mv Brazilian Portuguese
Pronominal collocation
Pronouns
Direct object
dc.subject.spa.fl_str_mv Portugués brasileño
Colocación pronominal
Pronombres
Objeto directo
description Investigamos as motivações gramaticais (i) para a mudança de ênclise para próclise em português brasileiro (PB), ocorrida em meados do século XIX, e (ii) para o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado atualmente em PB. A hipótese central que perseguiremos aqui é que o uso do pronome tônico e a consequente perda do clítico são uma tentativa de recuperar a ordem SVO, abandonada quando, em meados do século XIX, a próclise se fez categórica. Explicaremos o fenômeno na perspectiva da Teoria da Otimidade (TO), cf. Prince e Smolensky (1993), McCarthy e Prince (1993). A TO nos permitiu investigar as restrições envolvidas no fenômeno e a hierarquia dessas restrições (bem como sua mudança ao longo do tempo), algo essencial na explicação das alterações da colocação pronominal em PB. Concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto se consolidou, primeiramente, com os pronomes de terceira pessoa (e com demais pronomes com características nominais, como você e a gente) e que a tendência na língua parece ser a estratégia de uso do tônico em função de objeto se generalize por todo o sistema pronominal.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-06-28T02:29:16Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/163555
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1415-8698
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001017372
identifier_str_mv 1415-8698
001017372
url http://hdl.handle.net/10183/163555
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Fórum lingüístico. Florianópolis, SC. Vol. 14, n. 1 (jan./mar. 2017), p. [1717]-1734
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/1/001017372.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/2/001017372.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/163555/3/001017372.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 29ab6d1df76b0670fb49d1609645f55d
062178849a224590bacd34137224481f
fc7138e680289ec230dad92ffa651023
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224920500273152