Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/247656 |
Resumo: | A discussão sobre relações raciais, no Brasil e em outras margens do Atlântico, tende a privilegiar alguns signos exteriorizados, discursos e traços demarcadores da diferença. Porém, a condição de sujeitos reflexivos, capazes de analisar não apenas suas experiências, mas também de pensar múltiplas relações e alteridades, costuma ser negada a pessoas e grupos negros de diversas formas, mesmo na bibliografia especializada. Proponho neste artigo, na contramão dessas duas tendências, uma reflexão de cunho epistemológico sobre as noções de silêncio e segredo, centrais para o candomblé e para outras comunidades afrorreligiosas, a partir da trajetória do músico baiano Dorival Caymmi. Com isso, pretendo evidenciar certas dimensões não ditas, íntimas, dos pro cessos de racialização brasileiros, que incluem o caráter estratégico do silêncio e das alianças solidárias, micropolíticas. Espero salientar, dessa forma, as possibilidades de agência e sobretudo a importância conceitual das ideias e histórias atualizadas pela vivência dos candomblecistas, suas entidades e seus terreiros. |
id |
UFRGS-2_fff3df22bf5810a29153b0e75a7e1af2 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/247656 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Teixeira, Vítor Aquino de Queiroz D Ávila2022-08-21T04:38:18Z20220104-7183http://hdl.handle.net/10183/247656001147676A discussão sobre relações raciais, no Brasil e em outras margens do Atlântico, tende a privilegiar alguns signos exteriorizados, discursos e traços demarcadores da diferença. Porém, a condição de sujeitos reflexivos, capazes de analisar não apenas suas experiências, mas também de pensar múltiplas relações e alteridades, costuma ser negada a pessoas e grupos negros de diversas formas, mesmo na bibliografia especializada. Proponho neste artigo, na contramão dessas duas tendências, uma reflexão de cunho epistemológico sobre as noções de silêncio e segredo, centrais para o candomblé e para outras comunidades afrorreligiosas, a partir da trajetória do músico baiano Dorival Caymmi. Com isso, pretendo evidenciar certas dimensões não ditas, íntimas, dos pro cessos de racialização brasileiros, que incluem o caráter estratégico do silêncio e das alianças solidárias, micropolíticas. Espero salientar, dessa forma, as possibilidades de agência e sobretudo a importância conceitual das ideias e histórias atualizadas pela vivência dos candomblecistas, suas entidades e seus terreiros.Race relations debates in Brazil, as well as other Atlantic shores, tend to pay attention to explicit signs of differentiation, discourses or boundaries. Nevertheless, the condi tion of reflexive subjects – able to analyze not only their own experiences, but also to comprehend multiple relations and alterities – is often denied to black people or com munities, even at specialized forums. Against those trends, I propose at this article an epistemological reflection about silence and secret. Both notions, which play a cen tral role at candomblé (an African Brazilian religion), will be addressed here through the trajectory of an important Brazilian musician, Dorival Caymmi. I intend to put in evidence, with those considerations, certain non-verbal and intimate dimensions of Brazilian racializing processes which are characterized, additionally, by the strategic use of silence, solidarity and micro-political alliances. By doing so, I seek to underline the agency and conceptual relevance of the ideas hold by candomblé followers, their entities and their temples.application/pdfporHorizontes antropológicos. Porto Alegre, RS. Vol. 28, n. 63 (maio/ago. 2022), p. [275]-306AntropologiaCandombléSilêncioRelações raciaisSilence and secretEthnic identityDorival CaymmiOuve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblésListen the silence, my son : the racial experience of Dorival Caymmi and the silent epistemology of candomblé religioninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001147676.pdf.txt001147676.pdf.txtExtracted Texttext/plain79501http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/247656/2/001147676.pdf.txtc13174e0f6f19ab8a494330f4db037cfMD52ORIGINAL001147676.pdfTexto completoapplication/pdf373902http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/247656/1/001147676.pdf7c8f04cdd7cc00445dd5ca0739828290MD5110183/2476562023-05-18 03:44:10.807531oai:www.lume.ufrgs.br:10183/247656Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-05-18T06:44:10Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Listen the silence, my son : the racial experience of Dorival Caymmi and the silent epistemology of candomblé religion |
title |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
spellingShingle |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés Teixeira, Vítor Aquino de Queiroz D Ávila Antropologia Candomblé Silêncio Relações raciais Silence and secret Ethnic identity Dorival Caymmi |
title_short |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
title_full |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
title_fullStr |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
title_full_unstemmed |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
title_sort |
Ouve, meu filho, o silêncio : a experiência racial de Dorival Caymmi e a epistemologia silenciosa dos candomblés |
author |
Teixeira, Vítor Aquino de Queiroz D Ávila |
author_facet |
Teixeira, Vítor Aquino de Queiroz D Ávila |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Teixeira, Vítor Aquino de Queiroz D Ávila |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antropologia Candomblé Silêncio Relações raciais |
topic |
Antropologia Candomblé Silêncio Relações raciais Silence and secret Ethnic identity Dorival Caymmi |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Silence and secret Ethnic identity Dorival Caymmi |
description |
A discussão sobre relações raciais, no Brasil e em outras margens do Atlântico, tende a privilegiar alguns signos exteriorizados, discursos e traços demarcadores da diferença. Porém, a condição de sujeitos reflexivos, capazes de analisar não apenas suas experiências, mas também de pensar múltiplas relações e alteridades, costuma ser negada a pessoas e grupos negros de diversas formas, mesmo na bibliografia especializada. Proponho neste artigo, na contramão dessas duas tendências, uma reflexão de cunho epistemológico sobre as noções de silêncio e segredo, centrais para o candomblé e para outras comunidades afrorreligiosas, a partir da trajetória do músico baiano Dorival Caymmi. Com isso, pretendo evidenciar certas dimensões não ditas, íntimas, dos pro cessos de racialização brasileiros, que incluem o caráter estratégico do silêncio e das alianças solidárias, micropolíticas. Espero salientar, dessa forma, as possibilidades de agência e sobretudo a importância conceitual das ideias e histórias atualizadas pela vivência dos candomblecistas, suas entidades e seus terreiros. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-08-21T04:38:18Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/other |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/247656 |
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv |
0104-7183 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001147676 |
identifier_str_mv |
0104-7183 001147676 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/247656 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv |
Horizontes antropológicos. Porto Alegre, RS. Vol. 28, n. 63 (maio/ago. 2022), p. [275]-306 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/247656/2/001147676.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/247656/1/001147676.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
c13174e0f6f19ab8a494330f4db037cf 7c8f04cdd7cc00445dd5ca0739828290 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1815447802701938688 |