CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE ADOLESCENTES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Saberes Plurais: Educação na saúde |
Texto Completo: | https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/88891 |
Resumo: | A adolescência, enquanto estágio de desenvolvimento humano tem sido conceituada como transição entre a infância e a fase adulta, sendo definida pela OMS como um período compreendido entre 10 e 19 anos (WHO, 2016). A saúde do adolescente constitui um desafio para os profissionais da saúde visto que, apesar do crescente interesse nas últimas décadas por esta população, a sociedade comumente exige do adolescente o cumprimento dos seus deveres como cidadão, mas não tem dado a devida atenção quanto aos direitos e às necessidades deste ciclo de vida (RUZANY, 2008). Entendendo as especificidades da adolescência e tomando como base as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), este trabalho tem por objetivo relatar o projeto de pesquisa que teve início em 2017 e está em andamento em um bairro do município de Blumenau/SC. O estudo envolve a aplicação de questionário sociodemográfico com os pais/responsáveis e a realização de grupos focais com os adolescentes da escola do bairro e entrevistas com profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família da mesma localidade. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa em Seres Humanos com os números 2.558.376 e 2.216.628/2017. A finalidade é compreender as concepções de saúde expressas pelos adolescentes e pelos profissionais de saúde, ancorados em uma perspectiva holística e positiva da saúde (NORDENFELT, 2000), visando promover junto à comunidade reflexões e ações de saúde sobre a adolescência. Os resultados parciais indicam que os adolescentes conceituam saúde como qualidade de vida e bem-estar e que possuem informações sobre as condições para uma vida saudável, mas referem dificuldade para colocá-las em prática. Não ter saúde foi apresentado como processos físicos e mentais como doenças e histórias de perdas familiares que os impedem de realizar ações consideradas importantes para eles. Quanto aos profissionais de saúde, estes expressaram histórico de dificuldades em relação à sua própria adolescência e resistência no trabalho com o público deste ciclo de vida. Mesmo reconhecendo a importância do acolhimento ao adolescente e do trabalho diferenciado para este grupo, os profissionais declaram que ainda há escassa inserção do adolescente no planejamento de ações da atenção básica e que possuem dificuldade para atingir este público. Percebe-se que conhecer as condições sociodemográficas e as concepções de saúde dos adolescentes é essencial para o planejamento de ações de saúde que atendam as características daquela comunidade. Aliado a estas questões, a escuta dos profissionais e a análise de suas trajetórias de vida, pode possibilitar a construção de um ambiente sensível, acolhedor e promotor de saúde para os adolescentes. Outrossim, a perspectiva positiva de saúde pode contribuir para a construção de estratégias que estimulem o protagonismo juvenil e o bem-estar durante a adolescência, favorecendo uma vida adulta saudável. |
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Saberes Plurais; Vol. 2 No. 1 (2018): Saberes Plur.; 33-34 Saberes Plurais Educação na Saúde; Vol. 2 Núm. 1 (2018): Saberes Plur.; 33-34 Saberes Plurais Educação na Saúde; v. 2 n. 1 (2018): Saberes Plur.; 33-34 2525-507X 10.54909/sp.v2i1 reponame:Saberes Plurais: Educação na saúde instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
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