“Convolvens stamina fuso”: a tessitura dos fios da vida na "Apocolocyntosis" de Sêneca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Heise, Pedro Falleiros
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Queriquelli, Luiz Henrique Milani, Mangini, Miguel Ângelo Andriolo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Codex : Revista de Estudos Clássicos
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/article/view/43597
Resumo: Sêneca é geralmente lembrado por sua obra filosófica e trágica. No entanto, paralelamente ao rigor estoico que regia aqueles textos, o escritor latino compôs uma sátira menipeia que ficou conhecida como Apocolocyntosis, cujo tema é a apoteose fracassada do recém-falecido imperador Cláudio. No decorrer deste artigo, procuramos explorar as origens e o significado do título da obra, a imitação do poeta satírico Lucílio presente nela, os aspectos que fazem desse texto uma sátira menipeia e o uso das citações por Sêneca, todos elementos que parecem compor o retrato da mobile caput (“cabeça instável”) (VII, 2) que foi o imperador Cláudio. Estudamos, por fim, o poema hexamétrico proferido por Apolo, no qual encontramos uma possível metáfora para a tessitura dos fios da vida de Nero, o sucessor de Cláudio, através de termos que se repetem em posições estratégicas de uma maneira tal que mimetizam a tessitura dos fios da vida feita pelas Parcas. 
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spelling “Convolvens stamina fuso”: a tessitura dos fios da vida na "Apocolocyntosis" de Sêneca“Convolvens stamina fuso”: the contexture of the threads of life in Seneca’s "Apocolocyntosis"Letras; Letras ClássicasSêneca; Apocolocyntosis; sátira menipeia; mimetizaçãoClassical StudiesSeneca; Apocolocyntosis; Menippean satire; mimetic simulationSêneca é geralmente lembrado por sua obra filosófica e trágica. No entanto, paralelamente ao rigor estoico que regia aqueles textos, o escritor latino compôs uma sátira menipeia que ficou conhecida como Apocolocyntosis, cujo tema é a apoteose fracassada do recém-falecido imperador Cláudio. No decorrer deste artigo, procuramos explorar as origens e o significado do título da obra, a imitação do poeta satírico Lucílio presente nela, os aspectos que fazem desse texto uma sátira menipeia e o uso das citações por Sêneca, todos elementos que parecem compor o retrato da mobile caput (“cabeça instável”) (VII, 2) que foi o imperador Cláudio. Estudamos, por fim, o poema hexamétrico proferido por Apolo, no qual encontramos uma possível metáfora para a tessitura dos fios da vida de Nero, o sucessor de Cláudio, através de termos que se repetem em posições estratégicas de uma maneira tal que mimetizam a tessitura dos fios da vida feita pelas Parcas. Seneca is generally remembered for his philosophical and tragic works. However, along with those texts characterized by a stoic rigidity, the Latin writer composed a Menippean satire that has become known as Apocolocyntosis, whose argument is the failed apotheosis of the recently deceased emperor Claudius. Throughout this article, we intend to go over the origins and the meaning of the work’s title, the imitation of the satiric poet Lucilius in it, the aspects that define this text as a Menippean satire, and the use of citations by Seneca, all of which are elements that seem to make up the portrait of the mobile caput (“unstable head”) (VII, 2) that was the emperor Claudius. We study, at last, the hexametrical poem declared by Apollo, in which we have possibly found a metaphor for the contexture of Nero’s threads of life as successor to Claudius. This metaphor is set up by means of terms repeated in strategic positions in such a way that they mimetically simulate the contexture of the threads of life made by the Parcae.Proaera-UFRJHeise, Pedro FalleirosQueriquelli, Luiz Henrique MilaniMangini, Miguel Ângelo Andriolo2021-12-31info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/article/view/4359710.25187/codex.v9i2.43597CODEX -- Revista de Estudos Clássicos; v. 9, n. 2 (2021); 69-86CODEX - Revista de Estudos Clássicos; v. 9, n. 2 (2021); 69-862176-177910.25187/codex.v9i2reponame:Codex : Revista de Estudos Clássicosinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/article/view/43597/26837https://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/article/downloadSuppFile/43597/16251/*ref*/ADAMS, G. W. The Roman Emperor Gaius “Caligula” and His Hellenistic Aspirations. Irvine: Universal Publishers, 2007. CARDOSO, Z. de A. Introdução. In: SÊNECA. Tragédias. A loucura de Hércules; As troianas; As fenícias. Trad. Zélia de Almeida Cardoso. São Paulo: Martins Fontes, 2014, p. VII-XIX. CONNORS, C. M. Petronius the poet. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. EDEN, P. T. (Org.). Seneca: Apocolocyntosis. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. FREUDENBURG, K. Introduction: Roman satire. In: FREUDENBURG, K. (Org.). The Cambridge companion to Roman satire. Cambridge: Cambridge University Press, 2005, p. 1-30. FREUDENBURG, K. Seneca’s Apocolocyntosis: censors in the afterworld. In: BARTSCH, S.; SCHIESARO, A. (Org.). The Cambridge companion to Seneca. Nova York: Cambridge University Press, 2015, p. 93-105. HELLER, J. L. The meaning of κολοκύντη. Illinois Classical Studies, Illinois, v. 10, n. 1, 1985, p. 67-117. KORZENIEWSKI, D. Senecas Kunst der dramatischen Komposition in seiner Apocolocyntosis. Mnemosyne, v. 35, 1982, p. 103-114. LEONI, G. D. Introdução. In: SÊNECA. Medéia. Obras de Sêneca. Trad. Giulio Davide Leoni. Rio de Janeiro: Ediouro, [19--]. MANS, M. J. The macabre in Seneca’s tragedies. Acta Classica, v. 27, 1984, p. 101-119. O’GORMAN, E. Citation and authority in Seneca’s Apocolocyntosis. In: FREUDENBURG, K. (Org.). The Cambridge companion to Roman satire. Cambridge: Cambridge University Press, 2005, p. 95-108. OXFORD Latin Dictionary. Oxford: Oxford University Press, 1968. ORAZIO. Tutte le opere. Ed. Marco Beck. Milão: Mondadori, 2007. REGO, E. de S. Sêneca e a Apocolocintose. In: REGO, E. de S. O Calundu e a Panacéia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1989, p. 37-42. RONCALI, R. Introduzione. In: SENECA. L’apoteosi negata [Apokolokyntosis]. Veneza: Marsilio, 1990, p. 16 e ss. SENECA. La Clemenza – Apocolocyntosis – Epigrammi – Frammenti. A cura di Luciano De Biasi, Anna Maria Ferrero, Ermanno Malaspina e Dionigi Vottero. Turim: UTET, 2009. TOVAR, R. C. Teoría de la sátira. Cáceres: Universidad de Extremadura, 1986.Direitos autorais 2021 Pedro Falleiros Heise, Luiz Henrique Milani Queriquelli, Miguel Ângelo Andriolo Manginihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2021-12-31T19:37:15Zoai:www.revistas.ufrj.br:article/43597Revistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/indexPUBhttps://revistas.ufrj.br/index.php/CODEX/oaicodex@letras.ufrj.br||codex@letras.ufrj.br||biadipaoli@gmail.com2176-17792176-1779opendoar:2021-12-31T19:37:15Codex : Revista de Estudos Clássicos - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
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