Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Renan Gomes Paiva da
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Mansur, Kátia Leite, Castro, Aline Rocha de Souza Ferreira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anuário do Instituto de Geociências (Online)
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/36435
Resumo: O conceito de patrimônio vem sendo reformulado por diversos especialistas ao longo dos anos e assume vários significados. Assim, o patrimônio é entendido como um bem material ou imaterial, ao qual é atribuído valor, ou seja, possui valor singular, representante de uma identidade coletiva e que deve ser preservado para as atuais e futuras gerações (Brasil, 1937; Gonçalves, 1996; Fonseca, 2017). O processo de patrimonialização parte do reconhecimento do valor de objetos de interesse, ou seja, o motivo de ser considerado patrimônio e o discurso que o revela, além, da sistematização de áreas de pensamento através de disciplinas. Assim, este artigo pretende identificar e discutir os argumentos e processos de preservação do patrimônio geológico, como parte do patrimônio cultural e ambiental/natural. Através de uma síntese do conceito de patrimônio em perspectiva mundial e nacional e das ações de proteção e conservação, propõe-se demostrar o desenvolvimento do patrimônio geológico brasileiro, tendo o município do Rio de Janeiro como estudo de caso para exemplificar a inserção do valor geológico na categoria de pensamento patrimonial. O processo de patrimonialização se consolida a partir de documentos e agendas internacionais, sendo eles os Programas, Declarações, Convenções e Recomendações com assinatura da UNESCO. O patrimônio geológico só se insere com força nas discussões patrimoniais a partir do início de 1990. Assim, é possível observar convergências e divergências na patrimonialização dos bens de origem cultural, natural ou geológica. Identifica-se a divergência cronológica e ações de preservação e conservação dos bens das diferentes naturezas e convergência nos discursos da perda para conservar e preservar. O Rio de Janeiro apresenta um bom estudo de caso, pois os monumentos naturais, que são parte da história de evolução da Terra e estão presentes no imaginário da cultura carioca, são passíveis de atribuição de valor geológico. A narrativa geocientífica é uma das formas de atribuir valor patrimonial ao bem, através da inserção do valor geológico aos bens, a patrimonialização ganha mais uma vertente de categorização na conservação e preservação.
id UFRJ-21_2586d30f66bfbbb405a5da20996e7045
oai_identifier_str oai:www.revistas.ufrj.br:article/36435
network_acronym_str UFRJ-21
network_name_str Anuário do Instituto de Geociências (Online)
repository_id_str
spelling Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de JaneiroPatrimônio Geológico; Geoconservação; Rio de JaneiroO conceito de patrimônio vem sendo reformulado por diversos especialistas ao longo dos anos e assume vários significados. Assim, o patrimônio é entendido como um bem material ou imaterial, ao qual é atribuído valor, ou seja, possui valor singular, representante de uma identidade coletiva e que deve ser preservado para as atuais e futuras gerações (Brasil, 1937; Gonçalves, 1996; Fonseca, 2017). O processo de patrimonialização parte do reconhecimento do valor de objetos de interesse, ou seja, o motivo de ser considerado patrimônio e o discurso que o revela, além, da sistematização de áreas de pensamento através de disciplinas. Assim, este artigo pretende identificar e discutir os argumentos e processos de preservação do patrimônio geológico, como parte do patrimônio cultural e ambiental/natural. Através de uma síntese do conceito de patrimônio em perspectiva mundial e nacional e das ações de proteção e conservação, propõe-se demostrar o desenvolvimento do patrimônio geológico brasileiro, tendo o município do Rio de Janeiro como estudo de caso para exemplificar a inserção do valor geológico na categoria de pensamento patrimonial. O processo de patrimonialização se consolida a partir de documentos e agendas internacionais, sendo eles os Programas, Declarações, Convenções e Recomendações com assinatura da UNESCO. O patrimônio geológico só se insere com força nas discussões patrimoniais a partir do início de 1990. Assim, é possível observar convergências e divergências na patrimonialização dos bens de origem cultural, natural ou geológica. Identifica-se a divergência cronológica e ações de preservação e conservação dos bens das diferentes naturezas e convergência nos discursos da perda para conservar e preservar. O Rio de Janeiro apresenta um bom estudo de caso, pois os monumentos naturais, que são parte da história de evolução da Terra e estão presentes no imaginário da cultura carioca, são passíveis de atribuição de valor geológico. A narrativa geocientífica é uma das formas de atribuir valor patrimonial ao bem, através da inserção do valor geológico aos bens, a patrimonialização ganha mais uma vertente de categorização na conservação e preservação.Universidade Federal do Rio de JaneiroSilva, Renan Gomes Paiva daMansur, Kátia LeiteCastro, Aline Rocha de Souza Ferreira de2020-09-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/3643510.11137/2020_3_488_497Anuário do Instituto de Geociências; Vol 43, No 3 (2020); 488_497Anuário do Instituto de Geociências; Vol 43, No 3 (2020); 488_4971982-39080101-9759reponame:Anuário do Instituto de Geociências (Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/36435/pdf/*ref*/Arona, T. N. 2017. Lugares de interesse geológico e proposta de georroteiro na Trilha Trancarioca. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brock, M. & Semeniuk, V. 2019. Building stones can be of Geoheritage Signicance. Geoheritage, 11: 133-149. Burek, C.V. & Prosser, C.D. 2008. The history of geoconservation: an introduction. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 1-5. Brasil, Governo Federal. 1937. Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937: Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Brilha, J. 2005. Patrimônio Geológico e Geoconservação: a Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. 1ªed. Braga: Palimage Editores, 190p. Brilha, J. 2016. Inventory and quantitative assessment of geosites and geodiversity sites: a review. Geoheritage, 8(2): 119-134. Carneiro, C. Dal Ré; De Toledo, M. C. M. & De Almeida, F. F. M. 2004. Dez motivos para a inclusão de temas de Geologia na Educação Básica. Revista Brasileira de Geociências, 34(4): 553-560. Carcavilla, L.; Durán, J.J.; Gascía-Cortés, A. & López-Martínez, J. 2009. Geological Heritage and geoconservation in Spain: past, presente and future. Geoheritage, 1(2-4): 75. Castro, A. R. S. F.; Mansur, K. L. & Carvalho, I. S. 2018. Reflexões sobre as relações entre geodiversidade e patrimônio: um estudo de caso. Terr@Plural, 12(3): 383-403. Chagas, M. & Chagas, V. 2004. Memória Rupestre ou do Caminho no Meio da Pedra. Revista Museu. Disponível em: <http://revistamuseu.com/artigos/art_.asp?id=5295>. Acesso em: 27/07/2017. Choay, F. 2001. A consagração do monumento histórico. In: CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade/UNESP, p 125-173. Costa, A.G. 2018. Patrimônio Cultural Construído do Brasil: Geodiversidade, conservação de materiais e preservação de memórias. In: ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA – Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <http://cbg2018anais.siteoficial.ws/resumos/8079.pdf >. Acessado em: 26/02/2019. Cury, I. 2004. Cartas Patrimoniais. 3ª. Edição Revista e Aumentada. Rio de Janeiro: IPHAN, 384p. Doughty, P. 2008. How things began: the origins of geological conservation. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 7-16 Fonseca, M.C.L. 2017. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. 4ªed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 328p. García-Cortés, A. & Urquí, L.C. 2013. Documento Metodológico para la elaboracion del inventario español de lugares de interés geológico (IELIG). Madrid: Instituto Geológico y Minero de España, 64p. Gonçalves, J.R.S. 1996. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural do Brasil. 1ªed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 148p. Gonçalves, J.R.S. 2009. O patrimônio como categoria de pensamento. In: ABREU, R. & CHAGAS, M. (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. 2ª ed. Rio de Janeiro, Lamparina, p. 25-33. Gray, M. 2004. Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. 2ªed. Londres: John Wiley e Sons Ltd., 434p. Gray, M. 2008. Geodiversity: the origin and evolution of a paradigms. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 31-36. Gray, M. 2013 Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. 2ªed. Londres: John Wiley e Sons Ltd., 508p. Gray, M. 2018. Geodiversity: the back bone of geoheritage. In: REYNARD, E. E BRILHA, J. (eds). Geoheritage: assessment, protection and management. Elsevier, ..., p. 13-25. Henriques, M.H.; Dos Reis, R.P.; Brilha, J. & Mota. T. 2011. Geoconservation as an Emerging Geoscience. Geoheritage, 3: 117-128. Henriques, M.H.; Tavares, A. O. & Bala, A.L.M. 2013. The geological heritage of Tundavala (Angola). An integrated approach to its characterisation. Journal of Africa Earth Sciences, 88: 62-71. MA – Millenium Ecosystem Assessment. 2005. MA Conceptual Framework. In: MILLENIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT. Ecosystems and Human Well-being: A Framework for Assessment. Island Press, p. 1-25. Macdonald, K. I. 2004. Developing ‘Nature’: Global Ecology and the Politics of Conservation in Northern Pakistan. In: CARRIER, J. (ed). Confronting Environments: Local Environmental Understanding in a Globalizing world. Lantham. Altamira Press, p. 101-137. Mansur, K.L. 2009. Projetos educacionais para a popularização das Geociências e para a Geoconservação. Geologia USP, Publicação especial, São Paulo, 5: 63-74. Mansur, K. L.; Carvalho, I. S. & Delphim, C. F. 2009. O gnaisse facoidal: a mais carioca das rochas. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, 31(2): 9-22. Mansur, K.L., Pereira, M.F.B. & Moreira, I.C. 2018. Importância da popularização da ciência para a geoconservação: uma abordagem pela história da ciência. In: SANTOS, V.M.N. & JACOBI, P.R. Educação, ambiente e aprendizagem social: reflexões e possibilidades à geoconservação e sustentabilidade. 1ªed. Curitiba, CRV. p. 193-215. Marsh, G. P. 1864. Introductory. In: MARSH, G P. Man and Nature; or, Physical Geography as modified by human action. New York: Scribner, p. 7-52. Melo Filho, D.C. 2017. Capítulo 2. A UNESCO e a formação do Patrimônio Mundial. In: MELO FILHO, D.C. Patrimônio como recurso político: disputa por reconhecimento, fortalecimento e geopolítica entre UNESCO e Cabo Verde. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tese de Doutorado. p. 64-103. Medeiros, R.; Irving. M. A. & Garay, I. 2006. Áreas protegidas no Brasil: interpretando o contexto histórico para pensar a inclusão social. In: IRVING, M. de A. (Org.). Áreas Protegidas e Inclusão Social. Construindo novos significados. Rio de Janeiro: Fundação Bio-Rio, pp. 15-40. MOPMTA. 1996. El patrimonio geológico: bases para su valoración, protección, conservación y utilización. Ministerio de obras públicas, transportes y medio ambiente, sociedade española de geologia ambiental y ordenación del territorio, comissión de patrimonio geológico de la sociedad geológica de españa (ed.). Madrid. 112p. Nascimento, M.A.L.; Ruchkys, U.A. & Mantesso-Neto, V. 2008. Geodiverisdade, Geoconservação e Geoturismo: trinômio importante para a proteção do patrimônio geológico. Sociedade Brasileira de Geologia, Rio Grande do Norte. Sociedade Brasileira de Geologia, 84p. Pena Dos Reis, R. & Herriques, M. H. 2009. Approaching integrated qualification and evaluation system for Geological Heritage. Geheritage, 1: 1-10. Ponciano, L.C.M.O.; Castro, A.R.S.F.; Machado, D.M.C.; Fonseca, V.M.M. & Kunzler, J. 2011. Patrimônio geológico-paleontológico in situ e ex situ: definições, vantagens, desvantagens e estratégias de conservação. In: CARVALHO, I.S.; SRIVASTAVA, N.K.; STROHCHOEN JR., O.; LANA, C.C. (Org.). Paleontologia: Cenários de vida. 1ªed. Rio de Janeiro: Interciência, 4: 853-869. Prosser, C. 2002a. Terms of endearment. Earth Heritage, 17: 12–13. Prosser, C. 2002b. Speaking The Same Language. Earth Heritage, 18: 24–25. Prosser, C. D. 2008. The history of geoconservation in England: legislative and policy mile stones. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The Historyof Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 113-122. Romão, R. M. M. & Garcia, M. G. M. 2017. Iniciativas de inventário e quantificação do Patrimônio Geológico no Brasil: panorama atual. Anuário do Instituto de Geociências, 40(2): 250-265. Reynard, E. & Brilha, J. 2018. Geoheritage: a multidisciplinar and applied research topic. In: REYNARD, E. e BRILHA, J. (eds). Geoheritage: assessment, protection and management. Elsevier. p. 3-9. Santos, D. S. 2014. Avaliação da Geodiversidade do Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro- RJ. Monografia Programa de Pós-Graduação em Geologia do Quaternário - Rio de Janeiro: UFRJ/ Museu Nacional, 70p. Semêdo, P. A. 2017. Roteiro Geoturístico no Litoral do Rio de Janeiro: do Leme ao Pontal. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 133p. Silva, R.G.P. 2017. Roteiro Geoturístico e Geoeducativo pelo Centro Histórico do Rio de Janeiro: um olhar geológico pela cidade. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Matemáticas da Terra). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 108p. Sharples, C. 2002. Concepts and Principles of Geoconservation. Tasmanian Parks and Wildlife Service. Hobart. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/266021113_Concepts_and_principles_of_geoconservation>. Acesso em: 07/02/2019. Steiman, R. 2008. Capítulo 1. Parques Nacionais e outras áreas protegidas: a dimensão territorial da conservação da natureza. In: STEIMAN, R. Áreas Protegidas nas Zonas de Fronteira Internacional da Amazônia Brasileira. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tese Doutorado. p. 8-46. Stewart, I.S. & Gill, J.C. 2017. Social geology: integrating sustainability concepts into Erathsciences. Proceedings of the Geologists’Association, 128(2): 165-172. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.pgeola.2017.01.002>. Acesso em: 07/02/2019. Toledo, M. C. M. 2005. Geociências no ensino médio brasileiro: análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Geologia USP. Publicação Especial, 3: 31-44. UNESCO. Convenção para proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. Paris. 1972. Uceda, A.C. 1996. El Património Geológico. Ideas para su proyección, conservación y utilización. In: MOPTIMA (Ministerio de obras públicas, transportes y medio ambiente). El patrimonio geológico: bases para su valoración, protección, conservación y utilización. Madrid, p. 17-28. (Serie monografías). Valeriano, C.M.; Porto Junior, R.; Almeida, J.; Silva, L.G.E.; Duarte, B.; Schmitt, R.; Valladares, C.S.; Nogueira, J.R.; Ragatky, C.D.; Geraldes, M.; Valente, S.C.; Mansur, K.L.; Gontijo, A.; Corval, A.; Dutra, T.; Valença, J. (In Memoriam); Esteves, A.; Palermo, N.; Pereira, R.M.; Guimarães, P.V.; Silva, F.L.; Amaral, C.P.; Tupinambá, M. & Heilbron, M. 2012. Geologia e recursos minerais da folha Baía de Guanabara SF.23-Z-B-IV, estado do Rio de Janeiro escala 1:100.000. In: SILVA, L.C. (org.). Mapa Geológico, escala 1:100.000. Belo Horizonte: CPRM. 156p: (série Geologia do Brasil), versão digital em CD-ROM, textos e mapas. Disponível em http://www.cprm.gov.br/publique/media/geologia_basica/pgb/rel_baia_guanabara.pdf. Acessado em 13/04/2018.Copyright (c) 2020 Anuário do Instituto de Geociênciashttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2020-10-06T16:22:34Zoai:www.revistas.ufrj.br:article/36435Revistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/indexPUBhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/oaianuario@igeo.ufrj.br||1982-39080101-9759opendoar:2020-10-06T16:22:34Anuário do Instituto de Geociências (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.none.fl_str_mv Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
title Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
spellingShingle Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
Silva, Renan Gomes Paiva da
Patrimônio Geológico; Geoconservação; Rio de Janeiro
title_short Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
title_full Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
title_fullStr Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
title_full_unstemmed Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
title_sort Consolidação da Geodiversidade como Patrimônio e o Valor Geológico dos Monumentos do Rio de Janeiro
author Silva, Renan Gomes Paiva da
author_facet Silva, Renan Gomes Paiva da
Mansur, Kátia Leite
Castro, Aline Rocha de Souza Ferreira de
author_role author
author2 Mansur, Kátia Leite
Castro, Aline Rocha de Souza Ferreira de
author2_role author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Renan Gomes Paiva da
Mansur, Kátia Leite
Castro, Aline Rocha de Souza Ferreira de
dc.subject.por.fl_str_mv Patrimônio Geológico; Geoconservação; Rio de Janeiro
topic Patrimônio Geológico; Geoconservação; Rio de Janeiro
description O conceito de patrimônio vem sendo reformulado por diversos especialistas ao longo dos anos e assume vários significados. Assim, o patrimônio é entendido como um bem material ou imaterial, ao qual é atribuído valor, ou seja, possui valor singular, representante de uma identidade coletiva e que deve ser preservado para as atuais e futuras gerações (Brasil, 1937; Gonçalves, 1996; Fonseca, 2017). O processo de patrimonialização parte do reconhecimento do valor de objetos de interesse, ou seja, o motivo de ser considerado patrimônio e o discurso que o revela, além, da sistematização de áreas de pensamento através de disciplinas. Assim, este artigo pretende identificar e discutir os argumentos e processos de preservação do patrimônio geológico, como parte do patrimônio cultural e ambiental/natural. Através de uma síntese do conceito de patrimônio em perspectiva mundial e nacional e das ações de proteção e conservação, propõe-se demostrar o desenvolvimento do patrimônio geológico brasileiro, tendo o município do Rio de Janeiro como estudo de caso para exemplificar a inserção do valor geológico na categoria de pensamento patrimonial. O processo de patrimonialização se consolida a partir de documentos e agendas internacionais, sendo eles os Programas, Declarações, Convenções e Recomendações com assinatura da UNESCO. O patrimônio geológico só se insere com força nas discussões patrimoniais a partir do início de 1990. Assim, é possível observar convergências e divergências na patrimonialização dos bens de origem cultural, natural ou geológica. Identifica-se a divergência cronológica e ações de preservação e conservação dos bens das diferentes naturezas e convergência nos discursos da perda para conservar e preservar. O Rio de Janeiro apresenta um bom estudo de caso, pois os monumentos naturais, que são parte da história de evolução da Terra e estão presentes no imaginário da cultura carioca, são passíveis de atribuição de valor geológico. A narrativa geocientífica é uma das formas de atribuir valor patrimonial ao bem, através da inserção do valor geológico aos bens, a patrimonialização ganha mais uma vertente de categorização na conservação e preservação.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-09-30
dc.type.none.fl_str_mv

dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/36435
10.11137/2020_3_488_497
url https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/36435
identifier_str_mv 10.11137/2020_3_488_497
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/36435/pdf
/*ref*/Arona, T. N. 2017. Lugares de interesse geológico e proposta de georroteiro na Trilha Trancarioca. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. Brock, M. & Semeniuk, V. 2019. Building stones can be of Geoheritage Signicance. Geoheritage, 11: 133-149. Burek, C.V. & Prosser, C.D. 2008. The history of geoconservation: an introduction. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 1-5. Brasil, Governo Federal. 1937. Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de 1937: Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Brilha, J. 2005. Patrimônio Geológico e Geoconservação: a Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. 1ªed. Braga: Palimage Editores, 190p. Brilha, J. 2016. Inventory and quantitative assessment of geosites and geodiversity sites: a review. Geoheritage, 8(2): 119-134. Carneiro, C. Dal Ré; De Toledo, M. C. M. & De Almeida, F. F. M. 2004. Dez motivos para a inclusão de temas de Geologia na Educação Básica. Revista Brasileira de Geociências, 34(4): 553-560. Carcavilla, L.; Durán, J.J.; Gascía-Cortés, A. & López-Martínez, J. 2009. Geological Heritage and geoconservation in Spain: past, presente and future. Geoheritage, 1(2-4): 75. Castro, A. R. S. F.; Mansur, K. L. & Carvalho, I. S. 2018. Reflexões sobre as relações entre geodiversidade e patrimônio: um estudo de caso. Terr@Plural, 12(3): 383-403. Chagas, M. & Chagas, V. 2004. Memória Rupestre ou do Caminho no Meio da Pedra. Revista Museu. Disponível em: <http://revistamuseu.com/artigos/art_.asp?id=5295>. Acesso em: 27/07/2017. Choay, F. 2001. A consagração do monumento histórico. In: CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade/UNESP, p 125-173. Costa, A.G. 2018. Patrimônio Cultural Construído do Brasil: Geodiversidade, conservação de materiais e preservação de memórias. In: ANAIS DO 49º CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA – Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <http://cbg2018anais.siteoficial.ws/resumos/8079.pdf >. Acessado em: 26/02/2019. Cury, I. 2004. Cartas Patrimoniais. 3ª. Edição Revista e Aumentada. Rio de Janeiro: IPHAN, 384p. Doughty, P. 2008. How things began: the origins of geological conservation. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 7-16 Fonseca, M.C.L. 2017. O Patrimônio em processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. 4ªed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 328p. García-Cortés, A. & Urquí, L.C. 2013. Documento Metodológico para la elaboracion del inventario español de lugares de interés geológico (IELIG). Madrid: Instituto Geológico y Minero de España, 64p. Gonçalves, J.R.S. 1996. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural do Brasil. 1ªed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 148p. Gonçalves, J.R.S. 2009. O patrimônio como categoria de pensamento. In: ABREU, R. & CHAGAS, M. (orgs.). Memória e Patrimônio: ensaios contemporâneos. 2ª ed. Rio de Janeiro, Lamparina, p. 25-33. Gray, M. 2004. Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. 2ªed. Londres: John Wiley e Sons Ltd., 434p. Gray, M. 2008. Geodiversity: the origin and evolution of a paradigms. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The History of Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 31-36. Gray, M. 2013 Geodiversity: valuing and conserving abiotic nature. 2ªed. Londres: John Wiley e Sons Ltd., 508p. Gray, M. 2018. Geodiversity: the back bone of geoheritage. In: REYNARD, E. E BRILHA, J. (eds). Geoheritage: assessment, protection and management. Elsevier, ..., p. 13-25. Henriques, M.H.; Dos Reis, R.P.; Brilha, J. & Mota. T. 2011. Geoconservation as an Emerging Geoscience. Geoheritage, 3: 117-128. Henriques, M.H.; Tavares, A. O. & Bala, A.L.M. 2013. The geological heritage of Tundavala (Angola). An integrated approach to its characterisation. Journal of Africa Earth Sciences, 88: 62-71. MA – Millenium Ecosystem Assessment. 2005. MA Conceptual Framework. In: MILLENIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT. Ecosystems and Human Well-being: A Framework for Assessment. Island Press, p. 1-25. Macdonald, K. I. 2004. Developing ‘Nature’: Global Ecology and the Politics of Conservation in Northern Pakistan. In: CARRIER, J. (ed). Confronting Environments: Local Environmental Understanding in a Globalizing world. Lantham. Altamira Press, p. 101-137. Mansur, K.L. 2009. Projetos educacionais para a popularização das Geociências e para a Geoconservação. Geologia USP, Publicação especial, São Paulo, 5: 63-74. Mansur, K. L.; Carvalho, I. S. & Delphim, C. F. 2009. O gnaisse facoidal: a mais carioca das rochas. Anuário do Instituto de Geociências – UFRJ, 31(2): 9-22. Mansur, K.L., Pereira, M.F.B. & Moreira, I.C. 2018. Importância da popularização da ciência para a geoconservação: uma abordagem pela história da ciência. In: SANTOS, V.M.N. & JACOBI, P.R. Educação, ambiente e aprendizagem social: reflexões e possibilidades à geoconservação e sustentabilidade. 1ªed. Curitiba, CRV. p. 193-215. Marsh, G. P. 1864. Introductory. In: MARSH, G P. Man and Nature; or, Physical Geography as modified by human action. New York: Scribner, p. 7-52. Melo Filho, D.C. 2017. Capítulo 2. A UNESCO e a formação do Patrimônio Mundial. In: MELO FILHO, D.C. Patrimônio como recurso político: disputa por reconhecimento, fortalecimento e geopolítica entre UNESCO e Cabo Verde. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tese de Doutorado. p. 64-103. Medeiros, R.; Irving. M. A. & Garay, I. 2006. Áreas protegidas no Brasil: interpretando o contexto histórico para pensar a inclusão social. In: IRVING, M. de A. (Org.). Áreas Protegidas e Inclusão Social. Construindo novos significados. Rio de Janeiro: Fundação Bio-Rio, pp. 15-40. MOPMTA. 1996. El patrimonio geológico: bases para su valoración, protección, conservación y utilización. Ministerio de obras públicas, transportes y medio ambiente, sociedade española de geologia ambiental y ordenación del territorio, comissión de patrimonio geológico de la sociedad geológica de españa (ed.). Madrid. 112p. Nascimento, M.A.L.; Ruchkys, U.A. & Mantesso-Neto, V. 2008. Geodiverisdade, Geoconservação e Geoturismo: trinômio importante para a proteção do patrimônio geológico. Sociedade Brasileira de Geologia, Rio Grande do Norte. Sociedade Brasileira de Geologia, 84p. Pena Dos Reis, R. & Herriques, M. H. 2009. Approaching integrated qualification and evaluation system for Geological Heritage. Geheritage, 1: 1-10. Ponciano, L.C.M.O.; Castro, A.R.S.F.; Machado, D.M.C.; Fonseca, V.M.M. & Kunzler, J. 2011. Patrimônio geológico-paleontológico in situ e ex situ: definições, vantagens, desvantagens e estratégias de conservação. In: CARVALHO, I.S.; SRIVASTAVA, N.K.; STROHCHOEN JR., O.; LANA, C.C. (Org.). Paleontologia: Cenários de vida. 1ªed. Rio de Janeiro: Interciência, 4: 853-869. Prosser, C. 2002a. Terms of endearment. Earth Heritage, 17: 12–13. Prosser, C. 2002b. Speaking The Same Language. Earth Heritage, 18: 24–25. Prosser, C. D. 2008. The history of geoconservation in England: legislative and policy mile stones. In: BUREK, C. V. & PROSSER, C. D. (eds). The Historyof Geoconservation. The Geological Society, London, Special Publications, p. 113-122. Romão, R. M. M. & Garcia, M. G. M. 2017. Iniciativas de inventário e quantificação do Patrimônio Geológico no Brasil: panorama atual. Anuário do Instituto de Geociências, 40(2): 250-265. Reynard, E. & Brilha, J. 2018. Geoheritage: a multidisciplinar and applied research topic. In: REYNARD, E. e BRILHA, J. (eds). Geoheritage: assessment, protection and management. Elsevier. p. 3-9. Santos, D. S. 2014. Avaliação da Geodiversidade do Parque Estadual da Pedra Branca, Rio de Janeiro- RJ. Monografia Programa de Pós-Graduação em Geologia do Quaternário - Rio de Janeiro: UFRJ/ Museu Nacional, 70p. Semêdo, P. A. 2017. Roteiro Geoturístico no Litoral do Rio de Janeiro: do Leme ao Pontal. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 133p. Silva, R.G.P. 2017. Roteiro Geoturístico e Geoeducativo pelo Centro Histórico do Rio de Janeiro: um olhar geológico pela cidade. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Matemáticas da Terra). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 108p. Sharples, C. 2002. Concepts and Principles of Geoconservation. Tasmanian Parks and Wildlife Service. Hobart. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/266021113_Concepts_and_principles_of_geoconservation>. Acesso em: 07/02/2019. Steiman, R. 2008. Capítulo 1. Parques Nacionais e outras áreas protegidas: a dimensão territorial da conservação da natureza. In: STEIMAN, R. Áreas Protegidas nas Zonas de Fronteira Internacional da Amazônia Brasileira. Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tese Doutorado. p. 8-46. Stewart, I.S. & Gill, J.C. 2017. Social geology: integrating sustainability concepts into Erathsciences. Proceedings of the Geologists’Association, 128(2): 165-172. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.pgeola.2017.01.002>. Acesso em: 07/02/2019. Toledo, M. C. M. 2005. Geociências no ensino médio brasileiro: análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Geologia USP. Publicação Especial, 3: 31-44. UNESCO. Convenção para proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural. Paris. 1972. Uceda, A.C. 1996. El Património Geológico. Ideas para su proyección, conservación y utilización. In: MOPTIMA (Ministerio de obras públicas, transportes y medio ambiente). El patrimonio geológico: bases para su valoración, protección, conservación y utilización. Madrid, p. 17-28. (Serie monografías). Valeriano, C.M.; Porto Junior, R.; Almeida, J.; Silva, L.G.E.; Duarte, B.; Schmitt, R.; Valladares, C.S.; Nogueira, J.R.; Ragatky, C.D.; Geraldes, M.; Valente, S.C.; Mansur, K.L.; Gontijo, A.; Corval, A.; Dutra, T.; Valença, J. (In Memoriam); Esteves, A.; Palermo, N.; Pereira, R.M.; Guimarães, P.V.; Silva, F.L.; Amaral, C.P.; Tupinambá, M. & Heilbron, M. 2012. Geologia e recursos minerais da folha Baía de Guanabara SF.23-Z-B-IV, estado do Rio de Janeiro escala 1:100.000. In: SILVA, L.C. (org.). Mapa Geológico, escala 1:100.000. Belo Horizonte: CPRM. 156p: (série Geologia do Brasil), versão digital em CD-ROM, textos e mapas. Disponível em http://www.cprm.gov.br/publique/media/geologia_basica/pgb/rel_baia_guanabara.pdf. Acessado em 13/04/2018.
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2020 Anuário do Instituto de Geociências
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2020 Anuário do Instituto de Geociências
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv Anuário do Instituto de Geociências; Vol 43, No 3 (2020); 488_497
Anuário do Instituto de Geociências; Vol 43, No 3 (2020); 488_497
1982-3908
0101-9759
reponame:Anuário do Instituto de Geociências (Online)
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Anuário do Instituto de Geociências (Online)
collection Anuário do Instituto de Geociências (Online)
repository.name.fl_str_mv Anuário do Instituto de Geociências (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv anuario@igeo.ufrj.br||
_version_ 1797053543989903360