Sistema Aquífero Içá-Solimões em Cruzeiro do Sul, Acre: Caracterização Hidrodinâmica, Hidrogeoquímica e Isotópica
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anuário do Instituto de Geociências (Online) |
Texto Completo: | https://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/31223 |
Resumo: | O município de Cruzeiro do Sul, o segundo mais populoso do estado do Acre, é abastecido majoritariamente por águas subterrâneas. O aquífero mais utilizado na região é o Içá-Solimões, do qual pouco se conhece apesar de ser muito explotado há décadas. No presente trabalho objetiva-se, portanto, estudar e caracterizar o Sistema Aquífero Içá-Solimões na região de Cruzeiro do Sul, visando minorar essa lacuna de conhecimento. O estudo baseou-se no levantamento de dados de poços tubulares cadastrados no portal SIAGAS da CPRM e no inventário de poços fornecido pelo departamento de abastecimento do Acre, bem como na obtenção de dados in situ durante campanha de campo realizada na região, incluindo o nivelamento de dados piezométricos, tomada de amostras e análises químicas e isotópicas realizadas em laboratório sobre essas amostras e sua posterior interpretação. Buscou-se compreender melhor as características de funcionamento hidrogeológico desse sistema. A partir dos resultados alcançados foi possível identificar ao menos três camadas com características hidrogeológicas individualizáveis no sistema, abrigadas em arenitos que se intercalam com argilitos. O mapa de nível piezométrico do sistema aquífero mostrou uma tendência local de fluxo das áreas mais elevadas da cidade, em relevo de tabuleiros, em direção aos rios. A interpretação das análises químicas permitiu a identificação de águas predominantemente bicarbonatadas-sódicas e, secundariamente, bicarbonatadas-cálcicas, oriundas da dissolução de minerais silicáticos, segundo a interpretação realizada. As camadas mais profundas apresentam química distinta das camadas mais rasas, apontando para processos diferenciados de interação água-rocha, tanto espacial como temporalmente. Os resultados isotópicos mostraram a ocorrência de águas antigas, nas camadas aquíferas mais profundas, com cerca de 18 ka. Desse modo, as áreas de recarga em potencial do aquífero profundo situa-se a oeste, muito provavelmente em território peruano. |
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Sistema Aquífero Içá-Solimões em Cruzeiro do Sul, Acre: Caracterização Hidrodinâmica, Hidrogeoquímica e IsotópicaHidrogeologia; Hidroquímica; Içá-SolimõesO município de Cruzeiro do Sul, o segundo mais populoso do estado do Acre, é abastecido majoritariamente por águas subterrâneas. O aquífero mais utilizado na região é o Içá-Solimões, do qual pouco se conhece apesar de ser muito explotado há décadas. No presente trabalho objetiva-se, portanto, estudar e caracterizar o Sistema Aquífero Içá-Solimões na região de Cruzeiro do Sul, visando minorar essa lacuna de conhecimento. O estudo baseou-se no levantamento de dados de poços tubulares cadastrados no portal SIAGAS da CPRM e no inventário de poços fornecido pelo departamento de abastecimento do Acre, bem como na obtenção de dados in situ durante campanha de campo realizada na região, incluindo o nivelamento de dados piezométricos, tomada de amostras e análises químicas e isotópicas realizadas em laboratório sobre essas amostras e sua posterior interpretação. Buscou-se compreender melhor as características de funcionamento hidrogeológico desse sistema. A partir dos resultados alcançados foi possível identificar ao menos três camadas com características hidrogeológicas individualizáveis no sistema, abrigadas em arenitos que se intercalam com argilitos. O mapa de nível piezométrico do sistema aquífero mostrou uma tendência local de fluxo das áreas mais elevadas da cidade, em relevo de tabuleiros, em direção aos rios. A interpretação das análises químicas permitiu a identificação de águas predominantemente bicarbonatadas-sódicas e, secundariamente, bicarbonatadas-cálcicas, oriundas da dissolução de minerais silicáticos, segundo a interpretação realizada. As camadas mais profundas apresentam química distinta das camadas mais rasas, apontando para processos diferenciados de interação água-rocha, tanto espacial como temporalmente. Os resultados isotópicos mostraram a ocorrência de águas antigas, nas camadas aquíferas mais profundas, com cerca de 18 ka. Desse modo, as áreas de recarga em potencial do aquífero profundo situa-se a oeste, muito provavelmente em território peruano.Universidade Federal do Rio de JaneiroSilva, Talita Azevedo daMesquita, Gabriel RamiroRosário, Fátima Ferreira doJúnior, Gerson Cardoso da Silva2019-12-21info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/3122310.11137/2019_3_410_419Anuário do Instituto de Geociências; Vol 42, No 3 (2019); 410-419Anuário do Instituto de Geociências; Vol 42, No 3 (2019); 410-4191982-39080101-9759reponame:Anuário do Instituto de Geociências (Online)instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/article/view/31223/17693Copyright (c) 2019 Anuário do Instituto de Geociênciashttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccess2020-07-10T01:39:31Zoai:www.revistas.ufrj.br:article/31223Revistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/indexPUBhttps://revistas.ufrj.br/index.php/aigeo/oaianuario@igeo.ufrj.br||1982-39080101-9759opendoar:2020-07-10T01:39:31Anuário do Instituto de Geociências (Online) - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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