A SINAGOGA COMO HETEROTOPIA SEGUNDO JOÃO CRISÓSTOMO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: da Silva, Gilvan Ventura
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Phoînix (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: https://revistas.ufrj.br/index.php/phoinix/article/view/36469
Resumo: Mediante a atuação missionária dos cristãos no Império Romano, desenhase pouco a pouco uma geografia da cidade antiga segundo a qual os lugares que favoreciam a sociabilidade entre os distintos grupos sociais passam a ser execrados e, no limite, destruídos, o que constitui uma característica peculiar da cristianização, pois os cristãos, ao contrário de pagãos e judeus, nutriam uma preocupação muito maior com os lugares nos quais eram executados os ritos religiosos do que, por exemplo, com os oficiantes do culto. O avanço do cristianismo na Antiguidade Tardia adquire, assim, um significativo matiz topográfico, expresso por meio de um esforço de sacralização e dessacralização de lugares e edifícios. À luz dessas considerações, nos empenhamos, neste artigo, em refletir sobre a expansão do cristianismo em Antioquia, no final do século IV, com base na exploração das homilias de João Crisóstomo. Nosso principal objetivo é demonstrar como a fixação, em termos teológicos e disciplinares, das fronteiras entre cristãos, pagãos e judeus, em Antioquia, é acompanhada pela fixação das fronteiras geográficas, territoriais. Nesse movimento, João desenvolve uma intensa pregação contra os lugares frequentados por pagãos e judeus. Dentre os edifícios e monumentos que suscitaram a censura inclemente de João, um dos mais atingidos foi a sinagoga, como vemos na série de homilias Adversus Iudaeos, pronunciadas entre 386 e 387, num momento em que os nicenos se esforçam para consolidar a sua posição dentro de Antioquia com o apoio da Casa Imperial.
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