A gramática do silêncio em Winnicott
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Trágica |
Texto Completo: | https://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/article/view/27193 |
Resumo: | A psicanálise freudiana – e seus continuísmos – é, além de um método clínico, um projeto ontológico que toma o que é propriamente humano como opondo-se à natureza, entendida como perigosa e enlouquecedora, e cerceado pela cultura, esta compreendida como uma organização frágil e defensiva contra a natureza. As diversas dicotomias fundantes da tradição psicanalítica – natureza e cultura; pulsão de vida e pulsão de morte; inconsciente e consciência; etc. – se traduzem no método clássico estruturado em três regras fundamentais: a associação livre por parte do paciente, a atenção flutuante do analista e o princípio da abstinência. Nesse cenário, cabe ao analista escutar e interpretar o que é dito e não dito pelo paciente que, por sua vez, deve dizer tudo que lhe vem à cabeça e aceitar as interpretações do analista, sem receber deste qualquer conforto em relação ao seu sofrimento. O paciente deve dizer através da palavra falada ou atuada sobre seu mal-estar para que o analista interprete explicita ou implicitamente o recalque e seus derivativos que atuam sobre o corpo e psiquismo do analisando. O silêncio é interpretado em termos de formações reativas diante do excesso pulsional destrutivo, do recalque ou resistência ao tratamento. A postura da psicanálise clássica diante do silêncio é a de denúncia. Ora ele é sintoma, ora resistência. |
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A gramática do silêncio em WinnicottSpinozaWinnicottA psicanálise freudiana – e seus continuísmos – é, além de um método clínico, um projeto ontológico que toma o que é propriamente humano como opondo-se à natureza, entendida como perigosa e enlouquecedora, e cerceado pela cultura, esta compreendida como uma organização frágil e defensiva contra a natureza. As diversas dicotomias fundantes da tradição psicanalítica – natureza e cultura; pulsão de vida e pulsão de morte; inconsciente e consciência; etc. – se traduzem no método clássico estruturado em três regras fundamentais: a associação livre por parte do paciente, a atenção flutuante do analista e o princípio da abstinência. Nesse cenário, cabe ao analista escutar e interpretar o que é dito e não dito pelo paciente que, por sua vez, deve dizer tudo que lhe vem à cabeça e aceitar as interpretações do analista, sem receber deste qualquer conforto em relação ao seu sofrimento. O paciente deve dizer através da palavra falada ou atuada sobre seu mal-estar para que o analista interprete explicita ou implicitamente o recalque e seus derivativos que atuam sobre o corpo e psiquismo do analisando. O silêncio é interpretado em termos de formações reativas diante do excesso pulsional destrutivo, do recalque ou resistência ao tratamento. A postura da psicanálise clássica diante do silêncio é a de denúncia. Ora ele é sintoma, ora resistência.Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio de Janeiro2018-03-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/article/view/2719310.59488/tragica.v11i1.27193TRÁGICA: Estudos de Filosofia da Imanência; v. 11 n. 1 (2018): Edição temática: “Winnicott e a Filosofia” / Thematic issue: “Winnicott and Philosophy“1982-58701982-587010.59488/tragica.v11i1reponame:Revista Trágicainstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJporhttps://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/article/view/27193/14983Copyright (c) 2019 Luiz Henrique Lessainfo:eu-repo/semantics/openAccessLessa, Luiz Henrique2023-06-02T15:49:48Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/27193Revistahttps://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/PUBhttps://revistas.ufrj.br/index.php/tragica/oairevistatragica@yahoo.com.br1982-58701982-5870opendoar:2023-06-02T15:49:48Revista Trágica - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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