Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mazzari,Marcus V.
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Estudos Avançados
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000200277
Resumo: Este ensaio enfoca o Fausto de Goethe, mais particularmente sua Segunda Parte, à luz da longa tradição de reflexões teóricas sobre a alegoria e o símbolo. Essa tradição - que remonta, pelo menos, a Quintilianus (Institutio Oratoria, 95 a. C.) - tem nas clássicas sentenças publicadas por Goethe no volume Máximas e reflexõesum momento culminante, que servirá de parâmetro a teorizações posteriores, por mais diferentes que possam ser (como ilustram as posições de Walter Benjamin e Georg Lukács). Embora Goethe tenha condenado a alegoria durante o classicismo de Weimar, o Fausto II, "ocupação principal" (Hauptgeschäft) de seus últimos anos de vida, é considerado uma das obras mais alegóricas da literatura alemã. O ensaio busca discutir essa aparente contradição estruturando a argumentação crítica em três passos: o contexto em que Goethe desenvolveu suas concepções de símbolo e alegoria; os momentos da insólita recepção que coube ao Fausto II; a mudança de paradigma que se deu com a interpretação marxista que Heinz Schlaffer dedicou à Segunda Parte do drama enquanto "alegoria do século XIX". O ensaio acena ainda com a possibilidade de superar exegeses fundamentadas na relação antitética entre símbolo e alegoria recorrendo à ideia de "fórmula ético-estética", que Goethe esboçou em sua velhice ao mesmo tempo que abandonava aquela oposição concebida no período de convivência com Schiller. Desse novo ângulo de visão, o Fausto II poderá ser entendido, entre outras possibilidades de leitura, como expressiva "fórmula ético-estética" para epifenômenos da Revolução Industrial, como deixam entrever as cenas do Fausto escritas por volta de 1830.
id UFRJ-8_34b102fc8b83848be1deccf53e0c1ba6
oai_identifier_str oai:scielo:S0103-40142015000200277
network_acronym_str UFRJ-8
network_name_str Estudos Avançados
repository_id_str
spelling Alegoria e símbolo em torno do Fausto de GoetheConceito de "clássico"Atualidade do FaustoTeoria da alegoria e do símboloClassicismo de WeimarMarxismo e interpretação alegóricaHeinz SchlafferEste ensaio enfoca o Fausto de Goethe, mais particularmente sua Segunda Parte, à luz da longa tradição de reflexões teóricas sobre a alegoria e o símbolo. Essa tradição - que remonta, pelo menos, a Quintilianus (Institutio Oratoria, 95 a. C.) - tem nas clássicas sentenças publicadas por Goethe no volume Máximas e reflexõesum momento culminante, que servirá de parâmetro a teorizações posteriores, por mais diferentes que possam ser (como ilustram as posições de Walter Benjamin e Georg Lukács). Embora Goethe tenha condenado a alegoria durante o classicismo de Weimar, o Fausto II, "ocupação principal" (Hauptgeschäft) de seus últimos anos de vida, é considerado uma das obras mais alegóricas da literatura alemã. O ensaio busca discutir essa aparente contradição estruturando a argumentação crítica em três passos: o contexto em que Goethe desenvolveu suas concepções de símbolo e alegoria; os momentos da insólita recepção que coube ao Fausto II; a mudança de paradigma que se deu com a interpretação marxista que Heinz Schlaffer dedicou à Segunda Parte do drama enquanto "alegoria do século XIX". O ensaio acena ainda com a possibilidade de superar exegeses fundamentadas na relação antitética entre símbolo e alegoria recorrendo à ideia de "fórmula ético-estética", que Goethe esboçou em sua velhice ao mesmo tempo que abandonava aquela oposição concebida no período de convivência com Schiller. Desse novo ângulo de visão, o Fausto II poderá ser entendido, entre outras possibilidades de leitura, como expressiva "fórmula ético-estética" para epifenômenos da Revolução Industrial, como deixam entrever as cenas do Fausto escritas por volta de 1830.Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo2015-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000200277Estudos Avançados v.29 n.84 2015reponame:Estudos Avançadosinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:UFRJ10.1590/S0103-40142015000200018info:eu-repo/semantics/openAccessMazzari,Marcus V.por2015-09-15T00:00:00Zoai:scielo:S0103-40142015000200277Revistahttps://www.revistas.usp.br/eavPUBhttps://www.revistas.usp.br/eav/oai||estudosavancados@usp.br1806-95920103-4014opendoar:2015-09-15T00:00Estudos Avançados - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
title Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
spellingShingle Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
Mazzari,Marcus V.
Conceito de "clássico"
Atualidade do Fausto
Teoria da alegoria e do símbolo
Classicismo de Weimar
Marxismo e interpretação alegórica
Heinz Schlaffer
title_short Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
title_full Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
title_fullStr Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
title_full_unstemmed Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
title_sort Alegoria e símbolo em torno do Fausto de Goethe
author Mazzari,Marcus V.
author_facet Mazzari,Marcus V.
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mazzari,Marcus V.
dc.subject.por.fl_str_mv Conceito de "clássico"
Atualidade do Fausto
Teoria da alegoria e do símbolo
Classicismo de Weimar
Marxismo e interpretação alegórica
Heinz Schlaffer
topic Conceito de "clássico"
Atualidade do Fausto
Teoria da alegoria e do símbolo
Classicismo de Weimar
Marxismo e interpretação alegórica
Heinz Schlaffer
description Este ensaio enfoca o Fausto de Goethe, mais particularmente sua Segunda Parte, à luz da longa tradição de reflexões teóricas sobre a alegoria e o símbolo. Essa tradição - que remonta, pelo menos, a Quintilianus (Institutio Oratoria, 95 a. C.) - tem nas clássicas sentenças publicadas por Goethe no volume Máximas e reflexõesum momento culminante, que servirá de parâmetro a teorizações posteriores, por mais diferentes que possam ser (como ilustram as posições de Walter Benjamin e Georg Lukács). Embora Goethe tenha condenado a alegoria durante o classicismo de Weimar, o Fausto II, "ocupação principal" (Hauptgeschäft) de seus últimos anos de vida, é considerado uma das obras mais alegóricas da literatura alemã. O ensaio busca discutir essa aparente contradição estruturando a argumentação crítica em três passos: o contexto em que Goethe desenvolveu suas concepções de símbolo e alegoria; os momentos da insólita recepção que coube ao Fausto II; a mudança de paradigma que se deu com a interpretação marxista que Heinz Schlaffer dedicou à Segunda Parte do drama enquanto "alegoria do século XIX". O ensaio acena ainda com a possibilidade de superar exegeses fundamentadas na relação antitética entre símbolo e alegoria recorrendo à ideia de "fórmula ético-estética", que Goethe esboçou em sua velhice ao mesmo tempo que abandonava aquela oposição concebida no período de convivência com Schiller. Desse novo ângulo de visão, o Fausto II poderá ser entendido, entre outras possibilidades de leitura, como expressiva "fórmula ético-estética" para epifenômenos da Revolução Industrial, como deixam entrever as cenas do Fausto escritas por volta de 1830.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-08-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000200277
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142015000200277
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S0103-40142015000200018
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo
publisher.none.fl_str_mv Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv Estudos Avançados v.29 n.84 2015
reponame:Estudos Avançados
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Estudos Avançados
collection Estudos Avançados
repository.name.fl_str_mv Estudos Avançados - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||estudosavancados@usp.br
_version_ 1750128207714058240