De divinações xamânicas e acusações de feitiçaria: imagens Wauja da agência letal
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Mana (Rio de Janeiro. Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132006000200002 |
Resumo: | O artigo explora as diferenças e as relações entre feitiçaria e xamanismo entre os Wauja do Alto Xingu com ênfases nos processos de transformações corporais, nas noções de agência letal e na ontologia da predação. A feitiçaria é descrita como uma categoria de acusação de assassinato e de responsabilidade por malefícios de diversas ordens e como um dispositivo de contrapoder no cenário de chefias fortes e relativamente autoritárias. As acusações, sobretudo as de assassinato, tecem uma urdidura política que traz a feitiçaria para o centro da socialidade wauja. A hipótese principal é a de que a feitiçaria tenha um duplo efeito político, simultâneo ou sucessivo, na paisagem sociológica wauja: ela pode servir para perseguir, eliminar ou exilar os adversários de um chefe, bem como pode se voltar contra este para contestar seu status e comprometer seu prestígio. Tem também um duplo sentido estético: é a encarnação mais perfeita da fealdade e da tristeza-morte, por isso, profundamente oposta ao ritual e à matéria própria das realizações terapêuticas que caracterizam o xamanismo xinguano. |
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