Putas, escravos e garanhões: linguagens de exploração e de acomodação entre boxeadores profissionais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wacquant,Loïc
Data de Publicação: 2000
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Mana (Rio de Janeiro. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132000000200005
Resumo: Este artigo se baseia em trabalho de campo em uma academia de boxe localizada no gueto negro de Chicago. Busca explicar como os lutadores profissionais percebem e expressam o fato de serem mercadorias vivas, e como se reconciliam praticamente com uma impiedosa exploração, de maneira a conseguir manter um senso de integridade pessoal e de finalidade moral. A experiência que o boxeador tem da exploração do seu corpo é expressa através de três idiomas aparentados, o da prostituição, o da escravidão e o da criação animal. Esses três tropos enunciam a comercialização imoral de corpos. Mas essa consciência é neutralizada pela crença na normalidade da exploração, na "capacidade de ação" do empresariamento dos corpos e na possibilidade de casos individuais excepcionais. Essa crença, inscrita nas disposições corporais do lutador, ajuda a produzir o equívoco coletivo de reconhecimento através do qual os boxeadores se tornam cúmplices de sua própria comercialização.
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