Caracterização da produção de biofilme e aspectos relacionados em amostras de Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA) da linhagem USA100/ST5 de hospitais do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Bruna Marques de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19254
Resumo: Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é um patógeno associado a infecções comunitárias e infecções relacionadas à assistência à saúde. Amostras MRSA da linhagem USA100/ST5/SCCmec II têm sido prevalentes em hospitais do Rio de Janeiro ao longo dos últimos anos, substituindo linhagens bem estabelecidas. Além disso, alguns estudos relatam que cepas dessa linhagem apresentam capacidade de produzir biofilme. Esse mecanismo de virulência contribui para o sucesso da infecção ao permitir a evasão do sistema imunológico, por atuar como uma barreira que dificulta a difusão de antimicrobianos e, ainda, por permitir a disseminação das células bacterianas para outros sítios no hospedeiro, contribuindo para o desenvolvimento de infecções crônicas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a produção de biofilme e aspectos relacionados em 63 amostras MRSA da linhagem USA100 (ST5-II) coletadas em hospitais do Rio de Janeiro entre 2004 e 2015. A identificação quanto à espécie bacteriana foi confirmada através de metodologias fenotípicas convencionais e MALDI-TOF-MS. Todas as amostras foram submetidas à quantificação da produção de biofilme em placa de microtitulação de poliestireno com TSB acrescido de 1% de glicose. A composição bioquímica do biofilme foi avaliada em uma amostra produtora de biofilme forte através do ensaio de dispersão com metaperiodato de sódio, proteinase K e DNase I. O impacto do fibrinogênio plasmático foi avaliado na produção de biofilme de seis amostras. Além disso, foi realizada a detecção dos genes icaA e sasG por PCR uniplex e a tipagem do operon agr por PCR multiplex para todas as amostras, com posterior avaliação da funcionalidade do operon através da detecção fenotípica de δ-hemolisina em ágar sangue de carneiro. As 63 amostras incluídas no estudo foram confirmadas como S. aureus, sendo 84% (n = 53) classificadas como produtoras de biofilme moderado ou forte. A amostra avaliada no ensaio de dispersão apresentou biofilme com conteúdo majoritariamente proteico (valor de p ajustado = 0,0002) contendo DNA extracelular (valor de p ajustado = 0,0011). Com relação à formação de biofilme na presença de fibrinogênio, metade das amostras testadas apresentou aumento significativo da produção de biofilme (valores de p ajustados <0,05). Os genes icaA e sasG e operon agr do tipo II foram encontrados em todas as amostras analisadas, porém o operon se mostrou inativo em 35% (n = 22) das mesmas. Em conclusão, os resultados demonstram a elevada capacidade de formação de biofilme por cepas da linhagem USA100, que têm emergido em hospitais do Rio de Janeiro nos últimos anos, destacando a importância deste fator de virulência que pode estar contribuindo para o estabelecimento de amostras MRSA USA100 na clínica.
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