Significado das feições de carstificação na evolução da Bacia de São José de Itaboraí, Município de Itaboraí (RJ)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Letícia Corrêa de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/5303
Resumo: A Bacia de São José de Itaboraí (ou Bacia de Itaboraí) localiza-se no município de Itaboraí/RJ e foi descoberta em 1928, tendo sido explorada até 1985 para extração de calcário. Constitui uma pequena depressão tectônica com cerca de 1,5 km de comprimento e 0,5 km de largura, orientada segundo a direção NE-SW. A bacia é limitada a SE pela falha São José (com direção N62E), adjacentes a qual foram encontradas as maiores espessuras sedimentares, alcançando cerca de 140 m. A bacia destaca-se por possuir um riquíssimo acervo de fósseis. O preenchimento da bacia consiste em três intervalos sedimentares incluídos na Formação Itaboraí, sendo o Intervalo Inferior, de idade paleocênica, formado por calcários continentais, principalmente travertinos. O Intervalo Intermediário, também paleocênica, é representado por margas e brechas ricas em conteúdo fossilífero, que preenchem cavidades produzidas pela carstificação dos calcários do Intervalo Inferior. No Intervalo Superior predominam sedimentos terrígenos e ankaramitos. Nos travertinos, foram identificados diversos níveis estratigráficos com feições de carstificação, sugerindo exposição subaérea prolongada dessas rochas. Desta forma, este trabalho baseia-se em encontrar e delimitar as superfícies cársticas presentes nos depósitos do setor oeste da bacia, através da descrição e da análise litofaciológica, bem como a interpretação de seus processos. Posteriormente, essas superfícies cársticas foram classificadas de acordo com as suas dimensões e sua relação com a taxa de denudação cárstica, usando como comparação diversos trabalhos sobre o assunto. No total dos três afloramentos estudados, observou-se superfícies cársticas com três dimensões distintas: pequeno porte, quando apresenta proporções milimétricas a centimétricas; médio porte, quando apresenta proporções centimétricas a métricas; e por fim, de grande porte, quando apresentam proporções em escala métrica (maiores que 1,5m). A partir dessa classificação podemos compreender a variação temporal dos momentos de quiescência ao longo da deposição da Bacia de Itaboraí. Portanto, segundo os dados de taxa de denudação cárstica obtida na bibliografia, as carstificações de grande porte são aquelas em que os calcários teriam sofrido uma exposição mais prolongada, e as de pequeno porte teriam se formado em hiatos temporais menos significativos, sofrendo assim uma exposição mais efêmera.
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