Calibração da linha Ha como diagnóstico cromosférico e indicador de idade em estrelas de tipo solar

• Autor(a) principal: Lyra, Wladimir
• Data de Publicação: 2003
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/21020
• topic: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::ASTRONOMIA; Estrelas de tipo solar; Atividade cromosférica; Vizinhança solar; Solar-type stars; Chromospheric activity; Solar neighbourhood

Perdendo momento angular pela emissão de ventos estelares magnetizados, as estrelas anãs frias da seqüência principal têm suas taxas de rotação continuamente frenadas, diminuindo a eficiência de seus dínamos e, conseqüentemente, o nível médio de atividade cromosférica. Desta forma, o preenchimento cromosférico observado em linhas de alta opacidade pode ser traduzido em um potencial indicador de idade, um dos parâmetros astrofísicos de mais imprecisa determinação. Embora o cenário seja de louvável simplicidade, o assunto tem se mantido largamente inexplorado de um ponto de vista quantitativo. Dos trabalhos publicados, a grande maioria dá ênfase às linhas H e K do Ca II (eg. Skumanich 1972, Linsky et al. 1979), de emissão cromosférica mais evidente, porém também mais afetada por fenômenos transientes e modulações de fase. A linha Hα, ainda que amplamente utilizada no estudo da emissão cromosférica solar, recebeu menos atenção para este problema em particular, e apenas duas tentativas (Herbig 1984, Pasquini & Pallavicini 1991) foram feitas no sentido de calibrá-la para uso como diagnóstico cromosférico em anãs frias. Destas, apenas uma (Herbig 1984) se propôs a construir um indicador de idade. Contudo, a pequena amostra de 43 estrelas utilizada, na qual todas - exceto duas - são estrelas de campo, impossibilitou uma análise suficientemente acurada. Neste trabalho, apresentamos o resultado da calibração de Hα como diagnóstico cromosférico e indicador de idade, utilizando uma amostra estatisticamente significativa, acumulada em dez anos de observações, totalizando 175 estrelas da vizinhança solar. A presença de estrelas cujas idades são muito bem determinadas, pertencendo a aglomerados e grupos cinemáticos, dão confiança à nossa análise. Investigamos também a possibilidade de que estrelas da mesma idade tenham seguido trajetórias distintas de decaimento cromosférico, identificando – no mesmo intervalo de idades – efeitos de metalicidade e massa. Estes parâmetros, entretanto, bem como a idade, parecem ser significantes apenas pra estrelas anãs, perdendo sua importância quando no ramo das subgigantes. Este resultado sugere que, nestas estrelas evoluídas, o mecanismo de emissão não seja de natureza magnetohidrodinâmica, em acordo com modelos recentes (de Pontieu et al. 2001). Por fim, apresentamos o resultado de uma busca em Hα pelo análogo ao efeito Wilson-Bappu (Wilson & Bappu 1957) presente na linha K do Ca II, encontrando forte correlação não somente com luminosidade, mas também com temperatura efetiva.