O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hermann, Jennifer
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Relatório
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/17026
Resumo: O artigo analisa criticamente o modelo de racionamento de crédito (MRC) e a abordagem novo-keynesiana de política monetária, ancorada neste modelo. Após análise em separado das condições de operação do MRC nas fases expansiva e recessiva do ciclo econômico, conclui-se que: i) na fase expansiva, o equilíbrio com racionamento da demanda - base Para recomendação da política monetária anticíclica, nos moldes do MRC - é aceitável apenas como resultado microeconômico, mas não macro; ii) na fase recessiva, em- bora este resultado seja plausível a nível macroeconômico, ele não se dá pela razão alegada no MRC - a rigidez dos juros à alta - nem atua em auxílio ao mecanismo de transmissão da política monetária. Tais conclusões implicam a rejeição do modelo como base teórica para análise da política monetária, bem como ao enfoque novo-keynesiano a esse respeito. Argumenta-se, por fim, que, a nível macroeconômico, a única contribuição teórica do MRC é a de justificar intervenções “verticais” do governo no mercado financeiro, através de políticas de financiamento à projetos cujos riscos sejam de difícil avaliação - notadamente, nas áreas de infra-estrutura, P&D e em setores “de ponta”.
id UFRJ_28b7ffbcd98e9a27f4095073b0f9cb49
oai_identifier_str oai:pantheon.ufrj.br:11422/17026
network_acronym_str UFRJ
network_name_str Repositório Institucional da UFRJ
repository_id_str
spelling Hermann, Jennifer2022-05-27T18:12:58Z2023-11-30T03:04:49Z1998-04HERMANN, Jeniffer. O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica. Rio de Janeiro : Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998. 47 p. (Texto para discussão; n. 411).http://hdl.handle.net/11422/17026O artigo analisa criticamente o modelo de racionamento de crédito (MRC) e a abordagem novo-keynesiana de política monetária, ancorada neste modelo. Após análise em separado das condições de operação do MRC nas fases expansiva e recessiva do ciclo econômico, conclui-se que: i) na fase expansiva, o equilíbrio com racionamento da demanda - base Para recomendação da política monetária anticíclica, nos moldes do MRC - é aceitável apenas como resultado microeconômico, mas não macro; ii) na fase recessiva, em- bora este resultado seja plausível a nível macroeconômico, ele não se dá pela razão alegada no MRC - a rigidez dos juros à alta - nem atua em auxílio ao mecanismo de transmissão da política monetária. Tais conclusões implicam a rejeição do modelo como base teórica para análise da política monetária, bem como ao enfoque novo-keynesiano a esse respeito. Argumenta-se, por fim, que, a nível macroeconômico, a única contribuição teórica do MRC é a de justificar intervenções “verticais” do governo no mercado financeiro, através de políticas de financiamento à projetos cujos riscos sejam de difícil avaliação - notadamente, nas áreas de infra-estrutura, P&D e em setores “de ponta”.The paper discusses and criticises the credit rationing model (CRM) and its use to support the new-keynesian approach to the monetary policy. After the analysing the working of the model in the different phases of the business cycle it is concluded that: i;) in the upward phase, demand rationing equilibriun- wich is a condition for recommendation of counter-cyclical monetary policy in the CRM scopr - is not plausible as a macroeconomic phenomenon, but only at the microeconomic level; ii) in the downward phase, although the demand rationing is a plausible equilibrium, it does not occur for the reason alleged by the CRM (the rigidity of the interest rate), neither doesit act in favour of the transmission mechanism of monetary policy. These conclusions imply the rejection of the CRM as theoretical basis for monetary policy analysis, as well as of the new-keynesian approach about this theme. Finally, it is argued that, at macroeconomic level, the unique theoretical contribution of the CRM is to justify “vertical” interventions of government in financial markets, through financing policies to sectors or projects which risks are more difficult to estimate - notably, in infra-estructure, R&D and new-technology sectors.Submitted by Margarete Reis (margaretereis@ccje.ufrj.br) on 2022-05-27T18:12:58Z No. of bitstreams: 1 JHermann.pdf: 2720917 bytes, checksum: 15bb64a6915f632c6db07725eee2c8c4 (MD5)Made available in DSpace on 2022-05-27T18:12:58Z (GMT). No. of bitstreams: 1 JHermann.pdf: 2720917 bytes, checksum: 15bb64a6915f632c6db07725eee2c8c4 (MD5) Previous issue date: 1998-04porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilUFRJ::Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas::Instituto de EconomiaTexto para discussãoCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIAModelo de racionamentoEconomia monetáriaTeoriaO modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise críticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/report411abertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/17026/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD52ORIGINALJHermann.pdfJHermann.pdfapplication/pdf2720917http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/17026/1/JHermann.pdf15bb64a6915f632c6db07725eee2c8c4MD5111422/170262023-11-30 00:04:49.871oai:pantheon.ufrj.br:11422/17026TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:04:49Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
title O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
spellingShingle O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
Hermann, Jennifer
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA
Modelo de racionamento
Economia monetária
Teoria
title_short O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
title_full O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
title_fullStr O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
title_full_unstemmed O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
title_sort O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica
author Hermann, Jennifer
author_facet Hermann, Jennifer
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Hermann, Jennifer
dc.subject.cnpq.fl_str_mv CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA
topic CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA
Modelo de racionamento
Economia monetária
Teoria
dc.subject.por.fl_str_mv Modelo de racionamento
Economia monetária
Teoria
description O artigo analisa criticamente o modelo de racionamento de crédito (MRC) e a abordagem novo-keynesiana de política monetária, ancorada neste modelo. Após análise em separado das condições de operação do MRC nas fases expansiva e recessiva do ciclo econômico, conclui-se que: i) na fase expansiva, o equilíbrio com racionamento da demanda - base Para recomendação da política monetária anticíclica, nos moldes do MRC - é aceitável apenas como resultado microeconômico, mas não macro; ii) na fase recessiva, em- bora este resultado seja plausível a nível macroeconômico, ele não se dá pela razão alegada no MRC - a rigidez dos juros à alta - nem atua em auxílio ao mecanismo de transmissão da política monetária. Tais conclusões implicam a rejeição do modelo como base teórica para análise da política monetária, bem como ao enfoque novo-keynesiano a esse respeito. Argumenta-se, por fim, que, a nível macroeconômico, a única contribuição teórica do MRC é a de justificar intervenções “verticais” do governo no mercado financeiro, através de políticas de financiamento à projetos cujos riscos sejam de difícil avaliação - notadamente, nas áreas de infra-estrutura, P&D e em setores “de ponta”.
publishDate 1998
dc.date.issued.fl_str_mv 1998-04
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-05-27T18:12:58Z
dc.date.available.fl_str_mv 2023-11-30T03:04:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/report
format report
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv HERMANN, Jeniffer. O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica. Rio de Janeiro : Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998. 47 p. (Texto para discussão; n. 411).
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/11422/17026
identifier_str_mv HERMANN, Jeniffer. O modelo de racionamento de crédito e a política monetária novo-keynesiana : uma análise crítica. Rio de Janeiro : Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1998. 47 p. (Texto para discussão; n. 411).
url http://hdl.handle.net/11422/17026
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Texto para discussão
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFRJ
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv UFRJ::Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas::Instituto de Economia
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal do Rio de Janeiro
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRJ
instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron:UFRJ
instname_str Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
instacron_str UFRJ
institution UFRJ
reponame_str Repositório Institucional da UFRJ
collection Repositório Institucional da UFRJ
bitstream.url.fl_str_mv http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/17026/2/license.txt
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/17026/1/JHermann.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255
15bb64a6915f632c6db07725eee2c8c4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1784097248907362304