A expressão linguística de tempo e aspecto no transtorno do espectro autista

• Autor(a) principal: Oliveira, Larissa de Lima
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/23083
• topic: Desenvolvimento da linguagem; Transtorno do espectro autista; Flexão verbal; CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIA

No que diz respeito ao comprometimento linguístico, sujeitos autistas podem ter um problema sintático segundo Barton-Hulsey e Sterling (2020). Os fenômenos de Tempo e Aspecto, considerados de natureza sintática, referem-se à localização temporal de uma situação e aos modos de visualização de sua constituição temporal interna (Comrie, 1976; 1985). O objetivo geral desta pesquisa é contribuir para o entendimento dos déficits linguísticos observados no autismo, especificamente examinando estudos sobre a expressão linguística de Tempo e Aspecto em sujeitos diagnosticados com autismo. Para tal, realizou-se uma revisão sistemática da literatura e foram elaboradas as seguintes perguntas norteadoras: (I) Existe um mapeamento sobre a expressão linguística de Tempo e Aspecto por esses sujeitos na literatura? (II) Existe um viés do ponto de vista da corrente linguística teórica e do ponto de vista metodológico que prevaleça nesses estudos? (III) Existe um padrão na seleção de Tempos e Aspectos investigados nesses estudos? (IV) A expressão linguística desses fenômenos por esses sujeitos está comprometida? (V) Existe uma tendência de desvio do padrão na expressão linguística de Tempo e/ou Aspecto por esses sujeitos? (VI) Havendo desvio do padrão nessa população, ele é resultante de um problema no módulo cognitivo linguístico ou em outros módulos cognitivos? Dessa maneira, constatou-se que: (I) Há um mapeamento das expressões linguísticas relacionadas ao TEA na literatura e o número limitado de artigos indica que o interesse acadêmico ainda está em desenvolvimento. (II) A maioria dos estudos adota uma abordagem gerativista, mas muitos fora da linguística não seguem uma teoria linguística explícita. (III) Todos os estudos sobre Aspecto focaram no gramatical, ignorando o semântico. Quanto ao Tempo, há maior interesse no passado, com o futuro menos estudado. (IV) Ambos os grupos de autistas, com e sem comorbidades, apresentaram comprometimentos ou atipicidades linguísticas. (V) Indivíduos com TEA, com ou sem comorbidades, exibem comprometimentos ou atipicidades, indicando que essas dificuldades são características gerais do TEA. (VI) As atipicidades ou comprometimentos linguísticos parecem estar relacionados à caracterização médica do autismo, sugerindo que essas habilidades são parte integrante do perfil autista, refletindo um déficit central.