Prosódia regional e a interface fonologia-sintaxe: o desgarramento no dialeto porto-alegrense

• Autor(a) principal: Santos, Rebeca Raimundo Cardoso dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19127
• topic: Variação linguística; Dialeto regional; Entonação; Prosódia; CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA::SOCIOLINGUISTICA E DIALETOLOGIA

Neste trabalho, analisam-se características prosódicas de orações adverbiais desgarradas no falar de Porto Alegre (POA), com o propósito de verificar que propriedades da prosódia possibilitam a compreensão dessa oração “solta” na variedade portoalegrense do português. O corpus de análise é formado por orações adverbiais anexadas à oração matriz e por orações adverbiais desgarradas totais, lexicalmente idênticas, para fins de comparação dos parâmetros prosódicos de duração, contorno entoacional e gama de variação de F0. São utilizados os pressupostos da Fonologia Prosódica (NESPOR e VOGEL, 2007) e da Fonologia Entoacional Autossegmental e Métrica (LADD, 2008) para a descrição e análise de dados, com o objetivo de perceber a dita oração desgarrada como um constituinte fonológico completo, isto é, um sintagma entoacional (IP). Resultados preliminares, após análise de 339 dados, apontam que as orações desgarradas de POA também são materializadas de forma específica, especialmente com maior duração das sílabas no fim do IP. Para além das características prosódicas que singularizam o fenômeno sintático já descritas por Silvestre (2017; 2021) para a variedade carioca do português – como o alongamento das sílabas finais do IP –, foram também observadas características regionais previamente descritas para a asserção neutra em Porto Alegre (CUNHA, 2000; SILVESTRE, 2012), materializada especialmente por uma fronteira complexa HL% no fim do IP, o que ratifica a importância de investigarmos tal variedade regional.