Diversidade genética e clonalidade do coral invasor Tubastraea spp. no litoral do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mendes, Ligia Massa Bacellar
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/14131
Resumo: Tubastraea (Scleractinia, Dendrophylliidae) é um gênero de corais azooxantelados e compreende seis espécies recentes, originárias do Indo-Pacífico. Duas espécies, Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis, foram registradas em plataformas de petróleo no litoral do Rio de Janeiro no final da década de 80, e, desde então, vêm aumentando sua distribuição e abundância. Atualmente o gênero é encontrado em toda a costa brasileira, competindo com espécies nativas. O presente estudo teve por objetivo ampliar o conhecimento acerca da clonalidade e diversidade genética das espécies T. coccinea e T. tagusensis no estado do Rio de Janeiro. Foram amostradas três localidades para T. coccinea (Âncora: N=27, Baía de Ilha Grande: N=88 e Paraty: N=47) e quatro para T. tagusensis (Âncora: N=32, Cagarras: N=32, Baía de Ilha Grande: N=80 e Paraty: N=48) e amplificados 9 e 10 loci de microssatélites, respectivamente. As análises de clonalidade demonstraram uma alta proporção de clones para ambas as espécies, com apenas 12 MLL’s para T. coccinea e 10 para T. tagusensis. Cada localidade avaliada para T. coccinea apresentou uma MLL dominante diferente, sendo a MLL dominante em Âncora a única compartilhada entre todas as localidades. T. tagusensis, ao contrário, teve uma única MLL dominante nas quatro localidades amostradas, apontando uma conexão entre as áreas, seja através da dispersão natural das larvas ou pelo transporte em vetores. A ocorrência de uma MLL dominante exclusiva em Paraty pode indicar uma falha na amplificação de loci. Âncora apresentou a maior diversidade genética para ambas as espécies (T. coccinea: MLL=7, He= 0,63; T. tagusensis: MLL=7, He= 0,46), o que sugere uma possível ocorrência de mais de um evento de introdução na região. BIG foi a população mais clonal para ambas as espécies (T. coccinea: R=0,05; T. tagusensis: R=0,05), indicando que poucas linhagens genéticas dominam a região. A alta clonalidade na região pode indicar que poucas linhagens conseguiram se estabelecer na região ou que ações de manejo realizadas na área ajudam a remover linhagens diferentes. De maneira geral, não foi observada nenhuma estruturação genética entre as áreas analisadas, o que, somado ao compartilhamento de linahagens, sugere que as regiões estão conectadas possivelmente por uma ação conjunta da dispersão por larvas e através de vetores.
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