O cortiço: 100 anos depois de Pereira Passos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Aline Santos da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/2199
Resumo: Discorre sobre o a presença dos cortiços na atualidade na cidade do Rio de Janeiro, depois de passados aproximadamente cem anos de seu arrasamento durante o bota-abaixo na gestão do Prefeito Francisco Pereira Passos. Iniciamos este trabalho apresentando elementos bibliográficos que constatam a formação e desenvolvimento dos cortiços no Rio de Janeiro, a partir da segunda metade do século XIX, assim como os elementos inseridos no seu contexto: seus principais moradores, os motivos que levaram a optar por tal moradia, a insalubridade, criminalização da pobreza. O conjunto de elementos negativos e pejorativos atribuídos aos cortiços, que quase provocou sua extinção, resultou em ações governamentais de “limpeza urbana”, principalmente, quando Pereira Passos e Barata Ribeiro, assumiram a Prefeitura do Rio de Janeiro - em um período em que se buscava remodelar a capital federal, de acordo com modelos europeus, instituindo-se a Belle Époque Tropical, como mostraremos. Diante da constatação da existência dos cortiços atualmente, principalmente, na cidade do Rio de Janeiro, apresentaremos, por meio de observação empírica, as suas características atuais, bem como o perfil e o modo de vida de seus moradores, abordando as relações sociais, econômicas e políticas, além das dinâmicas culturais presentes entre os moradores desses espaços de moradia. Logo, conforme verificamos, apesar de ao longo dos três últimos séculos no Brasil, as favelas, as vilas operárias, os conjuntos habitacionais, e mais recentemente, os condomínios populares, considerados os principais espaços de habitação popular das famílias das classes pobres nas grandes cidades, o cortiço ainda é um modelo de moradia viável utilizado por muitas dessas famílias. Assim, questionamos: o cortiço como habitação popular, pode ser eliminado dos planos governamentais, como uma alternativa utilizada pelos segmentos populares para o enfrentamento da “questão habitacional”? Com o objetivo de analisar o papel que, atualmente, o cortiço desempenha entre os segmentos habitacionais contemporâneos, este trabalho buscou identificar as determinações econômicas, sociais, espaciais e culturais contidas na escolha pela moradia no cortiço; comparar as semelhanças e diferenças no modo de vida estabelecido no âmbito dos cortiços, existentes na atualidade com aqueles apresentados na sua formação; e constatar as interferências das políticas governamentais na persistência desse modelo de habitação. Os resultados que obtivemos nesta trabalho mostraram extrema relevância e primordialidade do cortiço no contexto da habitação popular brasileira.
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