Estudo do efeito do probiótico Kefir no tratamento da periodontite experimental em camundongos

• Autor(a) principal: Costa, André Luiz Amorim da
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/18260
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::IMUNOLOGIA; Periodontite; Kefir; Probióticos; Periodontitis; Probiotics

A Doença Periodontal (DP) é uma infecção polimicrobiana de condição inflamatória que acomete as estruturas de suporte dos dentes, o periodonto. É desencadeada por uma disbiose na população microbiana subgengival que resulta numa resposta imune inflamatória exacerbada e destruição de estruturas periodontais, como o ligamento periodontal e aumento da perda óssea alveolar (POA). Mudanças na microbiota podem reverter o desequilíbrio e o estado inflamatório, por exemplo, pelo uso de probióticos, que são microrganismos vivos benéficos para humanos e animais e utilizados na terapia contra cárie, doença periodontal e halitose. Dentre esses, temos o Kefir, uma bebida fermentada do leite, produzida por uma colônia de microrganismos, bactérias ácido-láticas e leveduras, embebida em uma matriz polissacarídica e proteica. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do kefir no tratamento da perda óssea, parâmetros histopatológicos e metabólicos em modelo de periodontite experimental induzida por ligadura bilateral em camundongos Swiss. A DP é induzida pela ligadura bilateral dos primeiros molares mandibulares com fio de seda, promovendo a proliferação dos periodontopatógenos e a resposta inflamatória. Foram utilizados camundongos Swiss machos e fêmeas, divididos em 4 grupos: 1) DP; 2) SHAM; 3) DP + Veículo; 4) DP + Kefir ao longo de 20 dias (n=6). A partir da indução da doença no 5o dia, apenas os grupos 3 e 4 continuaram recebendo o Veículo e Kefir até o 20o dia de experimento, respectivamente. As hemimandíbulas direita e esquerda foram coletadas para análise macroscópica da POA e histologia, respectivamente. O plasma foi coletado para dosagem da citocina TNF. Foi realizada quantificação de colesterol total, de glicemia aleatória e teste de tolerância à glicose (TTG). O grupo tratado com Kefir mostrou diferença em relação ao grupo DP (0,238 ± 0,028 vs 0,368 ± 0,025 mm, respectivamente) e não mostrou diferença significativa em relação ao grupo SHAM (0,238 ± 0,028 vs 0,192 ± 0,015 mm, respectivamente). Na histologia, a região de furca do corte do grupo tratado com kefir apresentou menor infiltrado de células, porém sem alteração da organização das fibras do estroma, com semelhança ao observado no corte do grupo SHAM. Em relação ao ganho de peso, tolerância à glicose, colesterol e glicemia, não foi detectada diferença significativa. Portanto, o Kefir protegeu os animais da perda óssea alveolar e da destruição tecidual quando submetidos à periodontite em relação ao grupo com DP sem tratamento. Sendo considerado um bom candidato para compor a lista de probióticos orais para terapia periodontal.