Investigação Sismoestratigráfica do Lago Juparanã - Baixo Curso do Rio Doce, Linhares (ES)
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/5131 |
Resumo: | Na região de Linhares (ES), ocorrem aproximadamente dezenas de corpos lacustres barrados, cuja distribuição em relação ao rio Doce e aos diferentes domínios geomorfológicos permite agrupá-los em dois conjuntos distintos. Um deles (lagos externos) situa-se no limite entre os tabuleiros terciários da Formação Barreiras e a planície costeira quaternária. O outro conjunto (lagos internos) é composto por corpos lacustres presentes na margem esquerda do rio Doce, encaixados nos tabuleiros da Formação Barreiras, próximo ao contato com o embasamento cristalino pré-cambriano. Neste segundo conjunto de lagos, destaca-se o lago Juparanã, o mais extenso da região, com cerca de 25 km de comprimento. Trabalhos anteriores propuseram que as variações climáticas e as flutuações do nível do mar durante o Quaternário teriam sido os agentes controladores dos processos de sedimentação que levaram à barragem das desembocaduras dos lagos. Contudo, anomalias na rede de drenagem e alinhamentos do relevo sugerem a possível atuação conjunta de mecanismos neotectônicos. Este trabalho tem como objetivo a caracterização sismoestratigráfica do lago Juparanã, como base preliminar para estudo acerca da origem e evolução deste conjunto de lagos internos. Em paralelo, foram realizadas análises de lineamentos estruturais e análises estruturais a partir de dados de falhas e estrias medidos em sedimentos cenozóicos, visando à identificação de campos de esforços tectônicos atuantes ao longo do Cenozóico. Como subproduto do levantamento sísmico, foi gerado um mapa batimétrico, no qual puderam ser observadas assimetrias e irregularidades do fundo do lago. As interpretações sismoestratigráficas permitiram o reconhecimento de cinco sismofácies distintas (Sp, Ss, Sh, Sb, St) e três principais superfícies estratigráficas (S1, S2 e S3). Foram identificadas duas sismossequências: sismossequência A, a mais antiga, sendo associada a depósitos arenosos aluvionares indiferenciados, descritos na literatura, representados pela sismofácies St, onde seus limites, inferior e superior, são definidos pelas superfícies S1 e S2, respectivamente; e sismossequência B, a mais recente, limitada no topo pela superfície S3 e na base pela superfície S2, sendo associada a depósitos lamosos e arenosos com presença de gás, referentes à fase lacustre implantada a partir da barragem do lago, e representados pelas sismofácies Ss e Sh, presentes nas margens do lago. Dois regimes tectônicos distintos puderam ser reconhecidos: o mais antigo, de idade Pleistoceno final a Holoceno inicial, foi atribuído à fase de transcorrência dextral E-W, com extensão máxima na direção NE-SW e compressão SE-NW, caracterizado por falhas normais dextrais ESE-WNW, dextrais E-W a ENE-WSW e sinistrais normais N-S a NNW-SSE. A este regime tectônico foram associados os lineamentos estruturais de direção NW na região, que possivelmente controlaram o contorno do lago e a migração da antiga drenagem deste "vale" para a borda oeste; o segundo regime identificado, mais recente, foi associado à fase extensional NW-SE, de idade holocênica, caracterizado por falhas normais com orientação NE e ENE. Estas estruturas foram relacionadas aos lineamentos NE, as quais podem estar intimamente relacionadas aos estrangulamentos e basculamentos identificados neste lago, e às possíveis migrações da drenagem antiga. Este regime tectônico possivelmente foi responsável pela barragem do lago Juparanã e dos demais lagos internos da região. |
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O outro conjunto (lagos internos) é composto por corpos lacustres presentes na margem esquerda do rio Doce, encaixados nos tabuleiros da Formação Barreiras, próximo ao contato com o embasamento cristalino pré-cambriano. Neste segundo conjunto de lagos, destaca-se o lago Juparanã, o mais extenso da região, com cerca de 25 km de comprimento. Trabalhos anteriores propuseram que as variações climáticas e as flutuações do nível do mar durante o Quaternário teriam sido os agentes controladores dos processos de sedimentação que levaram à barragem das desembocaduras dos lagos. Contudo, anomalias na rede de drenagem e alinhamentos do relevo sugerem a possível atuação conjunta de mecanismos neotectônicos. Este trabalho tem como objetivo a caracterização sismoestratigráfica do lago Juparanã, como base preliminar para estudo acerca da origem e evolução deste conjunto de lagos internos. Em paralelo, foram realizadas análises de lineamentos estruturais e análises estruturais a partir de dados de falhas e estrias medidos em sedimentos cenozóicos, visando à identificação de campos de esforços tectônicos atuantes ao longo do Cenozóico. Como subproduto do levantamento sísmico, foi gerado um mapa batimétrico, no qual puderam ser observadas assimetrias e irregularidades do fundo do lago. As interpretações sismoestratigráficas permitiram o reconhecimento de cinco sismofácies distintas (Sp, Ss, Sh, Sb, St) e três principais superfícies estratigráficas (S1, S2 e S3). Foram identificadas duas sismossequências: sismossequência A, a mais antiga, sendo associada a depósitos arenosos aluvionares indiferenciados, descritos na literatura, representados pela sismofácies St, onde seus limites, inferior e superior, são definidos pelas superfícies S1 e S2, respectivamente; e sismossequência B, a mais recente, limitada no topo pela superfície S3 e na base pela superfície S2, sendo associada a depósitos lamosos e arenosos com presença de gás, referentes à fase lacustre implantada a partir da barragem do lago, e representados pelas sismofácies Ss e Sh, presentes nas margens do lago. Dois regimes tectônicos distintos puderam ser reconhecidos: o mais antigo, de idade Pleistoceno final a Holoceno inicial, foi atribuído à fase de transcorrência dextral E-W, com extensão máxima na direção NE-SW e compressão SE-NW, caracterizado por falhas normais dextrais ESE-WNW, dextrais E-W a ENE-WSW e sinistrais normais N-S a NNW-SSE. A este regime tectônico foram associados os lineamentos estruturais de direção NW na região, que possivelmente controlaram o contorno do lago e a migração da antiga drenagem deste "vale" para a borda oeste; o segundo regime identificado, mais recente, foi associado à fase extensional NW-SE, de idade holocênica, caracterizado por falhas normais com orientação NE e ENE. Estas estruturas foram relacionadas aos lineamentos NE, as quais podem estar intimamente relacionadas aos estrangulamentos e basculamentos identificados neste lago, e às possíveis migrações da drenagem antiga. Este regime tectônico possivelmente foi responsável pela barragem do lago Juparanã e dos demais lagos internos da região.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilInstituto de GeociênciasCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIALago JuparanãSismoestratigrafiaQuaternárioInvestigação Sismoestratigráfica do Lago Juparanã - Baixo Curso do Rio Doce, Linhares (ES)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALHATUSHIKA, R.S.pdfHATUSHIKA, R.S.pdfapplication/pdf14890126http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/5131/1/HATUSHIKA%2C+R.S.pdf0423f46a9d53ad6f695b6e8fc09499a5MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/5131/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD5211422/51312023-11-30 00:02:32.677oai:pantheon.ufrj.br:11422/5131TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:02:32Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
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