O programa de unidade de polícia pacificadora como instrumento do projeto de cidade competitiva

• Autor(a) principal: Almeida, Adilson de Souza
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/16759
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL::SERVICOS URBANOS E REGIONAIS::ASPECTOS SOCIAIS DO PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL; Segurança pública; Policiamento comunitário; Neoliberalismo; Cidades; Rio de Janeiro (RJ)

O presente artigo tem como objetivo trazer a lume evidências que demonstrem a hipótese de que o programa de Unidade de Polícia Pacificadora possui como um de seus fins o de ser instrumento para a consolidação de programa de planejamento estratégico adotado na cidade do Rio de Janeiro, que tem como um de seus pressupostos difundir a imagem de cidade segura, com condições para receber grandes eventos e, principalmente, ser atrativa ao mercado e aos grandes investimentos. Como parte introdutória, serão abordadas questões que tratam do cenário econômico, com destaque para a adoção do modelo neoliberal, a partir da década de 70 do século passado e o atual protagonismo das cidades no plano econômico. Na sequência, o enfoque será o de análise do ambiente da cidade, que vai desde o período pré-instalação do programa (a considerar quando as facções criminosas ocupam o que se denomina popularmente como favelas no início da década de 80) até os dias atuais, em que se evidenciará a sensação de insegurança presente na cidade e o modelo de planejamento adotado no Rio de Janeiro. A partir deste cenário, serão abordados conceitos e teorias que tratam da forma de domínio de populações, com foco nas ações policiais, e as suas relações com o modelo econômico neoliberal. No que concerne ao programa em si, demonstrar-se-á a hipótese de que seria um programa voltado ao mercado, mais precisamente ao projeto de cidade segura. Para tanto, inicialmente será objeto de análise a inviabilidade econômica do programa, fato que por si só demonstra que não seria programa que pudesse ser implantado e mantido em todos os territórios com critérios idênticos, o que inevitavelmente determina a adoção de critérios seletivos. Por fim, como ratificação do critério de seletividade, demonstrar-se-á em quais áreas da cidade as unidades foram implantadas e quais os motivos para tais seleções.