Petrografia e litogeoquímica de rochas básicas do poço 1UN-26, porção oriental da Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guimarães, Pedro Miloski
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/7933
Resumo: A Bacia do Parnaíba apresenta muitas ocorrências de rochas magmáticas básico-toleiíticas ainda pouco estudadas e posicionadas em meio a espessas sucessões sedimentares. Tais rochas estão distribuídas litoestratigraficamente em duas formações, Mosquito (Jurássico) e Sardinha (Cretáceo), relacionadas a processos de distensão e ruptura de grandes massas continentais (Pangéia e Gondwana, respectivamente). As rochas analisadas são provenientes do poço 1UN-26, localizado no município de Brejo-MA, representando a sucessão magmática de um corpo com aproximadamente 43,00m de espessura perfurada. A partir da análise petrográfica, observam-se rochas com texturas predominantemente equigranulares, holocristalinas e intergranulares, sendo que os cristais, hipidiomórficos, apresentam notável aumento de granulação com a profundidade. Desta maneira, propõe-se a divisão em três fácies granulométricas: fácies basalto, diabásio e gabro, desde as amostras com granulação mais fina, presentes na margem de resfriamento da intrusão, até aquelas de maior granulação, na porção mais profunda do corpo. A mineralogia é composta, nas três fácies, por: plagioclásio, clinopiroxênio (augita e clinohiperstênio) e minerais opacos como fases principais, bem como por ortopiroxênio, quartzo, K-feldspato e apatita como fases acessórias. Uralita, clorita, biotita, carbonatos e minerais opacos compõem a assembleia de fases secundárias. A partir da análise litogeoquímica, estas rochas são classificadas como basaltos e basaltos andesíticos, possuindo natureza subalcalina e pertencentes à Série Toleiítica. Constata-se a presença de dois grupos quimicamente distintos de rochas, com diferentes assinaturas: grupo I (Alto-Ti, TiO2 > 2%), relativo à maioria das amostras da fácies gabro, apresentando amplo enriquecimento em todos os elementos incompatíveis, bem como espécimes mais evoluídos, com diferentes trends de variação para elementos maiores, comparativamente às rochas do grupo II (Baixo-Ti, TiO2 < 2%), referentes à margem de resfriamento (fácies basalto), à fácies diabásio e a uma amostra da fácies gabro. Além disso, evidencia-se para ambos os grupos assinaturas compatíveis com basaltos de províncias continentais. Os dois tipos não devem ser correlacionados por processos de cristalização fracionada, sendo mais provável que os magmas parentais sejam oriundos de fontes mantélicas distintas, inicialmente de um manto sublitosférico e, a partir de um maior grau de extensão, fusão parcial de um manto astenosférico. Ambos poderiam ter contribuição de plumas mantélicas. Os menores conteúdos de elementos incompatíveis nestas rochas, quando comparados ao Magmatismo da Bacia do Paraná, sugerem a possibilidade do manto subjacente à Bacia do Parnaíba ter sofrido reciclagem por litosfera oceânica subductada. Por fim, através do uso de diagramas, propõem-se algumas comparações regionais com os magmatismos nas bacias do Parnaíba e Paraná, observando-se uma maior similaridade dos dados gerados com as assinaturas descritas anteriormente para a Formação Mosquito (Bacia do Parnaíba), bem como uma expressiva diferença com relação às suítes definidas para a Formação Serra Geral (Bacia do Paraná). Estes dados, associados à provincialidade característica dos basaltos de derrames continentais, sugerem, por outro lado, que a Formação Sardinha teve uma evolução mais complexa, com diferentes associações de fontes mantélicas, posterior cristalização e contaminação. Entretanto, faz-se necessária, como critério de enquadramento definitivo, a utilização de dados isotópicos a fim de propor a correta definição da unidade formalizada cujas amostras aqui estudadas devem ser enquadradas.
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