O papel do subsistema norte na expansão do sistema interligado nacional (2017-2024)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Lucas de Almeida
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/4766
Resumo: O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) possui dimensões continentais e um dos maiores potenciais hidráulicos tecnicamente aproveitáveis do mundo. O SEB é subdividido em quatro subsistemas físicos pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), conforme especificidades de cada região. O subsistema Norte corresponde a cerca de metade do potencial hidráulico nacional e a três quartos do potencial não-inventariado: trata-se do novo horizonte de expansão da capacidade hídrica, com a construção de usinas hidrelétricas (UHEs) a fio d’água. Essa restrição, no entanto, impõe dificuldades de regularização das UHEs e uma geração sazonal, a depender do período úmido. O subsistema Norte concluirá a construção da maior UHE integralmente brasileira (Belo Monte, 11,2 GW) e conectará a última Unidade Federativa, Roraima, ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até 2024. Esses marcos constituem desafios significativos de planejamento elétrico em uma região de baixo consumo e de elevado potencial gerador, o que impõe reforços de linhas de transmissão para os centros de carga como forma de aproveitar as afluências inter-regiões. Este trabalho estuda o perfil historicamente hídrico da matriz elétrica brasileira, a consolidação hidrotérmica e suas perspectivas de expansão de potência até 2024 (que será focada principalmente na adição de renováveis, o que tenderá a elevar a intermitência). Além de analisar a capacidade instalada e as contingências de redes, é dada especial atenção aos cronogramas dos empreendimentos com dois cortes temporais (julho de 2016 e abril de 2017), a fim de verificar a possível manutenção da margem de reserva do SIN. Observou-se a elevada viabilidade das hidrelétricas e a baixa viabilidade dos empreendimentos térmicos (UTEs). Novas UTEs, principalmente a gás natural, poderiam servir para neutralizar a intermitência trazida pelas eólicas. Entretanto, os entraves para as UTEs, mesmo as já contratadas, são diversos e comprometem suas operações comerciais no prazo legal e futuras ofertas nos leilões. Por fim, é abordada neste trabalho a importância do subsistema Norte no planejamento do setor, sendo a frente de expansão da nova potência hidrelétrica. Caracterizado por seu elevado potencial energético e por sua baixa demanda no SIN, o Norte configura-se proeminente exportador de eletricidade aos demais subsistemas na maior parte do tempo, mas sua localização impõe severos desafios de interligação de redes.
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