Neurodegeneração promovida pelo heme em modelo de injeção intracerebral

• Autor(a) principal: Ferreira, Letícia Martimiano
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/19280
• topic: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::MICROBIOLOGIA; CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::IMUNOLOGIA; Heme; Doenças neuroinflamatórias; Neurodegeneração; Hemorragia cerebral; Neuroinflammatory diseases; Neurodegeneration; Cerebral hemorrhage

A Hemorragia Intracerebral (HI) é uma doença em que ocorre a ruptura espontânea de uma artéria causando a liberação maciça dos componetes sanguíneos para o parênquima cerebral, culminando em grande quantidade de hemácias, hemoglobina e, consequentemente, Heme livre na região acometida pelo evento hemorrágico. Essa patologia é responsável por milhões de mortes no mundo e até hoje ainda não existe nenhum tratamento efetivo após ocorrência, apenas a reabilitação fisioterápica. Dentre as moléculas liberadas na hemorragia, o Heme é o alvo desse estudo por já ter sido descrito como um indutor de estresse oxidativo e inflamação – marcas registradas na progressão de doenças neurodegenerativas. Na doença relatada, o Heme atua como grupamento prostético sendo encontrado inserido na Hemoglobina estando restrito ao ambiente intracelular em condições fisiológicas. Entretanto, em condições patológicas, como nos casos de hemorragia, ocorre à liberação de hemácias liberando Heme em grande quantidade podendo causar seus efeitos deletérios. Levando o exposto em consideração, este trabalho tem como objetivo avaliar o papel do Heme e dos seus mecanismos na neuroinflamação e neurodegeneração desencadeada na HI com o objetivo de vislumbrar novos alvos terapêuticos. Para este estudo foram utilizadas fêmeas C57black6 e foi realizada a injeção de Heme na região do “striatum” do cérebro dos animais, principal região responsável pelas funções motoras. Para estabelecer o modelo, foram utilizados cinco grupos que foram injetados com doses diferentes de Heme e, em adição, um grupo controle injetado com veículo. Com isso, foram analisados os efeitos da injeção a longo prazo, avaliando as funções sensório-motoras dos animais por testes como Body Swing, Rotarod, Cilindro, Corner e o teste do Pole como forma de avaliar o déficit induzido pela lesão da HI. Além disso, foram avaliados parâmetros a curto prazo associados à lesão induzida na HI e a inflamação local. Dentre os resultados foi observada maior inflamação nos animais injetados com Heme, quando comparados ao controle, além disso, foi observada lesão nos cérebros dos animais injetados com heme, evidenciada através da coloração de Cresil. Já os resultados dos testes sensórios- motores mostraram que os animais injetados com a maior dose de Heme demonstram uma assimetria após a injeção, e apresentaram déficits motores no Rotarod, e dificuldade em manter a coordenação motora no pole teste, quando comparado tanto aos testes anteriores à injeção quanto ao grupo controle. Portanto, esses resultados demostram que a injeção de Heme pode ser utilizado para mimetizar os efeitos da HI e que pode atuar como componente mínimo e ter papel fundamental na neurodegeneração observada nesta doença.