Associação entre os reguladores transcricionais BmoR e OxyR e características fenotípicas de cepas de Bacteroides fragilis

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Scarlathe Bezerra da
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/20315
Resumo: Bacteroides fragilis é um bacilo Gram-negativo anaeróbio que é encontrado predominantemente no trato gastrointestinal e é componente da microbiota anfibiôntica do homem, mas pode se tornar um patógeno levando a quadros clínicos como bacteremias e endocardites. Essa bactéria é o anaeróbio estrito mais isolado de processos infecciosos de origem endógena, e, acredita-se que sua perpetuação em um quadro infeccioso se dê principalmente pela expressão de fatores de virulência e sua alta resistência ao estresse oxidativo. Dentre os anaeróbios, B. fragilis é uma das bactérias mais resistentesà exposição ao oxigênio, podendo sobreviver por até 72 horas em ambiente aeróbio. O oxigênio leva à formação de radicais livres de oxigênio que atuam de forma deletéria para a célula.B. fragilis possui uma resposta ao estresse oxidativo onde há a alteração da expressão de diversos genes codificantes de proteínas que vão atuar no combate desses radicais, como os que codificam as enzimas detoxificantes: superóxido dismutase e catalase. Grande parte da expressão desses genes é controlada pelo regulador OxyR, mas um outro regulador, o BmoR, que pertence à família de reguladores transcricionais MarR também participa dessa resposta. Já se sabe que a expressão de BmoR é independente de OxyR, porém, ainda não são claros quais os mecanismos envolvidos nessa resposta. Portanto, o principal objetivo desse trabalho foi avaliar a prevalência dos genes bmoR e oxyR em cepas de B. fragilis,assim como, as características fenotípicas das mesmas. Inicialmente, foi pesquisada a prevalência do gene bmoRe oxyRem um conjunto de cepas de B. fragilis, sendo observado que nem toda cepa deste microrganismo é portadora desses genes. Este mesmo conjunto de cepas foi submetido à exposição a agentes oxidantes como o O2 atmosférico e ao Peróxido de hidrogênio (H2O2) a 3%. Observamos que o fenótipo dessas cepas varia entre os dois agentes testados, porém, não foi possível estabelecer uma relação causal entre a presença dos genes e o fenótipo observado. Ainda foram utilizadas cepas mutantes de B. fragilis para o gene bmoR,oxyR ou um mutante duplo para ambos em testes in vitro e in vivo. Quando essas cepas foram expostas a macrófagos peritoneais e medulares, percebeu-se que não há diferença na sobrevivência de nenhuma das mutantes quando comparadas a cepa selvagem independente da célula ao qual elas foram expostas. Já quando foi avaliada a capacidade de formar abscessos em camundongos C57BL/6 foi observado que a ausência do gene oxyR levou a uma diminuição na expressão desse fator de virulência. Esperamos que os resultados obtidos nesse estudo ajudem a esclarecer a influência dos reguladores BmoR e OxyR nas características fenotípicas de cepas de B. fragilis e de que forma esses reguladores estariam relacionados à capacidade de B. fragilis de prevalescer em processos infecciosos.
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