Patrimônio integral em perspectiva: reflexões a respeito do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e a comunidade do Fabião, em Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Flávia C. Costa
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Machado, Deusana Maria da Costa, Siciliano, Mell, Rodriguez, Mônica Rebelo, Figueiredo, Ranielle Menezes de
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/15550
Resumo: O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (PNCP) está localizado na porção norte do estado de Minas Gerais, abrangendo parte dos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, distante 653 km de Belo Horizonte, e situando-se à margem esquerda do rio São Francisco. O acesso principal é feito pelas rodovias BR-040 e BR-135, percorrendo-se, a partir de Belo Horizonte, 424 km até Montes Claros, mais 169 km até Januária e 44 km até o povoado de Fabião, distrito de Levianópolis, município de Januária, onde fica a entrada do Parque e a sede local do ICMBio. O PNCP é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral criada em 1997 a partir de um acordo celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a FIAT. Para a implantação da infraestrutura do Parque, a empresa adquiriu 6.000 hectares de terras localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Cavernas do Peruaçu. A proposta de criação do Parque teve início em 1986, por meio de acordos iniciados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). O PNCP foi efetivamente criado pelo IBAMA em 1999, com área de cerca de 56 mil hectares, englobando o núcleo principal das cavernas (6.000 ha) e extensas áreas adjacentes com cobertura vegetal nativa de Cerrado e Caatinga em bom estado de conservação. Em 2002 iniciaram-se os levantamentos de dados técnicos para o planejamento do Parque, concluído em 2005 com a entrega, ao IBAMA, do documento Plano de Manejo e Zoneamento (MMA/IBAMA, 2005). A região possui uma diversidade de elementos com valor patrimonial, constituída por relevos cársticos, cavernas calcáreas e sítios paleontológicos e arqueológicos (MMA/IBAMA, 2005). A associação entre esse conjunto de patrimônios e a sociedade de entorno promove interesses integrados, entre a visão cultural e natural da região. A comunidade do Fabião é um pequeno povoado localizado às margens do rio Peruaçu, onde fica a entrada principal do Parque e o escritório do ICMBio, se encontra fora da delimitação do Parque, mas dentro da Área de Proteção Ambiental e do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu. Boa parte dos moradores que foram desapropriados no processo de criação da Unidade de Conservação recomeçaram suas vidas indo morar com suas famílias nessa comunidade. Esse processo remete a existência de um mundo natural selvagem intocável e intocado, impregnado pelo pensamento racional (DIEGUES, 2000). Entretanto, essa ideia da natureza em seu estado puro não existe, haja vista as ocupações pretéritas da região e o próprio manejo realizado pela sociedade local em momentos anteriores à criação da UC. A relação entre as pessoas e o meio ambiente não se constitui numa coleção de coisas isoladas, nem uma realidade externa (CHAUÍ, 2000), tendo em vista que não há separação entre humanidade e natureza (ACSERALD, 2004). De acordo com o antropólogo Tim Ingold (1993) a paisagem conta uma história e se constitui como um todo, de modo que não existem vazios, projetando um mundo conhecido para aqueles que a habitam, vivem em seus lugares (BASSO, 1988) e transitam em seus caminhos, conectando-os. Assim, a região não se constitui exclusivamente como um espaço estático da natureza, mas como um local dinâmico, marcado por diferentes eventos, momentos, caminhos e trajetórias, coletivas e particulares, que ao serem revisitadas permitem a compreensão dos desdobramentos que levam ao que ele é hoje, identificando como os moradores da comunidade do Fabião interagem com esse patrimônio integral.
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spelling Vieira, Flávia C. CostaMachado, Deusana Maria da CostaSiciliano, MellRodriguez, Mônica RebeloFigueiredo, Ranielle Menezes de2021-11-11T19:54:03Z2023-11-30T03:03:27Z2019VIEIRA, Flavia C. Costa et al. Patrimônio integral em perspectiva: reflexões a respeito do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e a comunidade do Fabião, em Minas Gerais. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PATRIMÔNIO GEOLÓGICO, 5., 2019, Crato, CE. Resumos. Crato: Universidade Regional do Cariri, 2019.http://hdl.handle.net/11422/15550O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu (PNCP) está localizado na porção norte do estado de Minas Gerais, abrangendo parte dos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, distante 653 km de Belo Horizonte, e situando-se à margem esquerda do rio São Francisco. O acesso principal é feito pelas rodovias BR-040 e BR-135, percorrendo-se, a partir de Belo Horizonte, 424 km até Montes Claros, mais 169 km até Januária e 44 km até o povoado de Fabião, distrito de Levianópolis, município de Januária, onde fica a entrada do Parque e a sede local do ICMBio. O PNCP é uma Unidade de Conservação (UC) de proteção integral criada em 1997 a partir de um acordo celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a FIAT. Para a implantação da infraestrutura do Parque, a empresa adquiriu 6.000 hectares de terras localizadas na Área de Proteção Ambiental (APA) Cavernas do Peruaçu. A proposta de criação do Parque teve início em 1986, por meio de acordos iniciados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM). O PNCP foi efetivamente criado pelo IBAMA em 1999, com área de cerca de 56 mil hectares, englobando o núcleo principal das cavernas (6.000 ha) e extensas áreas adjacentes com cobertura vegetal nativa de Cerrado e Caatinga em bom estado de conservação. Em 2002 iniciaram-se os levantamentos de dados técnicos para o planejamento do Parque, concluído em 2005 com a entrega, ao IBAMA, do documento Plano de Manejo e Zoneamento (MMA/IBAMA, 2005). A região possui uma diversidade de elementos com valor patrimonial, constituída por relevos cársticos, cavernas calcáreas e sítios paleontológicos e arqueológicos (MMA/IBAMA, 2005). A associação entre esse conjunto de patrimônios e a sociedade de entorno promove interesses integrados, entre a visão cultural e natural da região. A comunidade do Fabião é um pequeno povoado localizado às margens do rio Peruaçu, onde fica a entrada principal do Parque e o escritório do ICMBio, se encontra fora da delimitação do Parque, mas dentro da Área de Proteção Ambiental e do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu. Boa parte dos moradores que foram desapropriados no processo de criação da Unidade de Conservação recomeçaram suas vidas indo morar com suas famílias nessa comunidade. Esse processo remete a existência de um mundo natural selvagem intocável e intocado, impregnado pelo pensamento racional (DIEGUES, 2000). Entretanto, essa ideia da natureza em seu estado puro não existe, haja vista as ocupações pretéritas da região e o próprio manejo realizado pela sociedade local em momentos anteriores à criação da UC. A relação entre as pessoas e o meio ambiente não se constitui numa coleção de coisas isoladas, nem uma realidade externa (CHAUÍ, 2000), tendo em vista que não há separação entre humanidade e natureza (ACSERALD, 2004). De acordo com o antropólogo Tim Ingold (1993) a paisagem conta uma história e se constitui como um todo, de modo que não existem vazios, projetando um mundo conhecido para aqueles que a habitam, vivem em seus lugares (BASSO, 1988) e transitam em seus caminhos, conectando-os. Assim, a região não se constitui exclusivamente como um espaço estático da natureza, mas como um local dinâmico, marcado por diferentes eventos, momentos, caminhos e trajetórias, coletivas e particulares, que ao serem revisitadas permitem a compreensão dos desdobramentos que levam ao que ele é hoje, identificando como os moradores da comunidade do Fabião interagem com esse patrimônio integral.The Cavernas do Peruaçu National Park (PNCP) is placed in the northern portion of the state of Minas Gerais, covering part of the municipalities of Januária, Itacarambi and São João das Missões, 653 km from Belo Horizonte, and situated on the left bank of the river San Francisco. The main access is via the BR-040 and BR-135 highways, covering 424 km from Belo Horizonte to Montes Claros, another 169 km to Januária and 44 km to the village of Fabião, district of Levianópolis, municipality of Januária, where the entrance to the Park and the ICMBio headquarters are located. The PNCP is a full protection Conservation Unit (UC) created in 1997 from an agreement signed between the Federal Public Ministry (MPF) and FIAT. For the implementation of the Park's infrastructure, the company acquired 6,000 hectares of land located in the Cavernas do Peruaçu Environmental Protection Area (APA). The proposal to create the Park began in 1986, through agreements initiated by the State Institute of Historical and Artistic Heritage of Minas Gerais (IEPHA/MG), with the State Forestry Institute (IEF) and the State Foundation for the Environment (FEAM). O PNCP was effectively created by IBAMA in 1999, with an area of about 56 thousand hectares, encompassing the main core of the caves (6,000 ha) and extensive adjacent areas with native vegetation cover of the Cerrado and Caatinga in a good state of conservation. In 2002 the survey of technical data for the planning of the Park began, concluded in 2005 with the delivery, to IBAMA, of the document Management Plan and Zoning (MMA/IBAMA, 2005). The region has a diversity of valuable elements heritage, consisting of karst reliefs, limestone caves and paleontological and archeological sites (MMA/IBAMA, 2005). The association between this set of heritages and the surrounding society promotes integrated interests, between the cultural and natural vision of the region. The community of Fabião is a small village located on the banks of the Peruaçu river, where the main entrance to the Park and the ICMBio office are located. Most of the residents who were expropriated in the process of creating the Conservation Unit started their lives over by going to live with their families in this community. This process refers to the idea of an untouchable and untouched wild natural world, impregnated by rational thought (DIEGUES, 2000). However, this idea of nature in its pure state does not apply, given the past occupations of the region and the management carried out by the local society in moments prior to the creation of the PA. The relationship between people and the environment is not a collection of isolated things, nor an external reality (CHAUÍ, 2000), considering that there is no separation between humanity and nature (ACSERALD, 2004). According to anthropologist Tim Ingold (1993), the landscape tells a story and constitutes itself as a whole, so that there are no gaps, projecting a known world for those who inhabit it, live in their places (BASSO, 1988) and transit in their paths, connecting them. Thus, the region is not constituted exclusively as a static space of nature, but as a dynamic place, marked by different events, moments, paths, and trajectories, collective and particular, which, when revisited, allow the understanding of the developments that lead to what it is today, identifying how the residents of the Fabião community interact with this integral heritage.Submitted by Mell Siciliano (mellsiciliano@gmail.com) on 2021-11-10T21:54:19Z No. of bitstreams: 1 VIEIRA. Patrimônio integral em perspectiva.pdf: 1803349 bytes, checksum: e0079a4d1928e27b7af25053ca51165e (MD5)Approved for entry into archive by Maria Luiza Jardim (luiza@sibi.ufrj.br) on 2021-11-11T19:54:03Z (GMT) No. of bitstreams: 1 VIEIRA. Patrimônio integral em perspectiva.pdf: 1803349 bytes, checksum: e0079a4d1928e27b7af25053ca51165e (MD5)Made available in DSpace on 2021-11-11T19:54:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 VIEIRA. 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