Mapeamento geológico e análise litofaciológica da formação Resende na extremidade oeste da Bacia de Resende (RJ)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aguiar, Lucas Gabriel Silva de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/4097
Resumo: Mapeamento geológico, na escala de 1:50.000, da extremidade oeste da bacia de Resende, localizada na porção noroeste do estado do Rio de Janeiro. Todavia o foco do trabalho de mapeamento direcionou-se às sucessões cenozoicas, as quais foram identificadas através da descrição e análise de 14 litofácies por seções e perfis estratigráficos, com três consequentes associações de fácies que levaram à interpretação paleoambiental e, finalmente, à denominação das unidades com referência à extensa literatura já apresentada sobre a bacia. Apesar da bacia de Resende apresentar uma coluna estratigráfica com cinco unidades sedimentares distinguíveis, mais a cobertura de sedimentos quaternários, foi possível identificar apenas a Formação Resende na área mapeada, dividida em sua porção stricto sensu e o Membro Itatiaia, porém com uma nova abrangência em relação à esta última subunidade. A Formação Resende stricto sensu está localizada a oeste do território de mapeamento, dentro da região pertencente às Indústrias Nucleares do Brasil (INB), e pode ser caracterizada pelas sucessões fluviais mais típicas de sua principal correspondente homônima e pode ser correlacionada à Associação de Fácies 1. Esses depósitos são representados como resultado de um abrangente sistema fluvial entrelaçado com fluxos gravitacionais ocasionais, sendo assim caracterizados por sequências com granodecrescência ascendente, marcadas por conglomerados acinzentados com feições trativas, na base, subindo para arenitos arcoseanos amarelados/esverdeados e pelitos esverdeados, no topo. No Eoceno, processos distensivos decorrentes do Rift Continental do Sudeste Brasileiro (RCSB) se tornaram mais expressivos na borda continental, formando uma feição de hemi-gráben na borda norte da bacia, a qual originou sistemas de leques isolados de pequeno porte. Os depósitos fanglomeráticos resultantes desses leques aluviais são representados pelo Membro Itatiaia, o qual atribui tal nominação devido ao paleoambiente de origem e predomínio de clastos provenientes das rochas alcalinas do maciço do Itatiaia. É postulado, neste presente estudo, a subdivisão do Membro Itatiaia em Fácies proximal e Fácies mediana a distal, de acordo com a abrangência e diferença litofaciológica de seus depósitos. A primeira é representada pela Associação de fácies 2 e pode ser caracterizada por pacotes conglomeráticos acinzentados, tendendo ao espessamento com predomínio de detritos de rochas alcalinas, intercalados a camadas areníticas esbranquiçadas e pelitos de coloração avermelhada. Já a Fácies mediana a distal do Membro Itatiaia está relacionada à Associação de Fácies 3 e pode ser ligada às porções mais distais desse mesmo sistema de leque aluvial, assumindo um caráter fluvial entrelaçado, com maior presença de depósitos originados por processos trativos; é perceptível o aumento da proporção de finos/grossos, representada pela diminuição da espessura dos pacotes conglomeráticos acinzentados e predomínio de arenitos esbranquiçados com camadas tabulares/lenticulares de pelitos, dispostos em ciclos com granodecrescência ascendente. Além da diferenciação das litofacies encontradas em relação ao Membro Itatiaia, também foram realizadas outras duas importantes observações. A primeira diz respeito ao fato de que os depósitos da Formação Resende stricto sensu encontram-se em contato lateral interdigitado com as sequências sedimentares do Membro Itatiaia. Já a segunda observação considera que a proveniência de detritos de rochas metamórficas do embasamento, nos depósitos rudíticos do Membro Itatiaia, sugere proximidade dessa unidade proterozoica com o maciço, porém encoberta por sedimentos quaternários.
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