A presença feminina em Paleontologia: um estudo de caso da Revista Brasileira de Paleontologia

• Autor(a) principal: Siciliano, Mell
• Data de Publicação: 2017
• Outros Autores: Leta, Jacqueline
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRJ
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11422/13279
• topic: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::CIENCIA DA INFORMACAO::BIBLIOTECONOMIA::METODOS QUANTITATIVOS. BIBLIOMETRIA; Bibliometria; Paleontologia; Bibliometrics; Paleontology

As últimas décadas presenciaram o crescimento de estudos sobre a participação de mulheres em diferentes setores. Na ciência, estudos desta natureza buscam, dentre outros aspectos, investigar a disparidade de gênero nos campos de conhecimento, assim como suas possíveis causas e formas para reduzi-la. Partindo desta constatação, o trabalho pretende investigar a participação de mulheres na Paleontologia brasileira, um campo tradicionalmente masculino, inclusive no Brasil. Para isso, neste estudo, a análise foca nas autorias da Revista Brasileira de Paleontologia (RBP), a primeira e única revista nacional dedicada exclusivamente ao campo e que está indexada em bases nacionais e internacionais. Para esta investigação, foram extraídas manualmente do site da RBP informações de 386 artigos, publicados no período de 2001 a 2015 que foram analisadas no programa Microsoft Excel. Observa-se que 42 artigos (10,9%) são de autoria única e 344 (89,1%) de autoria múltipla. No primeiro grupo, verifica-se que 19 artigos (45%) são de autoria feminina e 23 (55%) de autoria masculina. No segundo grupo, foi identificado o sexo dos autores de 340 artigos, sendo 221 artigos de autoria mista (65%), 87 de autoria somente masculina (25,6%) e 39 de autoria somente feminina (9,4%). No quesito autoria única, portanto, é possível observar equidade entre homens e mulheres. Já nos trabalhos de autoria múltipla, a maior proporção de autorias mistas indica maior preferência pela colaboração com o sexo oposto. Importante destacar que, dentre os 1.117 autores que participam dos 340 trabalhos de autoria compartilhada, 683 são homens (61,2%) e 434 são mulheres (38,8%). Uma relação de 0,64:1, ou seja, praticamente para cada autor há metade de uma autora. Esses dados, por um lado, reforçam ainda a predominância de autores do sexo masculino no campo da Paleontologia no Brasil, mas por outro, mostram que existe uma significativa colaboração deles com as profissionais do sexo feminino. Mesmo preliminares, os resultados colocam o país em um status de maior equidade de gênero se comparado a outros países da América Latina. Pretende-se, com este trabalho, contribuir para o debate da disparidade de gênero e desempenho na pesquisa em Paleontologia, que ainda carece de estudos.