Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia.
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/7340 |
Resumo: | A opala é conhecida e apreciada mundialmente pelas suas características únicas, dentre as quais podemos destacar a sua grande diversidade de cores. As opalas verdes do município de Boa Nova no estado da Bahia são conhecidas desde a década de 1970, alternando épocas de produção e paralisação das atividades garimpeiras. Recentemente (2010) notícias de um retorno das atividades de lavra e de alta produção nos levaram a visitar o local. As opalas ocorrem em pacotes de rochas constituídas de gnaisses a xistos quartzosos, intercaladas com camadas de anfibolito. Elas se destacam pelos seus diversos tons de verde, indo de amarelado, passando por um verde maçã, a um verde bem escuro. Nas frentes de lavra é comum observar a associação com calcedônia branca e dendritos de manganês em meio a uma matriz avermelhada. A caracterização mineralógica e gemológica das treze amostras disponibilizadas incluiu a determinação da densidade e dos índices de refração, difração de raios-X e espectroscopia Raman. A fim de investigar a causa da variação dos tons de verde foram realizadas análises químicas por espectrometria de fluorescência de raios-X e espectroscopia UV-VIS-NIR. A difração de raios-X revelou um baixo grau de cristalinidade destas opalas, permitindo enquadrálas como opalas-CT. As mesmas técnicas revelaram também o intercrescimento com calcedônia, por vezes visível na forma de vênulas brancas. As opalas de Boa Nova apresentam uma variação considerável em termos de densidade (2,05 a 2,12 g/cm3) e índices de refração (1,440 a 1,454), o que, embora compatíveis com opalas-CT, pode ser explicado tanto pelo intercrescimento com a calcedônia e outros filossilicatos (paligorskita e serpentina), como pela variação da sua composição química a nível dos elementos menores responsáveis pela cor. O principal objetivo deste trabalho foi de contribuir para o melhor entendimento das causas da cor verde destas opalas e a razão da sua grande variação. A análise por espectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão de energia identificou claramente a presença de três elementos químicos com participação decisiva na cor das opalas: níquel, ferro e cromo, nesta ordem. Trabalhos anteriores desconsideravam a presença do cromo e a proporção entre os três elementos encontrados, o que no final pode ser considerado um fator determinante para o surgimento dos diferentes tons de verde. As opalas verde amareladas são praticamente desprovidas de cromo e possuem teores elevados de níquel e ferro. As opalas de cor “verde maçã” possuem teores de níquel elevados e baixos valores de cromo e ferro. As opalas verdes mais escuras apresentam níquel elevado e quantidade de cromo e ferro equivalentes. Neste estudo são apresentados espectros UV-VIS-NIR como auxílio de indicação dos elementos. A presença de inclusões de minerais niquelíferos é normalmente apontada como a causa da cor de opalas e calcedônias verdes (crisoprásio), mas não foram detectados em nenhuma análise, o que nos leva a crer que, apesar de presente em grandes quantidades o elemento níquel não se encontra em inclusões e sim disperso em toda opala. Estudos de microscópio eletrônico de varredura foram capazes de detectar fases de intercrescimento de calcedônia e inclusões ricas em ferro e cromo, mas nenhuma inclusão portadora de níquel. |
id |
UFRJ_f34b78c2b7accc0bc9743240d24e8d17 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:pantheon.ufrj.br:11422/7340 |
network_acronym_str |
UFRJ |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
repository_id_str |
|
spelling |
Rocha, Luiza Rodrigueshttp://lattes.cnpq.br/5103804386448460Almeida, Cícera Neysi dehttp://lattes.cnpq.br/0878609222243870Mendes, Júlio Cezarhttp://lattes.cnpq.br/2278221700182008Silva, Rosana Elisa Coppedê dahttp://lattes.cnpq.br/2672241365997375Schnellrath, Jurgen2019-04-18T15:29:38Z2023-11-30T03:02:28Z2014-08http://hdl.handle.net/11422/7340Submitted by Rodolpho Barros (rodolpho@bib.ccmn.ufrj.br) on 2019-04-18T15:29:38Z No. of bitstreams: 1 ROCHA, L. R.pdf: 2419799 bytes, checksum: 066157f895d26ed5324eda09b89aaf9d (MD5)Made available in DSpace on 2019-04-18T15:29:38Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ROCHA, L. R.pdf: 2419799 bytes, checksum: 066157f895d26ed5324eda09b89aaf9d (MD5) Previous issue date: 2014-08A opala é conhecida e apreciada mundialmente pelas suas características únicas, dentre as quais podemos destacar a sua grande diversidade de cores. As opalas verdes do município de Boa Nova no estado da Bahia são conhecidas desde a década de 1970, alternando épocas de produção e paralisação das atividades garimpeiras. Recentemente (2010) notícias de um retorno das atividades de lavra e de alta produção nos levaram a visitar o local. As opalas ocorrem em pacotes de rochas constituídas de gnaisses a xistos quartzosos, intercaladas com camadas de anfibolito. Elas se destacam pelos seus diversos tons de verde, indo de amarelado, passando por um verde maçã, a um verde bem escuro. Nas frentes de lavra é comum observar a associação com calcedônia branca e dendritos de manganês em meio a uma matriz avermelhada. A caracterização mineralógica e gemológica das treze amostras disponibilizadas incluiu a determinação da densidade e dos índices de refração, difração de raios-X e espectroscopia Raman. A fim de investigar a causa da variação dos tons de verde foram realizadas análises químicas por espectrometria de fluorescência de raios-X e espectroscopia UV-VIS-NIR. A difração de raios-X revelou um baixo grau de cristalinidade destas opalas, permitindo enquadrálas como opalas-CT. As mesmas técnicas revelaram também o intercrescimento com calcedônia, por vezes visível na forma de vênulas brancas. As opalas de Boa Nova apresentam uma variação considerável em termos de densidade (2,05 a 2,12 g/cm3) e índices de refração (1,440 a 1,454), o que, embora compatíveis com opalas-CT, pode ser explicado tanto pelo intercrescimento com a calcedônia e outros filossilicatos (paligorskita e serpentina), como pela variação da sua composição química a nível dos elementos menores responsáveis pela cor. O principal objetivo deste trabalho foi de contribuir para o melhor entendimento das causas da cor verde destas opalas e a razão da sua grande variação. A análise por espectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão de energia identificou claramente a presença de três elementos químicos com participação decisiva na cor das opalas: níquel, ferro e cromo, nesta ordem. Trabalhos anteriores desconsideravam a presença do cromo e a proporção entre os três elementos encontrados, o que no final pode ser considerado um fator determinante para o surgimento dos diferentes tons de verde. As opalas verde amareladas são praticamente desprovidas de cromo e possuem teores elevados de níquel e ferro. As opalas de cor “verde maçã” possuem teores de níquel elevados e baixos valores de cromo e ferro. As opalas verdes mais escuras apresentam níquel elevado e quantidade de cromo e ferro equivalentes. Neste estudo são apresentados espectros UV-VIS-NIR como auxílio de indicação dos elementos. A presença de inclusões de minerais niquelíferos é normalmente apontada como a causa da cor de opalas e calcedônias verdes (crisoprásio), mas não foram detectados em nenhuma análise, o que nos leva a crer que, apesar de presente em grandes quantidades o elemento níquel não se encontra em inclusões e sim disperso em toda opala. Estudos de microscópio eletrônico de varredura foram capazes de detectar fases de intercrescimento de calcedônia e inclusões ricas em ferro e cromo, mas nenhuma inclusão portadora de níquel.porUniversidade Federal do Rio de JaneiroUFRJBrasilInstituto de GeociênciasCNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIAOpala VerdeBoa NovaCausas de CorCaracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisabertoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRJinstname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)instacron:UFRJORIGINALROCHA, L. R.pdfROCHA, L. R.pdfapplication/pdf2419799http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/7340/1/ROCHA%2C+L.+R.pdf066157f895d26ed5324eda09b89aaf9dMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81853http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/7340/2/license.txtdd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255MD5211422/73402023-11-30 00:02:28.27oai:pantheon.ufrj.br:11422/7340TElDRU7Dh0EgTsODTy1FWENMVVNJVkEgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08KCkFvIGFzc2luYXIgZSBlbnRyZWdhciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqihzKSBvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBvdSBwcm9wcmlldMOhcmlvKHMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBjb25jZWRlKG0pIGFvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBQYW50aGVvbiBkYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkbyBSaW8gZGUgSmFuZWlybyAoVUZSSikgbyBkaXJlaXRvIG7Do28gLSBleGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgZGlzdHJpYnVpciBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBlbSB0b2RvIG8gbXVuZG8sIGVtIGZvcm1hdG8gZWxldHLDtG5pY28gZSBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8sIG1hcyBuw6NvIGxpbWl0YWRvIGEgw6F1ZGlvIGUvb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgVUZSSiBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlw7pkbywgdHJhZHV6aXIgYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gY29tIGEgZmluYWxpZGFkZSBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBVRlJKIHBvZGUgbWFudGVyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXNzYSBzdWJtaXNzw6NvIHBhcmEgZmlucyBkZSBzZWd1cmFuw6dhLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmHDp8OjbyBkaWdpdGFsLgoKRGVjbGFyYSBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgc2V1IHRyYWJhbGhvIG9yaWdpbmFsLCBlIHF1ZSB2b2PDqiB0ZW0gbyBkaXJlaXRvIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIGFwcmVzZW50YcOnw6NvLCBjb20gbyBtZWxob3IgZGUgc2V1cyBjb25oZWNpbWVudG9zLCBuw6NvIGluZnJpbmdpIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIHRlcmNlaXJvcy4KClNlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGNvbnTDqW0gbWF0ZXJpYWwgZG8gcXVhbCB2b2PDqiBuw6NvIHRlbSBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciwgZGVjbGFyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBlIGNvbmNlZGUgYSBVRlJKIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRhIHN1Ym1pc3PDo28uCgpTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSDDqSBiYXNlYWRvIGVtIHRyYWJhbGhvIHF1ZSBmb2ksIG91IHRlbSBzaWRvIHBhdHJvY2luYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIHVtYSBhZ8OqbmNpYSBvdSBvdXRybyhzKSBvcmdhbmlzbW8ocykgcXVlIG7Do28gYSBVRlJKLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWxxdWVyIGRpcmVpdG8gZGUgUkVWSVPDg08gb3UgZGUgb3V0cmFzIG9icmlnYcOnw7VlcyByZXF1ZXJpZGFzIHBvciBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVGUkogaXLDoSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8ocykgc2V1KHMpIG5vbWUocykgY29tbyBhdXRvcihlcykgb3UgcHJvcHJpZXTDoXJpbyhzKSBkYSBzdWJtaXNzw6NvLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIG5vIGF0byBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgo=Repositório de PublicaçõesPUBhttp://www.pantheon.ufrj.br/oai/requestopendoar:2023-11-30T03:02:28Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
title |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
spellingShingle |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. Rocha, Luiza Rodrigues CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIA Opala Verde Boa Nova Causas de Cor |
title_short |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
title_full |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
title_fullStr |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
title_full_unstemmed |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
title_sort |
Caracterização mineralógica e gemológica das ocorrências de Opala Verde na região de Boa Nova, Bahia. |
author |
Rocha, Luiza Rodrigues |
author_facet |
Rocha, Luiza Rodrigues |
author_role |
author |
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/5103804386448460 |
dc.contributor.advisorCo1.none.fl_str_mv |
Almeida, Cícera Neysi de |
dc.contributor.advisorCo1Lattes.pt_BR.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/0878609222243870 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocha, Luiza Rodrigues |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Mendes, Júlio Cezar |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2278221700182008 |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Silva, Rosana Elisa Coppedê da |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/2672241365997375 |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Schnellrath, Jurgen |
contributor_str_mv |
Mendes, Júlio Cezar Silva, Rosana Elisa Coppedê da Schnellrath, Jurgen |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIA |
topic |
CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS::GEOLOGIA::PETROLOGIA Opala Verde Boa Nova Causas de Cor |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Opala Verde Boa Nova Causas de Cor |
description |
A opala é conhecida e apreciada mundialmente pelas suas características únicas, dentre as quais podemos destacar a sua grande diversidade de cores. As opalas verdes do município de Boa Nova no estado da Bahia são conhecidas desde a década de 1970, alternando épocas de produção e paralisação das atividades garimpeiras. Recentemente (2010) notícias de um retorno das atividades de lavra e de alta produção nos levaram a visitar o local. As opalas ocorrem em pacotes de rochas constituídas de gnaisses a xistos quartzosos, intercaladas com camadas de anfibolito. Elas se destacam pelos seus diversos tons de verde, indo de amarelado, passando por um verde maçã, a um verde bem escuro. Nas frentes de lavra é comum observar a associação com calcedônia branca e dendritos de manganês em meio a uma matriz avermelhada. A caracterização mineralógica e gemológica das treze amostras disponibilizadas incluiu a determinação da densidade e dos índices de refração, difração de raios-X e espectroscopia Raman. A fim de investigar a causa da variação dos tons de verde foram realizadas análises químicas por espectrometria de fluorescência de raios-X e espectroscopia UV-VIS-NIR. A difração de raios-X revelou um baixo grau de cristalinidade destas opalas, permitindo enquadrálas como opalas-CT. As mesmas técnicas revelaram também o intercrescimento com calcedônia, por vezes visível na forma de vênulas brancas. As opalas de Boa Nova apresentam uma variação considerável em termos de densidade (2,05 a 2,12 g/cm3) e índices de refração (1,440 a 1,454), o que, embora compatíveis com opalas-CT, pode ser explicado tanto pelo intercrescimento com a calcedônia e outros filossilicatos (paligorskita e serpentina), como pela variação da sua composição química a nível dos elementos menores responsáveis pela cor. O principal objetivo deste trabalho foi de contribuir para o melhor entendimento das causas da cor verde destas opalas e a razão da sua grande variação. A análise por espectrometria de fluorescência de raios-X por dispersão de energia identificou claramente a presença de três elementos químicos com participação decisiva na cor das opalas: níquel, ferro e cromo, nesta ordem. Trabalhos anteriores desconsideravam a presença do cromo e a proporção entre os três elementos encontrados, o que no final pode ser considerado um fator determinante para o surgimento dos diferentes tons de verde. As opalas verde amareladas são praticamente desprovidas de cromo e possuem teores elevados de níquel e ferro. As opalas de cor “verde maçã” possuem teores de níquel elevados e baixos valores de cromo e ferro. As opalas verdes mais escuras apresentam níquel elevado e quantidade de cromo e ferro equivalentes. Neste estudo são apresentados espectros UV-VIS-NIR como auxílio de indicação dos elementos. A presença de inclusões de minerais niquelíferos é normalmente apontada como a causa da cor de opalas e calcedônias verdes (crisoprásio), mas não foram detectados em nenhuma análise, o que nos leva a crer que, apesar de presente em grandes quantidades o elemento níquel não se encontra em inclusões e sim disperso em toda opala. Estudos de microscópio eletrônico de varredura foram capazes de detectar fases de intercrescimento de calcedônia e inclusões ricas em ferro e cromo, mas nenhuma inclusão portadora de níquel. |
publishDate |
2014 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2014-08 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-04-18T15:29:38Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-11-30T03:02:28Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11422/7340 |
url |
http://hdl.handle.net/11422/7340 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFRJ |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
Instituto de Geociências |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRJ instname:Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) instacron:UFRJ |
instname_str |
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
instacron_str |
UFRJ |
institution |
UFRJ |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRJ |
collection |
Repositório Institucional da UFRJ |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/7340/1/ROCHA%2C+L.+R.pdf http://pantheon.ufrj.br:80/bitstream/11422/7340/2/license.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
066157f895d26ed5324eda09b89aaf9d dd32849f2bfb22da963c3aac6e26e255 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1784097133361627136 |