Os sistemas siluriano e devoniano em afloramentos da borda leste da Bacia do Parnaíba e correlações no Godwana Ocidental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRJ |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11422/4103 |
Resumo: | Os intervalos Siluriano e Mesodevoniano-Eocarbonífero da Bacia do Parnaíba, representados pelos grupos Serra Grande e Canindé, correspondem a um importante registro da evolução da margem ocidental do Gondwana. Estes grupos estratigráficos são predominantes na borda leste da Bacia do Parnaíba e são os principais formadores do relevo preponderante na Serra de Ibiapaba, na divisa dos estados do Piauí e Ceará. A Bacia do Parnaíba ainda é considerada uma bacia pouco conhecida, pois os trabalhos publicados são escassos e geralmente apresentam abordagem pontual sem integração regional. O objetivo deste trabalho é trazer novos dados sedimentológicos e estratigráficos, obtidos através do levantamento de campo e análise estratigráfica em detalhe, buscando contribuir para um melhor conhecimento da bacia na seção do Paleozóico Inferior correlacionando com os dados da literatura sobre a margem ocidental do Paleocontinente Gondwana. A análise estratigráfica se baseou na descrição de 14 fácies sedimentares, as quais foram englobadas em cinco associações de fácies, sendo três destas pertencentes ao Grupo Serra Grande e duas ao Grupo Canindé. Na base da Formação Ipu, do Grupo Serra Grande, foi estudado um afloramento ainda não descrito na literatura, que corresponde a uma espessa sucessão de diamictitos e lamitos, interpretados aqui como de origem glacial, correlacionáveis aos tilitos descritos na literatura que ocorrem nas proximidades Serra da Capivara. Este grupo registra uma sedimentação predominantemente continental fluvial sob influência marinha, em ambiente glacial. O contato com a unidade adjacente, Grupo Canindé, foi interpretado como discordante. No Grupo Canindé a sedimentação é predominante influenciada por processos marinhos, que são registros das grandes inundações que atingiram o Gondwana durante o Devoniano. Neste trabalho, propõe-se a comparação e correlação regional com bacias interiores que compõe o Gondwana Ocidental, sendo estas as bacias do Paraná, Congo e Cape-Karoo. Os registros sedimentares estudados nas associações de fácies aqui descritas, possuem seus equivalentes nas bacias do Paraná (Sul do Brasil) e Cape-Karoo (África do Sul). A análise estratigráfica, juntamente com a análise das paleocorrentes, permitiu a interpretação dos possíveis paleoambientes deposionais e seus contextos paleogeográficos na configuração das bacias do Gondwana Ocidental, baseado em modelos de reconstrução. Os sentidos de paleocorrentes obtidos neste trabalho sugerem uma sedimentação vinda de Sul/Sudeste, com sentidos Noroeste (~310°), o que se diverge dos sentidos regionais nas demais bacias (Paraná e Cape-Karoo). O que pode sugerir a existência de um alto estrutural que separava estas bacias no Paleozoico Inferior. Assim como pode explicar a ausência de registro sedimentar siluro-devoniano na Bacia do Congo (África Central). |
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