A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Ciência Plural |
Texto Completo: | https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/16843 |
Resumo: | Introdução: O Brasil, em 2016, alcançou uma taxa bruta de mortalidade igual a 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Além de outras consequências, essa mortandade apresenta impactos na saúde, na dinâmica demográfica e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico-social. Objetivo: Demonstrar as correlações significantes entre os homicídios e os índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda entre os municípios brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, onde foram avaliados 62.517 óbitos por homicídios em 2016. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizada para idade por 100 mil habitantes, segundo local de residência, de todos os municípios brasileiros com mínimo de 100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação Winsorizada foram utilizados para avaliar a dependência dos homicídios com índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda. As razões de prevalência foram avaliadas com o teste exato de Fisher para medir a força de associação, considerando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os homicídios entre homens foram dez vezes mais prevalentes que entre as mulheres (RP=9,7 – p-valor<0,001), correspondendo a 93% dos homicídios. Os homicídios foram prevalentemente óbitos juvenis, onde 54,6% ocorreram na faixa etária entre 15 e 29 anos, onde 75% eram negros. Dos 15 municípios com menores taxas de homicídios, dez pertenciam ao estado de São Paulo. No outro extremo, metade dos 15 municípios mais violentos foram do estado da Bahia. Quanto maior a desigualdade de renda ou pobreza entre os municípios avaliados, maiores foram as taxas de homicídios observadas. Um efeito contrário foi observado com as maiores as expectativas de anos de estudo e de acesso à educação. Conclusão: Os municípios brasileiros com maiores problemas de violência homicida foram aqueles que apresentaram as maiores desigualdades sociais e pobreza. Em sentido contrário, a educação foi relacionada às menores taxas de homicídios. |
id |
UFRN-4_8cc279161b9bd6872032ac4471e0a6e7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:periodicos.ufrn.br:article/16843 |
network_acronym_str |
UFRN-4 |
network_name_str |
Revista Ciência Plural |
repository_id_str |
|
spelling |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASILIntrodução: O Brasil, em 2016, alcançou uma taxa bruta de mortalidade igual a 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Além de outras consequências, essa mortandade apresenta impactos na saúde, na dinâmica demográfica e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico-social. Objetivo: Demonstrar as correlações significantes entre os homicídios e os índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda entre os municípios brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, onde foram avaliados 62.517 óbitos por homicídios em 2016. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizada para idade por 100 mil habitantes, segundo local de residência, de todos os municípios brasileiros com mínimo de 100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação Winsorizada foram utilizados para avaliar a dependência dos homicídios com índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda. As razões de prevalência foram avaliadas com o teste exato de Fisher para medir a força de associação, considerando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os homicídios entre homens foram dez vezes mais prevalentes que entre as mulheres (RP=9,7 – p-valor<0,001), correspondendo a 93% dos homicídios. Os homicídios foram prevalentemente óbitos juvenis, onde 54,6% ocorreram na faixa etária entre 15 e 29 anos, onde 75% eram negros. Dos 15 municípios com menores taxas de homicídios, dez pertenciam ao estado de São Paulo. No outro extremo, metade dos 15 municípios mais violentos foram do estado da Bahia. Quanto maior a desigualdade de renda ou pobreza entre os municípios avaliados, maiores foram as taxas de homicídios observadas. Um efeito contrário foi observado com as maiores as expectativas de anos de estudo e de acesso à educação. Conclusão: Os municípios brasileiros com maiores problemas de violência homicida foram aqueles que apresentaram as maiores desigualdades sociais e pobreza. Em sentido contrário, a educação foi relacionada às menores taxas de homicídios.Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN2019-02-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/1684310.21680/2446-7286.2018v4n2ID16843Revista Ciência Plural; v. 4 n. 2 (2018); 102-1142446-728610.21680/2446-7286.2018v4n2reponame:Revista Ciência Pluralinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNporhttps://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/16843/11270Copyright (c) 2019 Revista Ciência Pluralinfo:eu-repo/semantics/openAccessLima, André Luiz Barbosa deSantos, Taynara Regina Monte dosSilva, Eliana Mesquita daLima, Kenio Costa2021-12-01T12:35:47Zoai:periodicos.ufrn.br:article/16843Revistahttps://periodicos.ufrn.br/rcpPUBhttps://periodicos.ufrn.br/rcp/oai||irisdoceu.ufrn@gmail.com2446-72862446-7286opendoar:2021-12-01T12:35:47Revista Ciência Plural - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
title |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
spellingShingle |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL Lima, André Luiz Barbosa de |
title_short |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
title_full |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
title_fullStr |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
title_full_unstemmed |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
title_sort |
A DEPENDÊNCIA DOS HOMICÍDIOS E AS DESVANTAGENS SOCIOECONÔMICAS EM MUNICÍPIOS DO BRASIL |
author |
Lima, André Luiz Barbosa de |
author_facet |
Lima, André Luiz Barbosa de Santos, Taynara Regina Monte dos Silva, Eliana Mesquita da Lima, Kenio Costa |
author_role |
author |
author2 |
Santos, Taynara Regina Monte dos Silva, Eliana Mesquita da Lima, Kenio Costa |
author2_role |
author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lima, André Luiz Barbosa de Santos, Taynara Regina Monte dos Silva, Eliana Mesquita da Lima, Kenio Costa |
description |
Introdução: O Brasil, em 2016, alcançou uma taxa bruta de mortalidade igual a 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Além de outras consequências, essa mortandade apresenta impactos na saúde, na dinâmica demográfica e, por conseguinte, no processo de desenvolvimento econômico-social. Objetivo: Demonstrar as correlações significantes entre os homicídios e os índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda entre os municípios brasileiros. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, onde foram avaliados 62.517 óbitos por homicídios em 2016. Foram calculadas taxas de mortalidade padronizada para idade por 100 mil habitantes, segundo local de residência, de todos os municípios brasileiros com mínimo de 100 mil habitantes. Os coeficientes de correlação Winsorizada foram utilizados para avaliar a dependência dos homicídios com índices de educação, pobreza e de desigualdade de renda. As razões de prevalência foram avaliadas com o teste exato de Fisher para medir a força de associação, considerando-se um nível de significância de 5%. Resultados: Os homicídios entre homens foram dez vezes mais prevalentes que entre as mulheres (RP=9,7 – p-valor<0,001), correspondendo a 93% dos homicídios. Os homicídios foram prevalentemente óbitos juvenis, onde 54,6% ocorreram na faixa etária entre 15 e 29 anos, onde 75% eram negros. Dos 15 municípios com menores taxas de homicídios, dez pertenciam ao estado de São Paulo. No outro extremo, metade dos 15 municípios mais violentos foram do estado da Bahia. Quanto maior a desigualdade de renda ou pobreza entre os municípios avaliados, maiores foram as taxas de homicídios observadas. Um efeito contrário foi observado com as maiores as expectativas de anos de estudo e de acesso à educação. Conclusão: Os municípios brasileiros com maiores problemas de violência homicida foram aqueles que apresentaram as maiores desigualdades sociais e pobreza. Em sentido contrário, a educação foi relacionada às menores taxas de homicídios. |
publishDate |
2019 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2019-02-13 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo avaliado pelos Pares |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/16843 10.21680/2446-7286.2018v4n2ID16843 |
url |
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/16843 |
identifier_str_mv |
10.21680/2446-7286.2018v4n2ID16843 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/16843/11270 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2019 Revista Ciência Plural info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2019 Revista Ciência Plural |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN |
publisher.none.fl_str_mv |
Portal de Periódicos Eletrônicos da UFRN |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Ciência Plural; v. 4 n. 2 (2018); 102-114 2446-7286 10.21680/2446-7286.2018v4n2 reponame:Revista Ciência Plural instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instacron:UFRN |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
instacron_str |
UFRN |
institution |
UFRN |
reponame_str |
Revista Ciência Plural |
collection |
Revista Ciência Plural |
repository.name.fl_str_mv |
Revista Ciência Plural - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) |
repository.mail.fl_str_mv |
||irisdoceu.ufrn@gmail.com |
_version_ |
1799770061807812608 |