Exu, a divindade marginal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Mneme (Caicó. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/22113 |
Resumo: | Durante o período escravagista os negros africanos foram forçados a se estabelecer numa nova terra, com novos hábitos e outras referências culturais. Desprovidos de qualquer bem material, os escravos trouxeram para o “Novo Mundo”, as suas memórias, crenças e suas representações do sagrado. No Brasil, suas práticas religiosas foram duramente reprimidas, obrigados a aceitar o catolicismo e a aderir aos hábitos cristãos. Como forma de resistência, os africanos elaboraram um hibridismo cultural baseado na comparação imagética entre os santos do catolicismo popular e suas divindades: em algumas regiões do país, Oxóssi foi relacionado a São Sebastião; Xangô a São Jerônimo; Iansã a Santa Bárbara e assim por diante. Entretanto, Exu senhor dos caminhos, da fertilidade e do movimento na cultura ioruba, foi associado ao diabo, figura importante no imaginário cristão. Os missionários europeus descreveram Exu como a fonte de todo o mal, um ser libidinoso e traiçoeiro. Atualmente, uma imagem deturpada deste orixá ainda é propagada pelas igrejas neopentecostais e pelo catolicismo carismático. Este artigo discute a marginalização do orixá Exu e sua transfiguração em diabo segundo o discurso cristão do século XX e XXI. PALAVRAS-CHAVE: Exu, Neopentecostais, Hibridação, Catolicismo. |
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Exu, a divindade marginalDurante o período escravagista os negros africanos foram forçados a se estabelecer numa nova terra, com novos hábitos e outras referências culturais. Desprovidos de qualquer bem material, os escravos trouxeram para o “Novo Mundo”, as suas memórias, crenças e suas representações do sagrado. No Brasil, suas práticas religiosas foram duramente reprimidas, obrigados a aceitar o catolicismo e a aderir aos hábitos cristãos. Como forma de resistência, os africanos elaboraram um hibridismo cultural baseado na comparação imagética entre os santos do catolicismo popular e suas divindades: em algumas regiões do país, Oxóssi foi relacionado a São Sebastião; Xangô a São Jerônimo; Iansã a Santa Bárbara e assim por diante. Entretanto, Exu senhor dos caminhos, da fertilidade e do movimento na cultura ioruba, foi associado ao diabo, figura importante no imaginário cristão. Os missionários europeus descreveram Exu como a fonte de todo o mal, um ser libidinoso e traiçoeiro. Atualmente, uma imagem deturpada deste orixá ainda é propagada pelas igrejas neopentecostais e pelo catolicismo carismático. Este artigo discute a marginalização do orixá Exu e sua transfiguração em diabo segundo o discurso cristão do século XX e XXI. PALAVRAS-CHAVE: Exu, Neopentecostais, Hibridação, Catolicismo.Mneme - Revista de Humanidades2023-11-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/22113Mneme - Revista de Humanidades; v. 21 n. 44 (2020): Dossiê: Memória e espaços culturais1518-3394reponame:Mneme (Caicó. Online)instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNporhttps://periodicos.ufrn.br/mneme/article/view/22113/17721Copyright (c) 2023 Mneme - Revista de Humanidadeshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessNascimento, AndréAndrade Júnior, Lourival2023-12-16T21:07:32Zoai:periodicos.ufrn.br:article/22113Revistahttps://periodicos.ufrn.br/mnemePUBhttps://periodicos.ufrn.br/mneme/oai||muirakytan@uol.com.br1518-33941518-3394opendoar:2023-12-16T21:07:32Mneme (Caicó. Online) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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