A botija da Serra da Rajada: entre a memória e a história
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Inter-legere |
Texto Completo: | https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4210 |
Resumo: | O objetivo deste ensaio é o de discutir a relação entre memória e história por meio das histórias de botijas ligadas à Serra da Rajada, situada entre os municípios de Carnaúba dos Dantas, Acari, Jardim do Seridó e Parelhas, no Seridó potiguar. No senso comum, as botijas são tesouros em forma de moedas (de ouro e prata) ou de joias que foram enterradas em lugares secretos por determinadas pessoas em eras passadas. Essas pessoas, após a morte, acabam tornando-se almas penadas e não conseguem encontrar o caminho da salvação devido terem abraçado os valores da ganância e da ambição em vida, valores que explicam o fato dos objetos terem sido escondidos nas profundezas da terra e não terem sido revelados às pessoas do seu convívio. Vagando, essas almas recorrem aos vivos através dos sonhos, que geralmente acontecem três vezes, onde solicitam que o indivíduo desenterre e usufrua da botija e, como recompensa o espírito ganha o salvo-conduto, podendo descansar em paz. A sobrevivência dessas histórias, portanto, é uma das evidências de como a relação entre o mundo natural e o sobrenatural, manifestada pela recorrência ao sonho de botija como elemento desencadeador de rememoração do passado, ainda tem importância vital para a população em apreço, sendo, assim acreditamos, um importante elemento do seu patrimônio imaterial. |
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A botija da Serra da Rajada: entre a memória e a históriaO objetivo deste ensaio é o de discutir a relação entre memória e história por meio das histórias de botijas ligadas à Serra da Rajada, situada entre os municípios de Carnaúba dos Dantas, Acari, Jardim do Seridó e Parelhas, no Seridó potiguar. No senso comum, as botijas são tesouros em forma de moedas (de ouro e prata) ou de joias que foram enterradas em lugares secretos por determinadas pessoas em eras passadas. Essas pessoas, após a morte, acabam tornando-se almas penadas e não conseguem encontrar o caminho da salvação devido terem abraçado os valores da ganância e da ambição em vida, valores que explicam o fato dos objetos terem sido escondidos nas profundezas da terra e não terem sido revelados às pessoas do seu convívio. Vagando, essas almas recorrem aos vivos através dos sonhos, que geralmente acontecem três vezes, onde solicitam que o indivíduo desenterre e usufrua da botija e, como recompensa o espírito ganha o salvo-conduto, podendo descansar em paz. A sobrevivência dessas histórias, portanto, é uma das evidências de como a relação entre o mundo natural e o sobrenatural, manifestada pela recorrência ao sonho de botija como elemento desencadeador de rememoração do passado, ainda tem importância vital para a população em apreço, sendo, assim acreditamos, um importante elemento do seu patrimônio imaterial.UFRN2013-09-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4210Revista Inter-Legere; n. 10 (2012): PATRIMÔNIO CULTURAL E MEMÓRIA1982-1662reponame:Inter-legereinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNporhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4210/3446Copyright (c) 2014 Revista Inter-Legereinfo:eu-repo/semantics/openAccessMacedo, Helder Alexandre Medeiros deLopes, Thiago Stevenny2013-09-17T17:27:34Zoai:periodicos.ufrn.br:article/4210Revistahttps://periodicos.ufrn.br/interlegerePUBhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/oai||interlegere@cchla.ufrn.br||analaudelina@uol.com.br1982-16621982-1662opendoar:2013-09-17T17:27:34Inter-legere - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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