A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Deuzair José da
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Inter-legere
Texto Completo: https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203
Resumo: Meu interesse pelo tema nasceu da observação de rituais fúnebres praticados na cidade em que resido: Fazenda Nova, Goiás. Depois de acompanhar um sem-número de velórios e sepultamentos, despertei-me para algumas situações para as quais não tinha resposta. Por exemplo, o costume de colocar o morto no caixão com os pés em direção à porta de saída da casa e de conduzi-lo com os pés voltados para o interior do cemitério, posição que também é mantida no enterramento. Tais questões passaram a me “incomodar” e, certo dia, numa conversa informal com um ex-coveiro da cidade, fizlhe algumas das indagações que haviam me ocorrido. Devo esclarecer que não se tratava de formulações com base em estudos mais acurados, dada à natureza dessa fonte, pessoa de pouca instrução formal. Ele começou afirmando que, simbolicamente, os pés voltados para a porta de saída da casa indicavam primeiramente que são os pés que as pessoas usam para andar e, por isso, deveriam “conduzi-las” nessa última viagem. Da mesma maneira, a posição dos pés também mostrava que a pessoa estava saindo de casa e entrando no cemitério, mas, neste, seus pés ficavam voltados para o interior, e não para o portão, pois dali não iria sair.
id UFRN-9_fbc353d6aa749bdbbf7aab6d25760110
oai_identifier_str oai:periodicos.ufrn.br:article/4203
network_acronym_str UFRN-9
network_name_str Inter-legere
repository_id_str
spelling A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIXMeu interesse pelo tema nasceu da observação de rituais fúnebres praticados na cidade em que resido: Fazenda Nova, Goiás. Depois de acompanhar um sem-número de velórios e sepultamentos, despertei-me para algumas situações para as quais não tinha resposta. Por exemplo, o costume de colocar o morto no caixão com os pés em direção à porta de saída da casa e de conduzi-lo com os pés voltados para o interior do cemitério, posição que também é mantida no enterramento. Tais questões passaram a me “incomodar” e, certo dia, numa conversa informal com um ex-coveiro da cidade, fizlhe algumas das indagações que haviam me ocorrido. Devo esclarecer que não se tratava de formulações com base em estudos mais acurados, dada à natureza dessa fonte, pessoa de pouca instrução formal. Ele começou afirmando que, simbolicamente, os pés voltados para a porta de saída da casa indicavam primeiramente que são os pés que as pessoas usam para andar e, por isso, deveriam “conduzi-las” nessa última viagem. Da mesma maneira, a posição dos pés também mostrava que a pessoa estava saindo de casa e entrando no cemitério, mas, neste, seus pés ficavam voltados para o interior, e não para o portão, pois dali não iria sair.UFRN2013-09-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203Revista Inter-Legere; n. 12 (2013): AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MORTE1982-1662reponame:Inter-legereinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNporhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203/3441Copyright (c) 2014 Revista Inter-Legereinfo:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Deuzair José da2013-09-17T15:33:47Zoai:periodicos.ufrn.br:article/4203Revistahttps://periodicos.ufrn.br/interlegerePUBhttps://periodicos.ufrn.br/interlegere/oai||interlegere@cchla.ufrn.br||analaudelina@uol.com.br1982-16621982-1662opendoar:2013-09-17T15:33:47Inter-legere - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
dc.title.none.fl_str_mv A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
title A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
spellingShingle A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
Silva, Deuzair José da
title_short A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
title_full A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
title_fullStr A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
title_full_unstemmed A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
title_sort A (re)invenção do fim: lugares, ritos e secularização da morte em Goiás no século XIX
author Silva, Deuzair José da
author_facet Silva, Deuzair José da
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Silva, Deuzair José da
description Meu interesse pelo tema nasceu da observação de rituais fúnebres praticados na cidade em que resido: Fazenda Nova, Goiás. Depois de acompanhar um sem-número de velórios e sepultamentos, despertei-me para algumas situações para as quais não tinha resposta. Por exemplo, o costume de colocar o morto no caixão com os pés em direção à porta de saída da casa e de conduzi-lo com os pés voltados para o interior do cemitério, posição que também é mantida no enterramento. Tais questões passaram a me “incomodar” e, certo dia, numa conversa informal com um ex-coveiro da cidade, fizlhe algumas das indagações que haviam me ocorrido. Devo esclarecer que não se tratava de formulações com base em estudos mais acurados, dada à natureza dessa fonte, pessoa de pouca instrução formal. Ele começou afirmando que, simbolicamente, os pés voltados para a porta de saída da casa indicavam primeiramente que são os pés que as pessoas usam para andar e, por isso, deveriam “conduzi-las” nessa última viagem. Da mesma maneira, a posição dos pés também mostrava que a pessoa estava saindo de casa e entrando no cemitério, mas, neste, seus pés ficavam voltados para o interior, e não para o portão, pois dali não iria sair.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-09-17
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203
url https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.ufrn.br/interlegere/article/view/4203/3441
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2014 Revista Inter-Legere
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2014 Revista Inter-Legere
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv UFRN
publisher.none.fl_str_mv UFRN
dc.source.none.fl_str_mv Revista Inter-Legere; n. 12 (2013): AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MORTE
1982-1662
reponame:Inter-legere
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron:UFRN
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
instacron_str UFRN
institution UFRN
reponame_str Inter-legere
collection Inter-legere
repository.name.fl_str_mv Inter-legere - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
repository.mail.fl_str_mv ||interlegere@cchla.ufrn.br||analaudelina@uol.com.br
_version_ 1798043138070151168