Novas espécies de Trogolaphysa Mills (Arthropoda: Collembola) de um complexo de cavernas em Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Nathália Michelly da Cunha
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRN
Texto Completo: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29518
Resumo: Entomobryoidea é a maior superfamília de Collembola, sendo também a mais representativa para táxons cavernícolas. O gênero Trogolaphysa Mills, 1938 (Entomobryoidea, Paronellidae) pode ser encontrado em cavernas neotropicais e possui três espécies cavernícolas registradas para o sudeste do Brasil, sendo uma delas T. hauseri Yosii, 1988, espécie troglomórfica considerada vulnerável pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. A identificação e descrição da fauna subterrânea é importante para a conservação ambiental, uma vez que cada ecossistema cavernícola possui características particulares e pode abrigar táxons endêmicos. Este estudo busca descrever novas espécies de Trogolaphysa de um complexo de cavernas inserido em um remanescente de Mata Atlântica no Carste Lagoa Santa, Minas Gerais, no sudeste do Brasil. Os espécimes foram coletados em cavernas do município de Matozinhos nas estações secas (2017) e úmidas (2018). O material foi montado em lâminas semipermanentes, estudado e desenhado sob microscópio óptico. Foram encontradas quatro novas espécies de Trogolaphysa. Trogolaphysa sp. nov. 1 é diagnosticada pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A3, S5 e Pa5, 21–23 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa serrilhada e 22–24 espinhos internos no dente da fúrcula; Trogolaphysa sp. nov. 2 pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3, Pa5 e Pm3, 20 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa serrilhada e presença de 22–33 espinhos internos no dente da fúrcula; Trogolaphysa sp. nov. 3 é diagnosticada pela ausência de olhos e pigmentos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3 (S3 também como microcerda), Pa5 e Pm3, tórax II com 3 macrocerdas no complexo p3, 18 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus truncado com borda externa lisa e presença de 21–23 espinhos internos no dente da fúrcula; e Trogolaphysa sp. nov. 4 é diagnosticada pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3, S5, Pa5, Pm3 e p, tórax II com 4–6 macrocerdas (2–3 delas no complexo p3), 32 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa lisa e presença de 33–36 espinhos internos no dente da fúrcula. Os novos registros e descrições de espécies, especialmente Trogolaphysa sp. nov. 3 que apresenta claros troglomorfismos (ausência de olhos e pigmento corporal), sugerem que parte das cavernas estudadas podem apresentar fauna endêmica, e portanto, estas podem ser consideradas áreas prioritárias para conservação, devendo ser poupadas de exploração e outras atividades antrópicas.
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A identificação e descrição da fauna subterrânea é importante para a conservação ambiental, uma vez que cada ecossistema cavernícola possui características particulares e pode abrigar táxons endêmicos. Este estudo busca descrever novas espécies de Trogolaphysa de um complexo de cavernas inserido em um remanescente de Mata Atlântica no Carste Lagoa Santa, Minas Gerais, no sudeste do Brasil. Os espécimes foram coletados em cavernas do município de Matozinhos nas estações secas (2017) e úmidas (2018). O material foi montado em lâminas semipermanentes, estudado e desenhado sob microscópio óptico. Foram encontradas quatro novas espécies de Trogolaphysa. Trogolaphysa sp. nov. 1 é diagnosticada pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A3, S5 e Pa5, 21–23 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa serrilhada e 22–24 espinhos internos no dente da fúrcula; Trogolaphysa sp. nov. 2 pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3, Pa5 e Pm3, 20 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa serrilhada e presença de 22–33 espinhos internos no dente da fúrcula; Trogolaphysa sp. nov. 3 é diagnosticada pela ausência de olhos e pigmentos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3 (S3 também como microcerda), Pa5 e Pm3, tórax II com 3 macrocerdas no complexo p3, 18 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus truncado com borda externa lisa e presença de 21–23 espinhos internos no dente da fúrcula; e Trogolaphysa sp. nov. 4 é diagnosticada pela presença de 8+8 olhos, cabeça com macrocerdas A0, A2, S3, S5, Pa5, Pm3 e p, tórax II com 4–6 macrocerdas (2–3 delas no complexo p3), 32 espinhos no órgão metatrocanteral, unguiculus lanceolado com borda externa lisa e presença de 33–36 espinhos internos no dente da fúrcula. Os novos registros e descrições de espécies, especialmente Trogolaphysa sp. nov. 3 que apresenta claros troglomorfismos (ausência de olhos e pigmento corporal), sugerem que parte das cavernas estudadas podem apresentar fauna endêmica, e portanto, estas podem ser consideradas áreas prioritárias para conservação, devendo ser poupadas de exploração e outras atividades antrópicas.Entomobryoidea is the largest superfamily of Collembola and the most representative considering cave taxa. Trogolaphysa Mills, 1938 (Entomobryoidea, Paronellidae) is commonly found in Neotropical caves and there are three cave species recorded from southeastern Brazil, of which T. hauseri Yosii, 1988 is considered vulnerable by the Brazilian Red Book of Endangered Fauna. In this sense the identification and description of subterranean fauna is important for conservation of an area since each cave ecosystem has particular features and could hold endemic taxa. This study aims to describe new species of Trogolaphysa from a cave complex, Lagoa Santa Karst, Minas Gerais,southeastern Brazil. Specimens were collected from caves in Matozinhos municipality during the dry season (2017) and rainy season (2018). The material was mounted on slides, analysed and drew under an optical microscope. Four new species of Trogolaphysa were found and described. Trogolaphysa sp. nov. 1 is diagnosed by 8+8 eyes, head with macrochaetae A0, A3, S5 and Pa5, 21–23 spines on trochanteral organ, unguiculus lanceolate with serrated external edge and 22–24 inner spines on dens; Trogolaphysa sp. nov. 2 presents 8 + 8 eyes, head with macrochaetae A0, A2, S3, Pa5 and Pm3, 20 spines on trochanteral organ, unguiculus lanceolate with serrated external edge and 22–33 inner spines on dens; Trogolaphysa sp. nov. 3 is diagnosed by absence of eyes and pigments, head with macrochaetae A0, A2, S3 (S3 as microchaeta in some specimens), Pa5 and Pm3, thorax II with three macrochaetae on p3 complex, 18 spines on trochanteral organ, unguiculus truncate with smooth external edge and 21–23 inner spines on dens; and Trogolaphysa sp. nov. 4 is diagnosed by 8+8 eyes, head with macrochaetae A0, A2, S3, S5, Pa5,Pm3 and p, thorax II with 4–6 macrochaetae (2–3 macrochaetae on p3 complex), 32 spines on trochanteral organ, unguiculuslanceolate with smooth external edges and 33–36 inner spines on dens. The new records and descriptions of species, especially Trogolaphysa sp. nov. 3 bearing clear troglomorphisms (absence of eyes and body pigment) suggests that some sampled caves possibly hold endemic fauna and therefore such areas could be considered priority areas for conservation, which should be spared of exploration and other anthropic activities.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃOUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS BIOLOGICASColêmbolosEntomobryoideaFauna de cavernasFormação Sete LagoasMata AtlânticaTaxonomiaNovas espécies de Trogolaphysa Mills (Arthropoda: Collembola) de um complexo de cavernas em Minas Gerais, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNTEXTNovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.txtNovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain137809https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29518/2/NovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.txtacb5d2d60e7930a9dc0ab412d3955abcMD52THUMBNAILNovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.jpgNovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1553https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29518/3/NovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdf.jpg5c3949026fca0aca8fb85f7b1bf63eedMD53ORIGINALNovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdfapplication/pdf7744628https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/29518/1/NovasespeciesTrogolaphysa_Santos_2020.pdfa219194570a0a73440e2230a2ee7fc9cMD51123456789/295182020-07-12 04:49:19.677oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/29518Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2020-07-12T07:49:19Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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